Europa Oxalá

Iniciativa destacada da programação de 2022, «Europa Oxalá» propôs reflexões sobre pós-colonialidade, pós-memória e identidades culturais. Concebida no contexto do projeto «Memoirs. Filhos de Império e Pós-memórias Europeias», firmou parcerias internacionais conducentes a apresentações no Mucem (Marselha), na Fundação Gulbenkian (Lisboa) e no AfricaMuseum (Tervuren, região de Bruxelas).

Integrada na Temporada Cruzada Portugal-França 2022, a exposição itinerante «Europa Oxalá» resultou de uma parceria internacional entre quatro instituições: a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG); o Mucem – Le Musée des Civilisations de l’Europe et de la Méditerranée, Marselha; o AfricaMuseum – Le Musée Royal de l’Afrique Centrale, Tervuren, região de Bruxelas; e o Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, no qual esteve sediado o projeto «Memoirs. Filhos de Império e Pós-memórias Europeias» (2015-2022), de cuja atividade decorre esta iniciativa. De certo modo, «Europa Oxalá» funcionaria também como desfecho dos vários anos de dinamização académica e cultural que o Memoirs levou a cabo, atividade esta que teria continuidade no projeto «Maps. Pós-memórias Europeias: uma cartografia pós-colonial». Ambos os projetos seriam posteriormente integrados no programa «Reimaginar a Europa», em cujo website se encontram arquivados muitos materiais associados a «Europa Oxalá».

Numa entrevista de Wendy Bashi ao trio curatorial de «Europa Oxalá», publicada no catálogo de exposição (pp. 15-28), António Pinto Ribeiro informa que o convite inicial que conduziu à iniciativa terá surgido do ramo de Paris da Fundação Gulbenkian (p. 15). Investigador no Memoirs, Pinto Ribeiro regressava assim ao comissariado de uma iniciativa central da programação da Fundação Gulbenkian desde que dirigira o «Próximo Futuro» entre 2009 e 2015 – programa com o qual «Europa Oxalá» cruzaria diversas preocupações. Partilharia a curadoria com Katia Kameli e Aimé Mpane, que aceitaram o repto do programador português para cocomissariarem o projeto, integrando simultaneamente o grupo de 21 artistas que expuseram trabalhos.

Em «Europa Oxalá» foram expostas cerca de 60 peças, conjunto que sofreu algumas alterações consoante a versão da exposição. Reuniram-se trabalhos realizados nos mais variados media – desenho, pintura, escultura, objeto intervencionado, fotografia, vídeo, entre outros –, muitas vezes de forte pendor instalativo, da autoria de Aimé Mpane, Aimé Ntakiyica, Carlos Bunga, Délio Jasse, Djamel Kokene-Dorléans, Fayçal Baghriche, Francisco Vidal, John K. Cobra, Josèfa Ntjam, Katia Kameli, Malala Andrialavidrazana, Márcio Carvalho, Mohamed Bourouissa, Mónica de Miranda, Nú Barreto, Pauliana Valente Pimentel, Pedro A. H. Paixão, Sabrina Belouaar, Sammy Baloji, Sandra Mujinga e Sara Sadik.

Focando temas de pós-colonialidade, o projeto adotou o escopo específico das questões identitárias das descendências da diáspora africana na Europa, congregando trabalhos de artistas que, na sua maior parte, pertencem a segundas e terceiras gerações de afrodescendentes. São pessoas já nascidas na Europa ou estabelecidas desde muito jovens em países europeus, que têm desenvolvido percursos artísticos que levantam, por vias muito diversas, reflexões sobre uma memória de origens não europeias e sobre o modo como influem nas dinâmicas de um sentir e de um pensar a Europa na atualidade. Esses caudais mnésicos, advindos por vivência direta e/ou por legado cultural e familiar, poderão ser enquadrados no âmbito que se tem vindo a designar como «pós-memória» – conceito-chave no contexto de «Europa Oxalá». É nas engrenagens pessoais desse campo de experiência (seja nas facetas mais individuais ou nas mais coletivas) que muitas das obras apresentadas se confrontam com a história e com a contemporaneidade, nalguns casos questionando o europeísmo que ainda funda muitas das narrativas vigentes.

