Gulbenkian Música 16/17

27 mai 2016

Gustavo Dudamel a dirigir a Orquestra Sinfónica Simón Bolívar, a projeção do segundo filme da trilogia O Senhor do Anéis com música ao vivo, Jordi Savall com o seu novo projeto, A Rota da Escravatura, o espetáculo Fado Barroco que junta Os Músicos do Tejo ao fadista Ricardo Ribeiro e os três concertos de András Schiff, com a sua formação de câmara e com a Orquestra Gulbenkian, vão protagonizar alguns do momentos altos da nova temporada da Gulbenkian Música.

Destaque para a estreia do barítono alemão Christian Gerhaher e também para o regresso das vozes de Karita Mattila, Waltraud Meier e Thomas Hampson, este em dois concertos, num deles a assumir também a direção da orquestra. No palco estarão mestres do piano como Martha Argerich (com o Cuarteto Quiroga), Mitsuko Uchida e Grigory Sokolov, bem como jovens estrelas como Igor Levit ou Yuja Wang. Uma nota ainda para a estreia mundial de duas óperas coproduzidas pela Fundação Gulbenkian: Bosch Beach de Vasco Mendonça e Beaumarchais de Pedro Amaral.

Assente nas suas formações residentes, Coro e Orquestra, a Gulbenkian Música continuará a acolher alguns dos melhores agrupamentos e intérpretes mundiais, abarcando um largo reportório da música antiga à contemporânea, propondo abordagens inovadoras que cruzam a música, o teatro e o cinema.

 

Jovens talentos em ação

A temporada 16/17 abre, uma vez mais, com a Orquestra XXI, a jovem formação composta por músicos nacionais a viver no estrangeiro, que apresenta uma versão encenada do Sonho de uma Noite de Verão de Mendelssohn, com narração do ator Ricardo Pereira (04/09, 19h).

Logo a seguir tem lugar um dos grandes momentos da nova programação: os concertos da Orquestra Sinfónica Simón Bolívar dirigida por Gustavo Dudamel, a culminar uma nova residência de formações do El Sistema na Gulbenkian Música. O pontapé de saída é dado pelo Quarteto de Cordas Simón Bolívar (05/09, 19h) seguindo-se os concertos dirigidos por Dudamel, já com a formação sinfónica, com obras de Paul Desenne, Heitor Villa- -Lobos e Maurice Ravel (07/09, 21h) e a grandiosa obra mística de Olivier Messiaen, Sinfonia Turangalîla, (08/09, 21h).

Esta residência junta-se à já habitual (e sempre saudada) residência da Orquestra Juvenil Gustav Mahler que, nesta temporada, se traduzirá em quatro concertos dirigidos por Lorenzo Viotti, vencedor do Prémio Jovem Maestro atribuído pelo Festival de Salzburgo, e pelo maestro britânico Daniel Harding, com a participação de Christian Gerhaher. O programa é variado e contempla um conjunto de obras-primas do reportório clássico sinfónico (8-18/03).

Não faltarão, aliás, jovens músicos de excecional talento ao longo desta temporada, como cá estarão para o provar os Rising Stars, selecionados pela rede das salas de concerto da Europa (ECHO) que a Gulbenkian Música integra. O clarinetista português Horácio Ferreira é o músico escolhido pela Fundação Gulbenkian e Casa da Música e um dos cinco intérpretes que vão atuar, a exemplo do ano passado, ao longo de um domingo de entrada livre, num dia animado com uma programação variada que inclui projeção de filmes e vários outros momentos lúdicos e educativos (19/02).

Uma palavra ainda para o Festival Jovens Músicos, a decorrer novamente na Fundação Gulbenkian e que premiará talentos emergentes. Serão muitos os motivos para assistir a este Festival, de entrada livre, num ano em que se celebram 30 anos da criação do Prémio Jovens Músicos que é enquadrado por este Festival (23-25/09).

 

Orquestra Gulbenkian

Um programa inteiramente dedicado a Mendelssohn é o que promete a Orquestra Gulbenkian no Grande Auditório (09/09, 19h30). Este concerto, dirigido pelo maestro Hervé Niquet, com o Coro da Rádio Flamenga, dará início a uma digressão por cidades do Mediterrâneo como Sevilha, Granada e Minorca (10 a 15/09). Outra digressão importante levará, mais tarde, a Orquestra Gulbenkian dirigida por Lawrence Foster, com o violoncelista Antonio Meneses, a São Paulo e Rio de Janeiro (6 a 10/11) Coro e Orquestra Gulbenkian juntam-se, pela primeira vez esta temporada no Grande Auditório, para dar a ouvir uma obra-prima do reportório coral-sinfónico: a Missa em si menor de Bach, sob a direção de Michel Corboz (05-06/10). O maestro titular do Coro conduzirá ainda as formações nas Vésperas de Monteverdi (03-04/11) e nos Requiem de Mozart e de Fauré com os solistas Sandrine Piau, Helena Rasker, Christophe Einhorn e
Marcos Fink (11-12/04).

