Mais de 37 milhões de dólares para apoiar 50 cientistas em início de carreira

A Fundação Gulbenkian associa-se pela primeira vez ao Howard Hughes Medical Institute, à Bill & Melinda Gates Foundation e ao Wellcome Trust para desenvolver talentos científicos à escala mundial.
29 mar 2016

Um programa internacional de bolsas de investigação que irá apoiar até 50 cientistas de excelência em início de carreira é hoje lançado pelo Howard Hughes Medical Institute (HHMI), com o objetivo de ajudar a desenvolver talentos científicos à escala mundial. “Estamos muito satisfeitos que se juntem a nós nesta iniciativa a Bill & Melinda Gates Foundation, o Wellcome Trust e a Fundação Calouste Gulbenkian”, afirma o presidente do HHMI, Robert Tjian.

“Cada uma destas organizações partilha o compromisso de construir capacidade científica internacional, identificando e apoiando cientistas de excelência em início de carreira que têm o potencial de se tornarem líderes científicos.”

Envolvendo uma verba total de 37.4 milhões de dólares, a cada um dos 50 cientistas selecionados para este programa será atribuída uma bolsa de 650 mil dólares, ao longo de cinco anos. As candidaturas são abertas a cientistas que tenham feito formação nos Estados Unidos ou no Reino Unido, pelo menos durante um ano. Para além disso, os cientistas só serão elegíveis se tiverem os seus laboratórios há menos de sete anos, em países que não façam parte do G7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos) ou alvo de sanções por parte dos EUA. Portugal é, assim, elegível neste concurso.

No concurso internacional que é agora lançado, o HHMI e os seus parceiros filantrópicos, em que se inclui a Fundação Calouste Gulbenkian, procuram investigadores de topo em início de carreira em vários campos da investigação biomédica.

“Uma das nossas áreas estatutárias diz respeito à Ciência e à disseminação do conhecimento científico. Em parte, alcançamos este objetivo contribuindo para o desenvolvimento de jovens cientistas promissores, com um potencial extraordinário para melhorar a condição da humanidade, através de descobertas nas ciências básicas, favorecendo a saúde e melhorando a qualidade de vida”, diz José Neves Adelino, administrador da Fundação Calouste Gulbenkian que também preside à Comissão de Gestão do Instituto Gulbenkian de Ciência.

Com sede na cidade de Chevy Chase, Maryland, o Howard Hughes Medical Institute é o maior financiador privado de investigação biomédica nos Estados Unidos. Em 2012, selecionou um primeiro grupo de 28 cientistas em início de carreira que representavam 12 países e que foram escolhidos entre 760 candidatos. Neste grupo contam-se vários investigadores a trabalhar em Portugal, entre os quais dois cientistas do Instituto Gulbenkian de Ciência: Karina B. Xavier e Miguel Godinho Ferreira. Os países com o maior número de investigadores selecionados em 2012 foram a China (7), Portugal (5) e Espanha (5), aos quais se juntam cientistas baseados em nove outros países: África do Sul (2), Itália (2), Argentina, Brasil, Chile, Hungria, Índia, Polónia e Coreia do Sul.

Na nova edição alargada deste programa, o HHMI e os seus parceiros filantrópicos procuram cientistas de topo em início de carreira em vários campos da investigação biomédica, reconhecendo que o apoio institucional é fundamental para que estes cientistas possam montar programas de investigação independentes.

Os investigadores interessados podem submeter as suas candidaturas até 30 de junho deste ano, no site do HHMI . Os finalistas serão anunciados em abril de 2017.

Mais informações: www.hhmi.org

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