Na heterogeneidade das obras apresentadas, «Europa Oxalá» inquiria a ideia de uma Europa miscigenada, sondando cumprimentos e impasses. O discurso curatorial, as publicações e os eventos associados à exposição orientaram o público para essa plataforma de indagação crítica. Questionava-se o estatuto plural da Europa, perspetivando o modo como tem sido destino de pais e avós e berço de filhos e netos. Relembrava-se que se trata da mesma Europa marcada, no passado e no presente, por migrações, e que muitas delas, das mais forçadas às mais voluntárias, decorreram e decorrem de traumas como a escravatura, o colonialismo, a guerra, crises humanitárias, insustentabilidade política, económica e social, e outras necessidades imperiosas de subsistência. A mesma Europa que – outrora, mas também agora – se tem visto demasiadas vezes a braços com o racismo, que a impede de aprender a ser casa para muitas das pessoas que lá chegam, nascem e vivem. Uma Europa na qual continuam a ressoar persistentes «oxalás» de várias naturezas, e que pode ser muito mais miragem do que se julga.

Várias foram as considerações sobre a presença da palavra «oxalá» no título da exposição, termo que marca tanto o nome quanto um «tom» geral do projeto. É pertinente, claro, relembrar que o termo ecoa o Insha’Allah da sua etimologia, que chegou a ser a primeira hipótese a inscrever no título – informa-nos Katia Kameli na entrevista ao trio curatorial já referida (p. 23). Seria, no entanto, a derivação portuguesa «oxalá» a vingar, por constituir indício quer de aculturação, quer de integração cultural ao longo dos séculos, dois conceitos que indicam uma tensão fundamental no contexto temático desta exposição – apontam Mpane e Pinto Ribeiro na mesma entrevista.

Transitando por espaços museológicos de França, Portugal e Bélgica, «Europa Oxalá» apresentava-se em instituições de relevo de três países europeus com uma enorme pegada colonial, facto que não seria despiciendo na produção e receção deste projeto. Conforme nos adianta o trio curatorial na entrevista já referida, a premência dos cruzamentos com esses antecedentes adquiriu especial relevância no contexto da exposição na Bélgica, pois, além da história do país e das extensões político-culturais que esta por si só implica, pesava também a história da própria instituição que acolheu o projeto – um museu cuja origem está muito correlacionada com o imperialismo de Leopoldo II (pp. 17-19).

Outro fator considerável da articulação de «Europa Oxalá» com os espaços que a apresentaram, e que foi aflorado por Kameli na mesma entrevista, prende-se com o facto de duas destas instituições, nomeadamente o Mucem e o AfricaMuseum, não serem tradicionalmente afetas à arte contemporânea, âmbito com o qual têm vindo a interagir mais recentemente. Trata-se de museus mais próximos de áreas como a antropologia, a etnologia e a história das civilizações, pelo que permeabilizá-los a perspetivas artísticas contemporâneas, especialmente quando estas são críticas e politicamente engajadas sobre alguns dos temas fulcrais que essas instituições trabalham, terá sido um desafio abraçado por este projeto (pp. 19-20).

Apesar de planeada para começar em Tervuren, «Europa Oxalá» foi primeiramente apresentada no Mucem de Marselha. Uma nota no catálogo de exposição aponta constrangimentos relacionados com a pandemia de Covid-19 para a razão dessa alteração de calendário (p. 28).

Em Marselha, a exposição inaugurou a 20 de outubro de 2021 e ficou patente até 22 de janeiro de 2022 no espaço Georges Henri Rivière, dentro do Fort Saint-Jean – infraestrutura de origem militar que fora adaptada e anexada ao Mucem em 2018. Os Arquivos Gulbenkian guardam fotografias que permitem observar o quão diferente esta primeira montagem se revelaria face à versão de Lisboa, desde logo devido às disparidades arquitetónicas entre os dois espaços expositivos. Além dos três curadores e de vários artistas expositores, a inauguração contou com a presença de António Sousa Ribeiro, diretor do CES. Os registos de imagem consultados mostram uma inauguração com pouca afluência, o que terá sido motivado, em parte, pelo facto de o evento ter decorrido numa época ainda fustigada pela pandemia de Covid-19, estando em vigor algumas das medidas sanitárias então implementadas.

Na parte dedicada à exposição, o website do Mucem inclui uma breve entrevista realizada com o trio curatorial, disponibilizada em francês e inglês. Um PDF com uma tradução portuguesa desta entrevista foi também difundida online, por exemplo através da plataforma do CES associada ao projeto Memoirs.

