Un Jardín Encantado. Arte Islámico en la Colección Calouste Gulbenkian

Mostra Internacional da Coleção Gulbenkian

Exposição constituída por parte da coleção de Arte Islâmica da Coleção Calouste Gulbenkian, organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian e apresentada na Fundación Santander Central Hispano (Madrid). A mostra teve como objetivo dar a conhecer parte desta prestigiosa coleção, compensando o período de encerramento do Museu Calouste Gulbenkian.
Exhibition consisting of part of the Calouste Gulbenkian Collection’s Islamic Art section organised by the Calouste Gulbenkian Foundation and staged at the Fundación Santander Central Hispano, Madrid. The show sought to make known this section of the prestigious collection, while compensating for the temporary closure of the Calouste Gulbenkian Museum.

Exposição coletiva, constituída por parte da coleção de arte islâmica da Coleção Calouste Gulbenkian, organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) e apresentada na Fundación Banco Santander Central Hispano (BSCH), em Madrid.

Com esta iniciativa o Museu Calouste Gulbenkian (MCG) pretendeu dar a conhecer no espaço internacional a extensa coleção de Calouste Sarkis Gulbenkian, rentabilizando assim o período em que o MCG esteve encerrado – de 3 de outubro de 1999 a 20 de julho de 2001 – para levar a cabo as primeiras obras de beneficiação após a sua inauguração, em 1969.

Deste modo, o Museu Calouste Gulbenkian projetou três exposições internacionais. Antes de «Jardín Encantado», a Fundação apresentou no Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque uma exposição denominada «“Only the Best”. Masterpieces of the Calouste Gulbenkian Museum», descrita no jornal El Mundo como «una paráfrasis del propio magnate judío, que viajó por diversos países antes de instalarse en Portugal».

A segunda iniciativa, «Chefs-d'œuvre du Musée Gulbenkian. Meubles et objects royaux du XVIII siècle français», teve lugar em Paris – uma das muitas cidades por onde o colecionador passou e residiu –, no Palácio de Versalhes, na qual apresentou um leque de objetos ligados às artes decorativas e aos livros (Chacón, El Mundo, 28 fev. 2001).

A terceira e última exposição internacional organizada durante o encerramento do MCG foi apresentada na Sala de Exposições Temporárias da Fundación Banco Santader Central Hispano, em Madrid. Conhecida pelo seu empenho cultural, humanístico e científico, a BSCH detém a Coleção Banco Santander, constituída por peças provenientes de diversas coleções privadas de entidades que formaram a história deste banco espanhol. Composta por mais de mil obras de arte, a coleção abrange um arco cronológico que data desde a Idade Média até à contemporaneidade, apresentando uma ampla diversidade artística – pinturas, desenhos, esculturas, artes decorativas, tapeçarias, cerâmicas, mobiliário, entre outras.

Este «Jardín Encantado» reuniu um conjunto de cerca de 65 obras de arte islâmica, produzidas entre os séculos XII e XVIII, percorrendo um vasto espaço geográfico que ia desde a Turquia à Índia. Entre cerâmicas, azulejos, vidros, tecidos, tapetes, indumentárias, livros preciosos, iluminuras e caligrafias, a mostra apresentou o lado mais sensível e «o alto nível da exigência e do gosto de Calouste Gulbenkian» (Relatório, Balanço e Contas. FCG. 2001, 2002, p. 35).

«La cultura islámica recibe a través de los siglos las influencias, no sólo de los territorios en los que arraigó el Islam, sino también de las civilizaciones y culturas con las que tuvo contacto, tanto europeas como asiáticas, pero su gran importancia se debe, no obstante, a la transformación de todas esas influencias con un criterio propio que las convierte en algo suyo, manteniendo a través de los siglos unos rasgos decorativos permanentes, como son: la caligrafía, considerada como una forma artística suprema, la ornamentación geométrica y los motivos decorativos inspirados en la naturaleza», explicou Alfonso Escámez y López, presidente da Fundación Banco Santander Central Hispano (Un Jardín Encantado. Arte Islámico en la Colección Calouste Gulbenkian, 2001).

