Hergé, Tintin e a Bélgica 

Conferência por Dominique Maricq

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Apesar de um sucesso internacional que não deixará de aumentar ao longo do tempo, convém rendermo-nos à evidência: o pequeno repórter da poupinha levantada é, na verdade, um Bruxelense, tal como o seu criador, Georges Remi, mais conhecido como Hergé. O desenhador nasce a 22 de maio de 1907 em Etterbeek, uma das dezanove comunas da região de Bruxelas-capital.

Desde o início dos anos 30, a notoriedade de Hergé ultrapassou as fronteiras da Bélgica. Os franceses, os suíços e os portugueses seguiam já todas as semanas as aventuras de Tintin, em publicações juvenis.

Com esta reputação internacional, deixa de fazer sentido para o desenhador afirmar, de uma maneira demasiado incisiva, a “belgitude” desta série de sucesso. As referências à Bélgica e a Bruxelas, ou, em casos muito raros, à Valónia e à Flandres, vão sendo gradualmente apagadas ou muito atenuadas. 

No entanto, até Tintim e L'Aph-Art (1986), não faltaram alusões ao país de origem, bem como a utilização do “brusseleer”, o jargão do bairro popular de Marolles, em Bruxelas, de onde era natural a avó materna de Hergé.

É praticamente impossível evocar a relação do artista com o seu país natal sem ter em conta a sua banda desenhada. As vinhetas e os balões estão, do princípio ao fim, cheios de alusões a essa relação.

“Tintin sou eu”, disse Hergé.

As histórias que o autor imaginou e desenhou estão cheias de referências à Bélgica, o que permite construir muitas pontes entre a ficção dos álbuns e o quotidiano do seu criador.

Propomo-nos aqui rever estas piscadelas de olho, que não têm nada de anódino – foram ganhando forma ao longo da vida de um homem que se confundiu com a sua própria obra.

 

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BIOGRAFIA

Nasceu em Rixensart (Brabante Valão, Bélgica). 

Foi professor de Francês no ensino secundário e juntou-se, em 1997, aos Studios Hergé como arquivista. Desenvolveu, em seguida, uma carreira como autor sobre a vida e a obra de Hergé.  

Conferencista, apaixonado pela imagem e pela palavra, Dominique Maricq define-se sobretudo como um amante, no sentido mais nobre do termo: “alguém que ama, cultiva e investiga…”. 

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