O homem das mil moradas

A 29 e 30 de junho, venha descobrir o percurso de vida de Calouste Gulbenkian e algumas das peripécias que envolveram a constituição da sua coleção de arte
Pormenor do passaporte de Calouste Sarkis Gulbenkian © Fundação Calouste Gulbenkian
07 jun 2019

A ideia de criar um espetáculo em torno das peças da Coleção do Fundador já tinha surgido em 2017, mas foi este ano, a pretexto das comemorações dos 150 anos de Calouste Gulbenkian, que Madalena Marques e Susana Pires se lançaram na criação de um projeto que quer levar o público numa viagem pelas vidas de Calouste. Num formato intimista, em sessões pensadas para famílias com crianças dos 5 aos 10 anos, a história será contada na Galeria Renascentista da Coleção do Fundador, na voz de Leonor Cabral, “através de objetos dentro de caixas que contêm universos”.

O homem das mil moradas define-se como um acontecimento teatral porque, mais do que uma história a ser contada, é “algo especial que queremos que aconteça com o público”, explica Madalena. À semelhança de Paulo Pires do Vale na exposição Calouste: uma vida, não uma exposição, as criadoras pretendem contar “uma história possível” sobre quem terá sido Calouste, selecionando alguns pontos de passagem da sua vida que imaginam mais relevantes, face à impossibilidade de conter uma vida numa narrativa. Para Susana e Madalena, interessa sobretudo falar de “histórias de verdade”, e isso exige um extenso e rigoroso trabalho de pesquisa sobre a biografia de Calouste, sem ficções nem julgamentos.

Entre as mil moradas de Gulbenkian, de Constantinopla a Londres, passando por Paris e Lisboa, e as viagens ao Egito, à Palestina, à Síria e a outros destinos, o difícil é escolher o que entra e o que fica de fora desta história. Em destaque estão algumas curiosidades, como os muitos fait-divers que se contam sobre Calouste: a sua paixão pelos animais e a Natureza, o livro onde apontava todas as peças de roupa que comprava ou outros episódios curiosos como, lembra Susana, a viagem a Baku, onde Calouste é atingido por um jacto de petróleo, numa verdadeira chuva de ouro negro. O desafio passa também por contar a história sem mitificar uma personagem que, no fundo, foi “uma pessoa como nós”, e levar o público a viajar pelo Oriente, pelo desconhecido. “Tornar visíveis coisas que são invisíveis” é, aliás, a missão da Associação Casa Invisível, responsável pela produção executiva do espetáculo.

Além de quatro sessões a 29 e 30 de junho, o acontecimento repete-se a 6 e 7 de julho, no mesmo horário (10h30 e 11h40). Os bilhetes já estão à venda.

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