Um dos momentos mais emocionantes da atuação conjunta do Coro e Orquestra acontecerá com a interpretação ao vivo da música de Howard Shore, durante a projeção do segundo filme da trilogia O Senhor dos Anéis de Peter Jackson. Depois do enorme sucesso obtido na temporada passada com A Irmandade do Anel, voltam a subir ao palco mais de 200 músicos para uma nova experiência avassaladora em alta definição no grande ecrã (06-08/01).

Ao longo da temporada serão vários os maestros convidados a dirigir a Orquestra Gulbenkian, dando a ouvir um reportório muito diversificado: Lawrence Foster, Fabien Gabel, Benjamin Shwartz, Ernest Martínez-Izquierdo, Lorenzo Viotti, Tomás Netopil, Giancarlo Guerrero, Frédéric Chaslin, Alain Altinoglu, Paul McCreesh, Susana Malkki, Joana Carneiro e Nuno Coelho Silva.

 

Intérpretes de exceção

O público da Gulbenkian Música terá a oportunidade de apreciar uma faceta menos conhecida de Thomas Hampson. O grande barítono norte-americano irá cantar o ciclo de canções A Trompa Maravilhosa do Rapaz, de Gustav Mahler, dirigindo, ao mesmo tempo, a Orquestra Gulbenkian (30/09). Hampson voltará ao Grande Auditório para cantar duetos de ópera, opereta e teatro musical com o barítono Luca Pisaroni (21/12). Já Waltraud Meier, depois de, na temporada passada, ter abordado magistralmente o ciclo Wesendonck Lieder de Richard Wagner, traz agora um reportório de Lieder de Mahler, acompanhada da Orquestra Gulbenkian dirigida por Frédéric Chaslin (06/04).

De volta está também a grande soprano finlandesa Karita Mattila, acompanhada do pianista Ville Matvejeff, para um recital de canções de Brahms, Wagner, Alban Berg e Richard Strauss (12/05).

Presença assídua na Gulbenkian Música, o pianista e maestro húngaro András Schiff atuará com a sua formação de câmara, Cappella Andrea Barca, num programa dedicado a Haydn, Mozart, Beethoven, Brahms e Dvorák (25-26/01), voltando, no mês seguinte, para um recital de piano.

Outro regresso sempre saudado é o de Jordi Savall para apresentar o seu mais recente projeto, As Rotas da Escravatura, uma viagem de quatro séculos que cruza músicas europeias e indígenas, com artistas do Mali, Madagáscar, Marrocos, Brasil, Argentina, Venezuela, México e Colômbia (13/04).

Uma palavra ainda para os regressos da violinista russa Alina Ibragimova, para tocar o primeiro Concerto para violino e orquestra de Chostakovitch (13-14/10), e do violoncelista Gautier Capuçon que dará a ouvir o primeiro Concerto para violoncelo e orquestra de Saint-Saëns, dirigido por Paul McCreesh (20-21/04).

Destaca-se o regresso de Martha Argerich para tocar com o Cuarteto Quiroga (07/10), a primeira de uma constelação de pianistas que inclui nomes como Emanuel Ax (06/11), Varvara (17-18/11) Igor Levit (03/12), Pedro Burmester (10/01), Mitsuko Uchida (15/01), András Schiff (12/02), Conrad Tao (21/03), Rudolf Buchbinder (30-31/03), Hélène Grimaud (01/04), Yuja Wang (09/04) e Grigory Sokolov (23/04).

Uma verdadeira maratona dedicada a Mozart será protagonizada pelo Cuarteto Casals nesta sua nova visita à Gulbenkian Música. Ao longo de um domingo, dará a ouvir os seis quartetos que Mozart dedicou a Haydn (22/01). Destaque também para dois agrupamentos convidados: a Kremerata Baltica dirigida por Gidon Kremer, que apresenta um programa eclético com obras de Piazzolla, Schubert e Philip Glass, entre outras (17/04); e L’Orchestre Divertissement dirigida por Rinaldo Alessandrini, com Olivier Cavé ao piano, num programa inteiramente dedicado a Mozart (17/05).  

 

Ópera: duas novas produções

No ano em que se assinalam 500 anos da morte de Hieronimus Bosch, o compositor português Vasco Mendonça vai estrear Bosch Beach, uma ópera que observa o mundo atual através dos olhos do pintor flamengo. Baseada na tela Os sete pecados mortais, com libreto de Dimitri Verhulst e encenação de Kris Verdonck, trata-se de uma coprodução internacional que envolve a Fundação Gulbenkian e o Teatro Maria Matos (20-21/10).