Segundo Javier Aguado, diretor da Fundación BSCH, esta exposição já era desejada havia cerca de uma década, remontando à visita dos reis de Espanha à Fundação Calouste Gulbenkian para inaugurarem uma exposição que reuniu uma seleção de pinturas espanholas, denominada «50 Anos de Pintura Espanhola, 1880-1930», pertencentes à coleção do Banco espanhol. Citando Aguado: «Desde entonces, ya teníamos ganas de traer a Madrid parte de la colección Gulbenkian, que reúne más de 6000 piezas. Ahora ha sido posible al haberse producido una reestructuración museística allí.» (Chacón, El Mundo, 28 fev. 2001)

Comissariada pelas conservadoras do Museu Calouste Gulbenkian, Maria Fernanda Passos Leite e Maria Queiroz Ribeiro, a exposição foi distribuída em três núcleos, que apresentaram uma seleção criteriosa das melhores peças pertencentes à coleção de arte islâmica de Calouste Gulbenkian. No primeiro núcleo da exposição – dedicado à arte da cerâmica e do vidro – foram apresentados frisos de azulejos, com especial destaque para as cerâmicas otomanas vidradas de Iznik (Turquia), um dos mais importantes centros de produção na época, realizadas no século XVI. Decoradas com tonalidades azuis e brancas, estas peças demonstravam claramente uma influência da porcelana de origem chinesa. O segundo núcleo exibiu livros e manuscritos iluminados, destacando-se as ilustrações das escolas persas de Shiraz, Herat e Tabriz do século XV.

O terceiro e último núcleo encerrou a exposição com a apresentação de sedas, veludos e tapetes que transformaram a sala de exposições da Fundación BSCH num autêntico e esplêndido «bazar». Segundo o jornal ABC, sobre a última etapa da visita a este «Jardín»: «De estas últimas se han seleccionado seis piezas de Persia, la India mogol y el Cáucaso, de los siglos XVI a XVIII. Además, hay trajes, capas, almohadas… La riqueza de estos tejidos de ensueño se ve aumentada, más aún si cabe, por la espléndida conservación de estas piezas, que parecen recién salidas del taller. Vuelve a aparecer la decoración floral, muy frecuente en la manufactura persa.» (Pulido, ABC, 28 fev. 2001)

De acordo com o diretor do Museu Calouste Gulbenkian, João Castel-Branco Pereira, esta mostra só foi possível graças ao encerramento temporário do Museu, circunstância que veio a permitir «o passeio do olhar entre o labirinto das flores de um tapete e das cerâmicas, de arabescos elaborados, ou a contemplação de uma iluminura preciosa nas narrativas, fascinantes pelo exotismo do seu imaginário, matrizes do deslumbramento europeu pelo Oriente que delas se apropriou, ganhando foros de mistério e sonho, o do espaço desconhecido de um jardim encantado» (Un Jardín Encantado. Arte Islámico en la Colección Calouste Gulbenkian, 2001).

O catálogo, editado pela FSCH, conta com a reprodução total das peças expostas e inclui dois textos, um intitulado «Calouste Gulbenkian, Coleccionista de Arte Islâmico», da autoria das comissárias científicas da exposição; o outro, «El Arte Islámico», da autoria do professor John Carswell, grande conhecedor da cultura do islão, no qual aborda as características mais salientes e o porquê da distinção desta arte, a qual captou a atenção de Calouste Gulbenkian e foi «determinante na formação da identidade de Espanha» (Ibid.).

A montagem da exposição – que contou com o apoio dos técnicos de museografia do MCG Antonieta Amorim e Miguel Fumega foi bastante elogiada por ter conseguido honrar o título da mostra e por ter apresentado, de facto, «um jardim encantado», graças à decoração floral presente na manufatura persa, remetendo também para a ideia de Paraíso como um exuberante jardim, tal como é descrito no livro sagrado do islão, o Alcorão (Pulido, ABC, 28 fev. 2001).

Joana Atalaia, 2018


Ficha Técnica


Coleção Gulbenkian

Divan

Amir Khusraw i-Dihlavi

Divan, 22 Jumada al-thani (Jumada II), 898 A.H.; c.1550 / Inv. LA189

Qiran-i-Sa'adayn (A conjunção dos dois planetas da felicidade,Jupiter e Venus

Amir Khusraw i-Dihlavi

Qiran-i-Sa'adayn (A conjunção dos dois planetas da felicidade,Jupiter e Venus, Inv. LA187