A propósito desta versão de Marselha, poder-se-á referir a importância desta cidade portuária, ao longo da história e na atualidade, para vários vetores abordados em «Europa Oxalá». Banhada pelo Mediterrâneo, Marselha tem sido nuclear para as mediações entre África e Europa desde que há memória, circunstância que conduziu ao estabelecimento na cidade de diversas comunidades afro-europeias. O próprio complexo arquitetónico no qual «Europa Oxalá» esteve albergada – ocupando um edifício dentro das muralhas de um forte costeiro que remonta à Antiguidade – parece relembrar-nos essa condição histórica de Marselha enquanto entreposto de interações culturais, das mais pacíficas às mais violentas e beligerantes. Constituindo, hoje, um dos principais tecidos urbanos do sul de França, Marselha conta com uma assinalável efervescência multicultural, em que a riqueza da diversidade ombreia por vezes com clivagens sociais fraturantes, que têm na imigração um frequente tópico de disputa ideológica. Alguns destes sublinhados não deixariam de ser relembrados por Mpane na entrevista publicada no catálogo (p. 21). 

Após encerrar em França, a exposição seguiu para Portugal. Inauguraria na Sede da Fundação Calouste Gulbenkian a 3 de março de 2022, onde ficaria patente até 22 de agosto do mesmo ano. A inauguração contou com artistas da exposição, vários membros da administração da FCG e elementos das equipas envolvidas na produção, destacando-se ainda a presença de Graça Fonseca, então ministra da Cultura do governo português.

Em Lisboa, o projeto ocupou toda a Galeria Principal da Sede da FCG, merecendo também extensões para o Jardim Gulbenkian, designadamente através de duas instalações com os desdobramentos cartográficos do trabalho de Aimé Ntakiyica – um em frente à entrada da Sede da FCG, outro junto à entrada para a ala da Biblioteca de Arte –, e, no campo mais promocional, um grande letreiro com o nome da exposição, instalado no solo junto à entrada da Sede. O fotógrafo Pedro Pina captou algumas imagens desse letreiro, trabalhando efeitos de arrastamento de luz.

Entre as várias secções que perfazem a documentação fotográfica da exposição, os Arquivos Gulbenkian guardam registos do processo de montagem, permitindo observar a elaboração do dispositivo museológico e a construção de algumas das obras no local. Estão também arquivados ficheiros em PDF com desenhos técnicos de pormenor, plantas, alçados e renders 3D da arquitetura elaborada para a Galeria Principal. Estas maquetas foram realizadas pelo ateliê francês Studio Matters.

Para esta versão de Lisboa, houve uma aposta forte na vertente audiovisual. Além dos vários teasers e anúncios mais extensos (um deles com voz-off de Pinto Ribeiro), a FCG promoveu a realização de vídeos em que figuram dez dos artistas representados, prestando testemunhos sobre o seu trabalho e considerações sobre diversos tópicos em destaque na exposição. Esses registos foram à data divulgados nas redes sociais e na página da exposição no website da Fundação.

Na Gulbenkian, a programação paralela a «Europa Oxalá» foi vasta. O Anfiteatro ao Ar Livre recebeu as seis sessões do ciclo «Cinemas e Independência», com curadoria de Olivier Hadouchi, integrado na programação do «Jardim de Verão» de 2022. A componente performativa contou com No meu corpo cabem vários continentes, por alunas finalistas da licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança do Instituto Politécnico de Lisboa, resultante de uma parceria com o Centro de Arte Moderna (CAM) da FCG através da Fábrica de Projetos, do seu serviço educativo. A performance foi apresentada no espaço expositivo da Galeria Principal, em duas sessões, no dia 2 de julho de 2022.

Uma outra performance, protagonizada por Zia Soares, marcaria a programação paralela de «Europa Oxalá»: Fanun Ruin. Com sessões de estreia programadas para 15 e 16 de julho de 2022, que seriam canceladas por motivo de doença, a performance foi finalmente apresentada já depois do fecho da exposição, a 9 e 10 de setembro de 2022.

