Mozart: Concerto para Clarinete

Orquestra Gulbenkian / Lorenzo Viotti / Carlos Ferreira

O premiado clarinetista Carlos Ferreira e a Orquestra Gulbenkian interpretam o Concerto para Clarinete de Wolfgang Amadeus Mozart.
Rui Cabral Lopes 25 out 2024 36 min

Marco carismático do repertório concertante do período clássico, o Concerto para Clarinete e Orquestra, K. 622, constitui a última obra puramente instrumental concluída por Wolfgang Amadeus Mozart em Viena, durante o mês de outubro de 1791, pouco antes da sua morte. Debatendo-se com várias debilidades, o músico fez redobrar os esforços criativos em torno desta e de outras obras, entre as quais o motete Ave verum corpus, o Quinteto para Cordas K. 614, as óperas La clemenza di Tito e A flauta mágica e ainda o Requiem. Um esboço originário da partitura foi dedicado ao clarinetista Anton Stadler, com o qual Mozart travou conhecimento depois de se ter estabelecido em Viena. Nesta versão, a parte solista foi destinada ao cor de basset, instrumento que conviveu com o clarinete na segunda metade do século XVIII, mas que caiu progressivamente em desuso. O mesmo intérprete terá contribuído para a adaptação da parte solista ao clarinete clássico, o qual também tocava de forma exímia.

No curso dos três andamentos da obra, Mozart explorou as múltiplas sonoridades do clarinete, colocando em relevo os contrastes de registo sonoro. As partes orquestrais destinadas a instrumentos de sopro denotam grande suavidade de colorações tímbricas: a presença de flautas, fagotes e trompas, mas não de oboés, mostra a vontade de fazer sobressair o instrumento solista no seio de um plano sonoro essencialmente homogéneo.

O evocativo tema principal do primeiro andamento, Allegro, é entoado em uníssono pelo clarinete e pelos primeiros violinos, sobre o acompanhamento das restantes cordas, a que logo se juntam os sopros. O andamento é pontuado pelo retorno periódico de ritornellos orquestrais de distinto perfil melódico, elementos que constituem a sua base formal. Os contrastes emocionais são obtidos por meio da alternância de modulações conducentes ora a tonalidades maiores, ora menores. Ao longo de todo o andamento, o clarinete ocupa um lugar de destaque, tanto pelos seus gestos virtuosísticos, como pelo lirismo do discurso melódico.

Um tema de sublime conceção melódica domina todo o andamento seguinte, Adagio. A simplicidade da construção musical alia-se aqui a uma dimensão profundamente espiritual, da qual o instrumento solista é o mais veemente mensageiro. O Rondo: Allegretto final instaura uma atmosfera contrastante, para a qual contribui a vivacidade do tema do rondó, introduzido pelo clarinete e depois reiterado pela orquestra.


Intérpretes

  • Maestro
  • Clarinete

Programa

Wolfgang Amadeus Mozart

Concerto para Clarinete e Orquestra, em Lá maior, K. 622
1. Allegro
2. Adagio
3. Rondo: Allegro

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