Europeus contam com a UE para assegurar futuro do Estado social

Diz estudo encomendado por consórcio de thinks tanks europeu que integra a Fundação Calouste Gulbenkian
10 nov 2015

Os cidadãos europeus estão preocupados com os apoios e a prestação de serviços sociais, e com a sustentabilidade do estado social nos seus países, sendo as pensões e os cuidados com os mais velhos apontados como áreas particularmente preocupantes. Estas são as principais conclusões de um estudo comparativo das opiniões de cidadãos em oito estados membros da União Europeia (Alemanha, Bélgica, Finlândia, França, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido), encomendado pelo Vision Europe Summit, um consórcio de think tanks europeus de que faz parte a Fundação Calouste Gulbenkian.

Apesar dos diferentes tipos de estado social instituídos nos 28 estados membros da União Europeia (EU), este estudo demonstra que as esperanças dos europeus estão consensualmente depositadas num papel mais ativo da União Europeia no sentido de pressionar os estados membros para a implementação de reformas sociopolíticas e como garante de solidariedade financeira entre estados membros.

Os receios em relação à reforma e às pensões de velhice pesam mais do que qualquer outra preocupação dos europeus, segundo este estudo. Em cada um dos oito países inquiridos, 51 a 70 porcento das respostas manifestam receio de que o estado social não tenha condições para garantir o pagamento de pensões até 2050. 40 a 63 porcento dos inquiridos acredita que os cuidados com os mais velhos estão em risco, enquanto 37 a 59 porcento receia que os subsídios de desemprego não sejam suficientes no futuro.

 

Aumentar as contribuições ou reduzir os benefícios?

De acordo com este estudo, os cidadãos europeus dividem-se quanto à forma de assegurar no futuro os apoios e serviços do estado social. Em metade dos países inquiridos, a maioria dos cidadãos está disposta a pagar impostos mais altos e aumentar as suas contribuições para a segurança social para manter os níveis de proteção social correntes. Isto verifica-se para estados fiscalmente fortes como a Finlândia (56%), o Reino Unido (50%) e a Alemanha (48%). Em países fiscalmente menos estáveis, a maioria dos cidadãos prefere uma redução nos apoios em detrimento de um aumento nas contribuições. É o caso da França (51%), Polónia (49%), Portugal (47%), Bélgica (47%) e Itália (43%).

 

A União Europeia como defensora e garante das proteções sociais

No que respeita a assegurar padrões de proteção social, o estudo diz que os cidadãos europeus contam com a União Europeia: em cada um dos países inquiridos, a maioria das respostas (63% a 86%) é a favor de que a União Europeia estabeleça padrões mínimos de proteção social que sejam seguidos em todos os estados membros. A maioria das respostas (52% a 78%) também expressa o seu apoio à União Europeia para que pressione individualmente os estados membros no sentido de implementarem as reformas necessárias nesta área. O estudo aponta ainda a expetativa de que a União Europeia assegure transferências financeiras dos estados membros mais ricos para os mais pobres. Esta ideia colhe apoio não só entre os cidadãos de estados membros recebedores fiscalmente mais fracos mas também entre aqueles de estados membros que mais contribuem (Alemanha 62%, Reino Unido 54%).

 

Sobre este estudo

Este inquérito representativo da Europa foi realizado em julho e agosto de 2015 pela empresa TNS Emnid (Bielefeld). No total, foram inquiridos 8.007 cidadãos em oito países europeus: Alemanha, Bélgica, Finlândia, França, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido.

 

O estudo foi encomendado pelo Vision Europe Summit, um consórcio que reúne a fundação Bertelsmann Stiftung (Gütersloh/Alemanha), o think tank Bruegel (Bruxelas/Bélgica), a Chatham House (Londres/Reino Unido), a fundação Compagnia di San Paolo (Turim/Itália), o Notre Europe – Jacques Delors Institute (Paris/França), o Sitra – The Finnish Innovation Fund (Helsínquia/Finlândia) e a Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa/Portugal). A sua missão é promover a integração europeia refletindo sobre alguns dos desafios mais prementes para as políticas públicas na Europa. A primeira conferência anual deste consórcio realiza-se a 17 e 18 de novembro, em Berlim, para discutir “O Futuro do Estado Social”.

 

Num contexto em que a despesa pública com o Estado social tem vindo a crescer em todos os Estados europeus – excedendo 20 por cento do PIB nos países representados neste consórcio (Alemanha, Bélgica, Finlândia, França, Itália, Reino Unido, Portugal) –, o Vision Europe Summit 2015 pretende ajudar a encontrar soluções sustentáveis para o futuro dos Estados sociais na Europa.

 

Mais informações: www.vision-europe-summit.eu

 

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