Foram realizadas três conferências: «Discursos da Pós-colonialidade. A presença do passado na pós-memória europeia», por António Sousa Ribeiro, em 9 de março de 2022; «Acumulação Primitiva. Aspetos históricos e desafios atuais das translocações de bens culturais africanos para a Europa», por Bénédicte Savoy, no dia 23 de março de 2022; e «Filhos e Filhas do Terrorismo de Estado na Argentina», por Teresa Basile, no dia 30 de maio de 2022 – todas no Auditório 2 da FCG e transmitidas em direto no website e Facebook da Fundação, com as respetivas traduções simultâneas. Esses registos ainda se encontram disponíveis no Facebook da FCG e congregados no canal de Youtube do projeto Memoirs, juntamente com muitos outros materiais audiovisuais referentes a «Europa Oxalá» (Memoirs \ Vídeos). Foram também realizadas duas das três conversas programadas: «À Conversa com Leïla Slimani», com moderação de Margarida Calafate Ribeiro, no dia 20 de junho de 2022, e «Cinema e Pós-memórias», com a participação de Amalia Escriva, Olivier Hadouchi, Silas Tiny e Ariel de Bigault, no dia 25 de junho de 2022, ambas no Auditório 3 da FCG. Contaram igualmente com transmissão vídeo online no website e Facebook da FCG e com traduções simultâneas em português e francês, encontrando-se ainda disponíveis online os registos vídeo desses eventos. Uma primeira conferência, «Pós-memórias e Literatura», planeada para 6 de abril e com contribuições de Joëlle Sambi Nzeba, Djaimilia Pereira de Almeida, Paulo Faria e Margarida Calafate Ribeiro, acabaria por ser cancelada devido a indisponibilidade de dois oradores.

No que respeita a visitas orientadas, começaram com a habitual sessão para a imprensa, que contou com a participação de membros da equipa curatorial e de artistas expositores. Seguiu-se, a 4 de março de 2022, dia seguinte à inauguração, uma visita em francês com os curadores e artistas Katia Kameli e Aimé Mpane. Mais tarde, o curador António Pinto Ribeiro encontrar-se-ia com o público nos dias 12 de março e 16 de julho de 2022. Da parte do setor educativo da FCG, Andreia Coutinho, Joana Simões Piedade, Sofia Cabrita e Whassysa Neves asseguraram as muitas outras visitas orientadas a «Europa Oxalá»; duas delas, a 2 e 7 de julho de 2022, contariam com tradução simultânea em língua gestual portuguesa.

O investimento na componente gráfica e editorial também foi muito significativo nesta versão de Lisboa. Atesta-o, por exemplo, o desdobrável da exposição em harmónio, em que a palavra «oxalá» ia ritmando, letra a letra, o abrir do folheto. O design coube a Arne Kaiser, igualmente responsável pelo design de outros materiais associados ao projeto, inclusive o catálogo de exposição. Ana Constantino também teve a seu cargo alguns dos materiais gráficos e publicitários associados à versão da FCG desta iniciativa.

À apresentação na Gulbenkian seguiu-se a versão da exposição no AfricaMuseum de Tervuren, onde inaugurou a 6 de outubro de 2022 e ficou patente até 5 de março de 2023. Na Bélgica, conforme já referido, «Europa Oxalá» terá talvez tido o seu terreno institucional mais desafiante, dada a carga histórica colonial que a instituição belga carrega e dado o seu empenho em descolonizar esse seu legado, tendo em conta que o funcionamento museológico da infraestrutura hoje denominada AfricaMuseum remonta à Exposição Internacional de Bruxelas de 1897. Nessa ocasião, recebera o nome «Palais de l’Afrique» (já depois de se ter denominado «Palais des Colonies»), albergando a secção colonial do evento. Nos jardins deste complexo arquitetónico, fora então montado um simulacro exotizado de aldeia congolesa, em que, segundo consta, sete dos «habitantes» acabariam por morrer durante o certame (AfricaMuseum \ History and Renovation. Origin of the Museum). Falamos, portanto, de um dos malfadados zoos humanos que proliferaram internacionalmente em várias destas manifestações (relembre-se, por exemplo, um outro caso, ocorrido na Exposição Colonial do Porto, em 1937, atestando a longevidade chocante deste fenómeno século XX adentro). Vários terão sido os motivos que conduziram «Europa Oxalá» a colocar-se neste «epicentro histórico» que é o museu de Tervuren, isto é, de lançar os seus ímpetos críticos – quer face à opressão colonial, quer face aos próprios processos de descolonização – a partir de uma instituição com um passado colonial tão evidente e que hoje assume, também ela, a missão de descolonizar o seu legado, missão esta que, como se sabe, tem vindo a ser abraçada (de um modo ora mais, ora menos diligente) por vários museus europeus de génese semelhante.

O AfricaMuseum criou um microsite dedicado a «Europa Oxalá», que, entre outras valências, contém fotos do processo de montagem e a calendarização dos eventos paralelos.

