Isabel Mota

Presidente 2017 – 2022

Lisboa, 1951

Entrou na Fundação Calouste Gulbenkian, em 1996, com o objetivo de criar e dirigir um novo Serviço de Orçamento, Planeamento e Controlo. Em 1999 passou a integrar o Conselho de Administração, no qual teve responsabilidades nos domínios dos Recursos Humanos, dos Serviços Centrais, da Saúde, do Desenvolvimento Humano, dos Oceanos, das Cidades e das Parcerias para o Desenvolvimento (PALOP e Timor). Mais tarde assumiu responsabilidades na área cultural, quer na Delegação em França, quer no Programa Distância e Proximidade.

Em 2017 foi eleita Presidente do Conselho de Administração, cargo que ocupou até maio de 2022, assumindo uma agenda com foco em três compromissos: com o futuro, com os mais vulneráveis e com a importância da cultura.

Em primeiro lugar, o compromisso com o futuro, garantindo que a Fundação continuaria a acompanhar os novos tempos, antecipando as questões essenciais, o impacto da tecnologia na sociedade, com o objetivo de assegurar a sustentabilidade dos recursos naturais e dos sistemas sociais.

Nessa linha, a Fundação adotou uma política de investimento responsável, através da alienação das participações em combustíveis fósseis geridas pela Partex, permitindo um alinhamento com uma visão de futuro sustentável e circular.

Na sequência dessa decisão foi igualmente criado o Prémio Gulbenkian para a Humanidade, atribuído anualmente, e que incide sobre questões relacionadas com as alterações climáticas, uma das medidas mais emblemáticas nessa aposta na proteção do planeta.

A Fundação reforçou a sua agenda na promoção da mudança para um novo modelo de crescimento económico mais sustentável, nomeadamente através do apoio a projetos pioneiros no domínio da Economia Azul e da conservação dos oceanos; do uso eficiente da Água no setor agroalimentar; e do combate à pobreza energética.

Procurando contribuir para a melhor compreensão de um mundo mais complexo e em mudança acelerada, com o lançamento do Fórum Futuro, em 2019, a Fundação passou a dispor do seu próprio think tank, dando particular atenção às questões disruptivas para o futuro.

O segundo compromisso foi estabelecido com os mais vulneráveis, os que mais necessitam de apoio e que devem ser os principais beneficiários da atividade da Fundação.

A Fundação foi fundamental na criação de um ecossistema de Inovação Social, com a procura de novas soluções para problemas complexos, em especial para os mais vulneráveis. Destaca-se a criação de novos instrumentos de investimento que permitem não só uma gestão mais eficaz, como também alavancar mais financiamento privado para a agenda do investimento de impacto social.

Num mandato marcado por diversas situações de emergência, em 2020, a pandemia COVID-19 veio exigir uma resposta rápida a uma situação que penalizou, sobretudo, os mais vulneráveis, tendo sido criado o Fundo Gulbenkian de Emergência Covid-19. Já em 2022, com a eclosão da guerra na Ucrânia, a Fundação foi, mais uma vez, convocada a apoiar uma crise humanitária imprevista, quer no apoio a refugiados nos países de trânsito, quer no apoio às entidades não governamentais que prestam apoio em Portugal.

O terceiro compromisso definiu-se ao redor da importância da cultura, – englobando arte, educação e ciência – em especial através de dois grandes projetos.

Ao nível da cultura, é de destacar o início da renovação do CAM e a expansão do jardim estendida a sul, cujo conceito beneficiará duma renovada interação com o parque, cruzando natureza, cultura, e arte, e com uma maior abertura à cidade, cuja conclusão está prevista para 2023.

Ao nível da ciência, sublinha-se o novo projeto científico do IGC, baseado na investigação dos efeitos das alterações ambientais na saúde humana, com a instalação futura de um novo centro situado no “Ocean Campus” em Pedrouços, o que permitirá que o IGC se torne num instituto mais colaborativo e aberto e com novas parcerias designadamente com as também novas instalações vizinhas da Fundação Champalimaud e do “Hub do Mar” da Câmara Municipal de Lisboa, entre outros, para além da prevista incubação do Centro de Investigação em Ciências Biomédicas da Universidade Católica.

Sempre com um foco na inovação, a Fundação consolidou o seu processo de transformação digital, de planeamento e de avaliação e reforçou o rejuvenescimento dos seus quadros e diretores.

Num esforço global de maior internacionalização, a Fundação reforçou, igualmente, parcerias bilaterais e multilaterais, que ampliaram a sua influência e advocacy em questões supranacionais e filantrópicas. A par de várias redes “clássicas”, como o European Foundation Centre (agora Philea) e a Network of European Foundations, a Fundação reforçou parcerias com instituições e pares internacionais de referência, olhando para os problemas globais e escolhendo os parceiros e redes que correspondem aos seus interesses estratégicos. Tal verificou-se, entre outros, com a OCDE, o European Council on Foreign Relations e o Migration Policy Institute.

Entre 2017 e 2021, o valor de mercado da carteira da Fundação atingiu os 3,7 mil Milhões de Euros, um dos melhores resultados alcançados.

Isabel Mota, licenciada em Finanças pela Universidade de Lisboa (1973), foi Monitora e Assistente no Instituto Superior de Economia (1973-1975); Subdiretora no Gabinete para a Cooperação Económica Externa do Ministério das Finanças de 1978 a 1986 e Conselheira na Representação Permanente de Portugal em Bruxelas, em 1986.

De 1987 a 1995, foi Secretária de Estado do Planeamento e do Desenvolvimento Regional nos XI e XII Governos Constitucionais, responsável pelas negociações com a União Europeia dos Fundos Estruturais e de Coesão para Portugal.

Em 1996 criou e dirigiu um novo Serviço de Orçamento, Planeamento e Controlo da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 1999 passou a integrar o Conselho de Administração e assumiu a Presidência em 2017.

Foi Administradora do Instituto para a Formação de Executivos da Universidade Nova de Lisboa, em 1997, e membro do Conselho Geral da Telecel Vodafone (2001 – 2003).

Foi Presidente do Conselho de Supervisão da Partex Holding B.V. (2017-2019). Foi membro não executivo do Conselho de Administração do Banco Santander-Totta, entre 2015 e 2022.

Recebeu o Prémio Dona Antónia Ferreira para Mulher Empresária. Foi agraciada com a Medalha de Serviços Distintos Grau “Ouro” do Ministério da Saúde. Foi também distinguida com os graus de Grande Oficial e Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.. E, após a conclusão do seu mandato, foi condecorada com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo.

Atualização em 18 julho 2023

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