Obra em Foco. Les Chansons de Bilitis

Exposição da série «Obra em Foco», desta feita dedicada àquela que é considerada a mais importante edição de Les Chansons de Bilitis (1894), de Pierre Louÿs (1870-1925). Com curadoria de João Carvalho Dias, esta pequena mostra elevava este exemplar a objeto artístico, dando particular destaque às ilustrações criadas por George Barbier.
Small-scale exhibition on what is considered the most important edition of Les Chansons de Bilitis (1894) by Pierre Löuys (1870-1925), included in the series of shows entitled “A Work in Focus”. The exhibition, curated by João Carvalho Dias, served to elevate the book to art object, and the illustrations by George Barbier featured prominently.

Exposição da série «Obra em Foco» dedicada àquela que é considerada a mais importante edição de Les Chansons de Bilitis (1894), de Pierre Louÿs (1870-1925), da qual o Museu Calouste Gulbenkian possui um exemplar na sua coleção. Trata-se da edição parisiense de Pierre Corrard, realizada em 1922, com uma tiragem de apenas 125 exemplares.

Apesar de na Coleção Gulbenkian se encontrarem representadas mais cinco edições daquela obra literária (Invs. LM149, LM150, LM303, LM304 e LM413 – as duas últimas com ilustrações de George Barbier, à semelhança do exemplar «em foco»), esta mostra centrava-se na edição de 1922, pelas suas qualidades estéticas singulares. Como explica o curador da exposição, João Carvalho Dias, «enquanto o reduzido número de exemplares impressos [lhe] confere o estatuto de raridade bibliográfica, a participação de artistas como George Barbier, François-Louis Schmied, Georges Cretté e Jean Dunand, nomes maiores da ilustração, gravura sobre madeira, encadernação e decoração a laca, segundo a estética Déco, confirma o seu estatuto de livro de bibliófilo» (Les Chansons de Bilitis [Texto do painel], 2015).

Apresentada num dos corredores do Museu, então designado «espaço "Obra em Foco"», esta pequena mostra convidava o visitante a fazer uma pausa no seu percurso e a mergulhar, por intermédio das ilustrações de George Barbier, no mundo da jovem Bilitis.

Disposto numa vitrina, era na qualidade de objeto artístico que este exemplar era apresentado. Todos os elementos que compõem o livro, das ilustrações à encadernação e seus autores, se encontravam descritos na ficha técnica incorporada no painel de parede. Esta informação transmitia igualmente o envolvimento e trabalho de equipa dos vários artistas e artesãos em torno dessa «obra de arte total», como a classifica João Carvalho Dias (Les Chansons de Bilitis [Texto do painel], 2015).

No extremo oposto do painel, davam-se a conhecer as gravuras de François-Louis Schmied (1873-1941), realizadas a partir dos desenhos de George Barbier (1882-1932) que ilustram o livro. Esta solução permitia, em parte, colmatar a impossibilidade de manuseamento a que um livro desta natureza obriga, e, ao apresentar uma versão ampliada, facilitava uma observação detalhada. Por outro lado, esta valorização dos recursos digitais levou à disponibilização da versão integral da obra no website da instituição, desvendando a relação texto/imagem praticamente ausente na exposição.

Entre o livro e o ecrã, através do qual eram apresentadas as imagens, encontrava-se um texto escrito pelo curador que apresentava o autor e o embuste, de nome Bilitis, por ele construído. Deste modo, era feita a ponte para as obras de outros artistas e compositores que nela se inspiraram, como George Barbier e Claude Debussy, que, três anos após a publicação da suposta tradução de poemas inéditos daquela poetisa grega desconhecida compôs Trois Chansons de Bilitis, apresentada pela primeira vez em 1900, na Salle Pleyel (em Paris), num evento promovido pela Société Nationale de Musique.

A exposição foi inaugurada por um concerto dedicado às «canções de Bilitis», integrado na iniciativa «Concertos de Domingo», organizada pelo Museu em colaboração com o Serviço de Música. Este concerto, associado à mostra, reforçava os esforços do Museu para alargar os seus limites, promovendo cruzamentos e sinergias entre as artes.

Mariana Roquette Teixeira, 2020


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Coleção Gulbenkian

Les Chansons de Bilitis

Pierre Louÿs (1870-1925)

Les Chansons de Bilitis, Inv. LM421


Eventos Paralelos

Concerto

Concertos de Domingo. Canções de Bilitis

1 nov 2015
Fundação Calouste Gulbenkian / Biblioteca de Arte – Hall
Lisboa, Portugal
Conferência / Palestra

[Obra em Foco. Les Chansons de Bilitis]

25 fev 2016
Fundação Calouste Gulbenkian / Museu Calouste Gulbenkian
Lisboa, Portugal

Material Gráfico


Fotografias


Documentação


Fontes Arquivísticas

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 20511

Coleção fotográfica, cor: aspetos (FCG, Lisboa) 2015


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