Compatibilizando-se com o trânsito internacional da exposição, o catálogo de «Europa Oxalá» foi publicado em três edições: portuguesa, francesa e inglesa. Além da já referida entrevista com a equipa curatorial, conta com textos de apresentação da presidente da FCG, Isabel Mota; de António Sousa Ribeiro e Margarida Calafate Ribeiro, respetivamente diretor do CES e investigadora principal do projeto Memoirs; de Jean François Chougnet, presidente do Mucem; e de Guido Gryseels e Bruno Verbergt, respetivamente diretor-geral e diretor de operações dos Serviços para Públicos do AfricaMuseum. Contém também textos dedicados a cada artista participante, acompanhados por reproduções fotográficas de obras. A monografia mereceu erratas referentes à versão de Lisboa, dando nota da correção de uma legenda, da adição de duas peças ao conjunto e da substituição de outras duas por outras obras da mesma autoria.

Um outro volume foi editado no contexto de «Europa Oxalá», igualmente nos três idiomas, consistindo numa reunião de ensaios em torno dos tópicos abordados na exposição. Respondendo à vocação crítica de toda a iniciativa e ao pano de fundo académico do projeto Memoirs, esta coletânea conta com contributos de Amzat Boukari-Yabara, António Pinto Ribeiro, António Sousa Ribeiro, Ariella Aïsha Azoulay, Cecile Bourne-Farrell, Christine Bluard e Bruno Verbergt, Fabienne Bideaud, Lisette Lombé, e Margarida Calafate Ribeiro.

Ainda no campo monográfico, é de referir que «Europa Oxalá» foi caso de estudo para o trabalho O Impacto Ambiental de uma Exposição. Avaliação de ciclo de vida de «Europa Oxalá»publicado em 2023 pelo Programa Sustentabilidade da FCG. Esta publicação, com a etiqueta Gulbenkian Sustentável, encontra-se atualmente disponível online. Os dados que apresenta corroboram problemas bem conhecidos que concernem a pegada ecológica de produções como uma exposição internacional. O estudo foi elaborado em estreita relação com o curso de Engenharia do Ambiente do Instituto Superior Técnico, tendo a aluna Ana Luna Riks de Lacerda contribuído com parte da investigação que subjaz à sua tese de mestrado, na qual integrou um levantamento do «ciclo de vida» de «Europa Oxalá».

Todo o projeto «Europa Oxalá» teve bastante cobertura na imprensa e restante comunicação social, quer em Portugal, quer nos outros países por onde passou. No contexto nacional, mencione-se a ação online da plataforma Buala, publicação que se dedica a âmbitos em comum com «Europa Oxalá», e que foi publicando artigos, entradas no seu blogue e publicidade a esta iniciativa. Mencione-se também o facto de Celso Martins ter elegido «Europa Oxalá» como uma das melhores exposições do ano no seu balanço da programação nacional de 2022 para o jornal Expresso (9 dez. 2022).

Nos meios radiofónicos e televisivos, houve igualmente lugar a vários destaques. Por ocasião da primeira apresentação da exposição, em Marselha, a rádio francesa RFI publicou online, através do seu canal português, um vídeo com o resumo de uma visita de António Pinto Ribeiro à exposição, bem como um áudio mais extenso com o curador (14 jan. 2022). A mesma rádio publicaria também uma entrevista com o artista Nú Barreto (26 out. 2021), igualmente captada por ocasião desta primeira apresentação de «Europa Oxalá» e da participação do artista na edição de 2021 da Foire Internationale d’Art Contemporaine (FIAC) de Paris. Para a versão da Gulbenkian, a habitual reportagem do programa As Horas Extraordinárias (magazine cultural entretanto terminado), da RTP, contou com depoimentos da artista Mónica de Miranda, do artista e curador Aimé Mpane e do curador António Pinto Ribeiro (4 abr. 2022). A Antena 3 fez também uma peça na qual são igualmente transmitidos depoimentos de Pinto Ribeiro e de vários dos artistas participantes (4 abril. 2022). Por sua vez, o AfricaMuseum publicou online a gravação de uma visita à exposição orientada por Sofie Bouillon, do departamento de Serviços para Públicos, que teve transmissão televisiva no programa 100% Cultuur, do canal flamengo ROBtv.

Entre exposição, atividades paralelas e eventos associados, «Europa Oxalá» foi uma iniciativa mobilizadora, na qual o papel fundamental da Fundação Gulbenkian se revelou múltiplo. Além da produção e dinamização cultural do projeto, refira-se que o cômputo da ação da Fundação incluiu, em 2023, uma proposta de aquisição da peça Khtobtogone (2021), vídeo apresentado por Sara Sadik em «Europa Oxalá», a incorporar na coleção do CAM – proposta que já tinha reunido pareceres favoráveis à data da presente investigação (Proposta de aquisições, Arquivos Gulbenkian, [cota brevemente disponível]).