Desconhecido

1572-1595 / Inv. 1635

Desconhecido

c.1580 / Inv. 1572

Desconhecido

c.1530-1535 / Inv. 859

Desconhecido

Século XIII-XIV / Inv. 1559

Desconhecido

Inv. 2240

Desconhecido

c.1575 / Inv. 777

Desconhecido

c.1575 / Inv. 797

Desconhecido

Inv. 834

Desconhecido

Inv. 1032

Desconhecido

Inv. 1598A/B

Desconhecido

Inv. 818

Desconhecido

c.1525 / Inv. 821

Desconhecido

Inv. 328

Desconhecido

Inv. 2250

Desconhecido

c.1530 / Inv. 2077

Desconhecido

Inv. 2247

Desconhecido

1430-1435 / Inv. M66A/B

Desconhecido

2ª metade do século XV / Inv. M20/27

Desconhecido

Inv. R20

Desconhecido

c.1600 / Inv. R21

Desconhecido

Século XVII / Inv. R24

Desconhecido

Inv. 932

Desconhecido

ca. 1584 / Inv. R44

Desconhecido

c. 356 a.C. ? / Inv. N326

Desconhecido

c.1570-80 / Inv. 1668

Desconhecido

final do século XVI ou início do século XVII / Inv. 1730

Desconhecido

Final do século XVI / Inv. 1680

Desconhecido

ca.1572 / Inv. 1688

Desconhecido

Inv. 1728

Desconhecido

Século XIV / Inv. 886

Desconhecido

Século XIV / Inv. 895

Almofada de veludo

Desconhecido

Almofada de veludo, Inv. 2231

Almofada de veludo

Desconhecido

Almofada de veludo, Inv. 189B

Capa de Ofício

Desconhecido

Capa de Ofício, Inv. 1460

Caparazão

Desconhecido

Caparazão, Inv. 1461

Casaca

Desconhecido

Casaca, Inv. 1455

Casaca

Desconhecido

Casaca, Inv. 1382

Cinta

Desconhecido

Cinta, Inv. 1492

Faixa de Renda

Desconhecido

Faixa de Renda, Inv. 151

Fragmento de seda

Desconhecido

Fragmento de seda, Inv. 2251

Fragmento de Veludo

Desconhecido

Fragmento de Veludo, Inv. 187

Fumadores de ópio

Desconhecido

Fumadores de ópio, Inv. M30

Panejamento de cetim

Desconhecido

Panejamento de cetim, Inv. 1510

Panejamento de seda

Desconhecido

Panejamento de seda, Inv. 1504

Panejamento de seda

Desconhecido

Panejamento de seda, Inv. 1419

Panejamento de veludo

Desconhecido

Panejamento de veludo, Inv. 191

Panejamento de veludo

Desconhecido

Panejamento de veludo, Inv. 1384

Panejamento de veludo

Desconhecido

Panejamento de veludo, Inv. 1385

Panejamento de veludo

Desconhecido

Panejamento de veludo, Inv. 1388B

Panejamento de veludo

Desconhecido

Panejamento de veludo, Inv. 1422

Panejamento de veludo

Desconhecido

Panejamento de veludo, Inv. 1433

Panejamento de veludo

Desconhecido

Panejamento de veludo, Inv. 1512

Panejamento de veludo

Desconhecido

Panejamento de veludo, Inv. 1450

Tapete

Desconhecido

Tapete, Inv. T113

Tapete

Desconhecido

Tapete, Inv. T67

Tapete

Desconhecido

Tapete, Inv. T69

Tapete "kouba"

Desconhecido

Tapete "kouba", Séc. XVIII (?) / Inv. T81

Tapete com folhas foiciformes

Desconhecido

Tapete com folhas foiciformes, séculos XVI-XVII / Inv. T66

Tapete floral

Desconhecido

Tapete floral, Inv. T61

Tapete tipo jarra

Desconhecido

Tapete tipo jarra, Séc. XVII / Inv. T70

Tecido

Desconhecido

Tecido, Inv. 1436

Tecido de veludo

Desconhecido

Tecido de veludo, Inv. 1437

Tecido de veludo

Desconhecido

Tecido de veludo, Inv. 1446

Divan

Hafiz

Divan, 1540-41 / Inv. LA165

Subhat-al-Abrar (O rosário dos piedosos)

Jami

Subhat-al-Abrar (O rosário dos piedosos), Inv. LA159

Antologia de Iskandar

Mahmud ibn Ahmad al-Hafiz al Husseini

Antologia de Iskandar, Inv. LA161

"Gulistan"  e "Bustan"

Murshid al-katib al-Shirazi

"Gulistan" e "Bustan", Inv. LA180


Publicações


Documentação


Periódicos

ABC

Madrid, 28 fev 2001


Páginas Web


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Museu Calouste Gulbenkian), Lisboa / MCG 03230

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém recortes de imprensa, correspondência interna e externa, listagem de obras, textos para catálogo e valores de seguro das peças. 1999 – 2001


Exposições Relacionadas

Definição de Cookies

Definição de Cookies

Este website usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação, a segurança e o desempenho do website. Podendo também utilizar cookies para partilha de informação em redes sociais e para apresentar mensagens e anúncios publicitários, à medida dos seus interesses, tanto na nossa página como noutras.