Outra estreia em destaque nesta temporada, encomendada pela Fundação Gulbenkian, será a ópera Beaumarchais, do compositor Pedro Amaral, com encenação de Jorge Andrade e interpretação de Luís Rodrigues, Maria Luísa de Freitas, André Henriques, Joana Seara, Marcos Alves dos Santos e Eduarda Melo, entre outros. Inspirada nas três obras do escritor francês Pierre Beaumarchais – O Barbeiro de Sevilha, As Bodas de Fígaro e A Mãe Culpada–, esta ópera é uma coprodução da Fundação Gulbenkian, do Teatro D. Maria II e da mala voadora (22/06 a 02/07 de 2017).

Haverá também lugar para a ópera antiga, com uma produção semiencenada de Acis and Galatea de Handel, com Leonardo Garcia Alarcón a dirigir o Coro e Orquestra Gulbenkian e os cantores Ana Quintans, Marco Alves dos Santos e André Henriques. A ação cénica estará a cargo do maestro e também de Marie Mignot (23-24/02).

 

Músicas do Mundo

Como habitualmente, músicos de várias latitudes vão subir ao palco do Grande Auditório trazendo sons de várias culturas e civilizações. O violoncelista Jean-Guihen Queyras, artista residente na temporada 2010/11, volta para uma noite mediterrânica, juntando-se aos irmãos Chemirani, de origem iraniana, e ao grego Sokratis Sinopoulos para um programa que cruza várias tradições (01/10). Destaca-se também a presença do virtuoso violinista indiano L. Subramaniam que, com a sua formação, dará a ouvir música clássica do Sul da Índia (18/10). A cantora e compositora marroquina Hindi Zahra apresenta Homeland, o seu mais recente projeto musical (05/11) e Angélique Kidjo, uma lenda viva da música africana e defensora incansável da condição feminina, interpreta ao vivo o álbum Eve (01/12). Segue-se o duo chinês Wu Wei e Wang Li, com os sons dos seus instrumentos orientais (sheng, berimbau e flauta calabash) (28/01). Adriana Calcanhotto regressa para, juntamente com Arthur Nestrovski, propor uma viagem pela música e poesia portuguesa e brasileira (03/02). António Zambujo está também de volta para cantar canções de Chico Buarque (01-02/03). A música sufi do Paquistão estará por sua vez em foco através da formação liderada por Asif Ali Khan (09/05).

 

Música Antiga

Regressa a orquestra barroca Il pomo d’oro para apresentar um programa gravado com o jovem violoncelista Edgar Moreau, um dos eleitos Rising Stars da próxima temporada (26/10).

O Músicos do Tejo, dirigidos por Marcos Magalhães, juntam-se ao fadista Ricardo Ribeiro e à soprano Ana Quintans para apresentar Fado Barroco, uma proposta original estreada no Helsinki Music Centre que cruza num mesmo espetáculo compositores tão diversos como J. S. Bach, Francisco António de Almeida, Carlos Paredes, Rão Kyao, Alain Oulman e os Madredeus (14/12). A Igreja de São Roque volta a acolher o habitual Te Deum de fim de ano interpretado pelo Coro e Orquestra Gulbenkian, sob a direção de Jorge Matta (31/12) e o agrupamento coral Graindelavoix interpreta alguns tesouros polifónicos de Duarte Lobo, Orazio Vecchi e Georges de la Hèle (08/04).

 

Concertos de Domingo

Os concertos de domingo, com sessões duplas (11h e 16h) e a preços convidativos, terão uma oferta alargada, passando a ser sempre comentados pelos vários maestros, reforçando a vertente pedagógica de uma temporada que terá ainda 15 conferências de enquadramento de obras que são tocadas no Grande Auditório.

Reforçando uma parceria com a Santa Casa de Misericórdia, estes concertos, desenhados para famílias, são sempre tocados pela Orquestra Gulbenkian, por vezes com o Coro, oferecendo um apelativo mosaico de propostas musicais: Fantasias e Metáforas (30/10), Viagem em Itália (04/12), Natais do Mundo (18/12), Grandes Coros de Ópera (29/01), Concerto com Leticia Moreno, violinista que se estreou na Gulbenkian Música como Rising Star (05/03), Festa da Percussão (19/03) e Música dos Animais (14/05).

Serão ainda transmitidas 10 produções da temporada do Met de Nova Iorque, em alta definição, entre 8 de outubro de 2016 e 20 de maio de 2017.

Programação completa em Gulbenkian.pt/musica

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