A forte aposta e envolvimento da Gulbenkian em «Europa Oxalá» é enquadrável num panorama de iniciativas da Fundação que há vários anos têm apelado à reflexão crítica em torno da pós-colonialidade e à dissolução de preconceitos que ainda pautam alguns discursos estabelecidos. No que toca à programação de 2022, é de realçar a premente articulação entre «Europa Oxalá» e a edição desse ano do «Jardim de Verão», com curadoria de Dino D’Santiago e Lisboa Criola – uma integração mútua que foi estabelecida não apenas através do já citado ciclo «Cinemas e Independência», mas por muitos outros diálogos. Durante o «Jardim de Verão», que decorreu entre 23 de junho e 9 de julho, «Europa Oxalá», tal como as restantes exposições então patentes na FCG, teve entrada gratuita entre as 18 e as 21 horas. Lembre-se, contudo, que a oferta expositiva da FCG já se apresentava então bastante condicionada devido às obras no edifício do CAM.

São também de observar algumas continuidades menos diretas entre «Europa Oxalá» e a programação da FCG. Sucessivamente à exposição, um dos artistas expositores, Márcio Carvalho, apresentaria a instalação Lugar no Jardim Gulbenkian, com base num trabalho participativo desenvolvido com alunos de quatro escolas primárias de Lisboa. Ocupando um contentor marítimo, e envolvendo som, vídeo, colagem, desenho, entre outras expressões realizadas pelas crianças ou em conjunto com elas, a instalação continha várias concretizações na linha da série Falling Thrones, da qual o artista apresentara alguns desenhos em «Europa Oxalá». A instalação Lugar foi apresentada entre 21 de junho e 2 de outubro de 2023, integrada na iniciativa «CAM em Movimento» – programação dentro e fora de portas, que, entre as suas estratégias processuais, recorreu a contentores marítimos apresentados em vários lugares da cidade de Lisboa e no Jardim Gulbenkian. O projeto participativo Lugar teve produção da Fábrica de Projetos do CAM e coordenação de Andreia Dias, que se juntou ao artista para falar sobre a experiência numa entrevista publicada no website da FCG. Já anteriormente a «Europa Oxalá», Carlos Bunga, outro artista da exposição, tinha protagonizado uma das várias participações no «CAM em Movimento». A sua instalação Home ocupou igualmente um contentor marítimo, primeiramente instalado no Terreiro do Paço e, posteriormente, no Jardim Gulbenkian.

Com as suas três versões e ao longo de um trajeto que durou, ao todo, mais de um ano, «Europa Oxalá» atendeu à heterogeneidade das diásporas africanas e suas descendências na Europa, reiterando que as identidades culturais são uma transformação permanente, repulsiva de súmulas redutoras. Daí que pareça fundamental uma salvaguarda deixada por Pinto Ribeiro na entrevista publicada no catálogo: «Se partíssemos da ideia de fazer uma exposição sobre uma identidade afrodescendente, cairíamos no erro de estar a criar uma falsa identidade. A diversidade da criação artística presente nesta exposição vem contrariar esta ideia de um grupo que pensa e age da mesma maneira.» (Europa Oxalá [PT], 2021, p. 27)

Daniel Peres, 2023


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Programa cultural

Programa Próximo Futuro

2009 – 2015
Fundação Calouste Gulbenkian
Lisboa, Portugal
Mesa-redonda / Debate / Conversa

À Conversa com Leïla Slimani

20 jun 2022
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 3
Lisboa, Portugal
Conferência / Palestra

Filhos e Filhas do Terrorismo de Estado na Argentina

30 mai 2022
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 3
Lisboa, Portugal
Conferência / Palestra

Discursos da Pós-Colonialidade

9 mar 2022
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 2
Lisboa, Portugal
Conferência / Palestra

Acumulação Primitiva. Aspetos Históricos e Desafios Atuais das Translocações de Bens Culturais Africanos para a Europa

23 mai 2022
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 2
Lisboa, Portugal
Ciclo de cinema

Cinemas e Independência

24 jun 2022 – 9 jul 2022
Fundação Calouste Gulbenkian / Anfiteatro ao Ar Livre
Lisboa, Portugal
Performance

Fanun Ruin

9 set 2022 – 10 set 2022
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Zona de Congressos
Lisboa, Portugal
Performance

No meu corpo cabem vários continentes

2 jul 2022
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal
Visita(s) guiada(s)

Visita e Conversa com o Curador

16 abr 2022 – 16 jul 2022
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal
Visita(s) guiada(s)

[Europa Oxalá]

2 jul 2022 – 23 jul 2022
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal
Mesa-redonda / Debate / Conversa

Cinema e Pós-Memórias

25 jun 2022
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 3
Lisboa, Portugal

Publicações


Fotografias

Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Ciclo cinema «Cinemas e Independência III»
Ciclo cinema «Cinemas e Independência III»
Ciclo cinema «Cinemas e Independência III»
Ciclo cinema «Cinemas e Independência III»
Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Performance «Fanun Ruin», de Zia Soares
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Ensaio da performance «No meu corpo cabem vários continentes»
Márcio Carvalho
Márcio Carvalho
Djamel Kokene-Dorléans
Fayçal Baghriche
Aimé Mpane
Francisco Vidal
Délio Jasse
Nú Barreto
John K. Cabra
Katia Kameli
Malala Andrialavidrazana
Pauliana Valente Pimentel
Fayçal Baghriche
Conferência «Filhos e Filhas do Terrorismo de Estado na Argentina». Teresa Basile
«À Conversa com Leïla Slimani». Margarida Calafate Ribeiro (à esq.) e  Leïla Slimani (à dir.)
Conferência «Discursos da Pós-Colonialidade. A Presença do Passado na Pós-Memória Europeia»
Conferência «Cinema e Pós-Memórias». Olivier Hadouchi (à esq.) e Silas Tiny (à dir.)
Conferência «Acumulação Primitiva. Aspetos Históricos e Desafios Atuais das Translocações de Bens Culturais Africanos para a Europa». António Pinto Ribeiro, Bénédicte Savoy e Miguel Magalhães
Conferência «Cinema e Pós-Memórias». Silas Tiny (à esq.) e Amalia Escriva (à dir.)
Conferência «Discursos da Pós-Colonialidade. A Presença do Passado na Pós-Memória Europeia»
Conferência «Acumulação Primitiva. Aspetos Históricos e Desafios Atuais das Translocações de Bens Culturais Africanos para a Europa». Miguel Magalhães
«À Conversa com Leïla Sliman»i. Margarida Calafate Ribeiro
Conferência «Filhos e Filhas do Terrorismo de Estado na Argentina». António Pinto Ribeiro e Teresa Basile
Conferência «Discursos da Pós-Colonialidade. A Presença do Passado na Pós-Memória Europeia». Miguel Magalhães
«À Conversa com Leïla Slimani». Margarida Calafate Ribeiro
Conferência «Cinema e Pós-Memórias». Ariel de Bigault, Olivier Hadouchi, Silas Tiny e Amalia Escriva (da esq. para a  dir.)
Conferência «Filhos e Filhas do Terrorismo de Estado na Argentina». António Pinto Ribeiro e Teresa Basile
Conferência «Discursos da Pós-Colonialidade. A Presença do Passado na Pós-Memória Europeia». António Pinto Ribeiro
António Sousa Ribeiro e Miguel Magalhães (da esq. para a dir.)
Conferência «Cinema e Pós-Memórias». Ariel de Bigault, Olivier Hadouchi, Silas Tiny e Amalia Escriva (da esq. para a  dir.)
Conferência «Filhos e Filhas do Terrorismo de Estado na Argentina». António Pinto Ribeiro e Teresa Basile
«À Conversa com Leïla Slimani». Miguel Magalhães, Margarida Calafate Ribeiro e Leïla Slimani (da esq. para a dir.)
«À Conversa com Leïla Slimani». Miguel Magalhães
Conferência «Cinema e Pós-Memórias». Miguel Magalhães
Conferência «Discursos da Pós-Colonialidade. A Presença do Passado na Pós-Memória Europeia». António Sousa Ribeiro
Conferência «Filhos e Filhas do Terrorismo de Estado na Argentina». António Pinto Ribeiro e Teresa Basile
Conferência «Filhos e Filhas do Terrorismo de Estado na Argentina». António Pinto Ribeiro
Conferência «Discursos da Pós-Colonialidade. A Presença do Passado na Pós-Memória Europeia». António Pinto Ribeiro) à esq.) e António Sousa Ribeiro (à dir.)
Conferência «Cinema e Pós-Memórias».
«À Conversa com Leïla Slimani». Margarida Calafate Ribeiro (à esq.) e  Leïla Slimani (à dir.)
Conferência «Filhos e Filhas do Terrorismo de Estado na Argentina».
Conferência «Discursos da Pós-Colonialidade. A Presença do Passado na Pós-Memória Europeia». António Pinto Ribeiro) à esq.) e António Sousa Ribeiro (à dir.)
«À Conversa com Leïla Slimani».
Conferência «Cinema e Pós-Memórias».
Ciclo de cinema «Cinemas e Independência»
Conferência «Filhos e Filhas do Terrorismo de Estado na Argentina».
Conferência «Discursos da Pós-Colonialidade. A Presença do Passado na Pós-Memória Europeia». António Sousa Ribeiro
«À Conversa com Leïla Slimani».
«À Conversa com Leïla Slimani».
Conferência «Discursos da Pós-Colonialidade. A Presença do Passado na Pós-Memória Europeia». António Pinto Ribeiro) à esq.) e António Sousa Ribeiro (à dir.)
Ciclo de cinema «Cinemas e Independência»
Ciclo de cinema «Cinemas e Independência»
«À Conversa com Leïla Slimani».
Ciclo de cinema «Cinemas e Independência»
«À Conversa com Leïla Slimani». Leïla Slimani
Sessão de autógrafos «À Conversa com Leïla Slimani». Leïla Slimani
Sessão de autógrafos «À Conversa com Leïla Slimani». Leïla Slimani
Sessão de autógrafos «À Conversa com Leïla Slimani». Leïla Slimani
Sessão de autógrafos «À Conversa com Leïla Slimani».
Sessão de autógrafos «À Conversa com Leïla Slimani».
Sessão de autógrafos «À Conversa com Leïla Slimani».
Sessão de autógrafos «À Conversa com Leïla Slimani». Margarida Calafate Ribeiro, Leïla Slimani e Miguel Magalhães (da esq. para a dir.)
Conferência «Acumulação Primitiva. Aspetos Históricos e Desafios Atuais das Translocações de Bens Culturais Africanos para a Europa». Bénédicte Savoy
Conferência «Acumulação Primitiva. Aspetos Históricos e Desafios Atuais das Translocações de Bens Culturais Africanos para a Europa». Bénédicte Savoy
Conferência «Acumulação Primitiva. Aspetos Históricos e Desafios Atuais das Translocações de Bens Culturais Africanos para a Europa». Bénédicte Savoy
Conferência «Acumulação Primitiva. Aspetos Históricos e Desafios Atuais das Translocações de Bens Culturais Africanos para a Europa». António Pinto Ribeiro e Bénédicte Savoy
Antonio Pinto Ribeiro, Aime Mpane e Katia Kameli
Nu Barreto
Djamel Kokene Dorleans e Antonio Sousa Ribeiro
Guilherme d´Oliveira Martins (à esq.)
Isabel Mota (ao centro)
Márcio Carvalho
António Pinto Ribeiro e Guilherme d´Oliveira Martins (à dir., da esq. para a dir.)
António Pinto Ribeiro (ao centro)
António Pinto Ribeiro (frente, ao centro)

Multimédia


Documentação


Periódicos


Páginas Web


Fontes Arquivísticas

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa

Conjunto de documentos referentes à exposição. Contém materiais gráficos, fotográficos, multimédia, pressbook, comunicados de imprensa, entre outros. 2021 – 2022

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 406224

Coleção fotográfica, cor: aspetos (FCG, Lisboa)

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 471787

Coleção fotográfica, cor: aspetos artistas (FCG, Lisboa)

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 406546

Coleção fotográfica, cor: aspetos de sala com público (FCG, Lisboa)

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 406740

Coleção fotográfica, cor: inauguração (FCG, Lisboa)

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 404802

Coleção fotográfica, cor: montagem (FCG, Lisboa)

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 406371

Coleção fotográfica, cor: aspetos painéis exteriores (FCG, Lisboa)

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 385579

Coleção fotográfica, cor: evento paralelo «Discursos da pós-colonialidade» (FCG, Lisboa)

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 389418

Coleção fotográfica, cor: evento paralelo «Acumulação Primitiva» (FCG, Lisboa)

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 425328

Coleção fotográfica, cor: evento paralelo «Conferência Cinema e Pós-memórias» (FCG, Lisboa)

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 410507

Coleção fotográfica, cor: evento paralelo «À Conversa com Leïla Slimani» (FCG, Lisboa)

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 420819

Coleção fotográfica, cor: evento paralelo sessão de autógrafos «À Conversa com Leïla Slimani» (FCG, Lisboa)

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 403798

Coleção fotográfica, cor: evento paralelo «Filhos e Filhas do Terrorismo de Estado na Argentina» (FCG, Lisboa)

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 406710

Coleção fotográfica, cor: evento paralelo «Dia Internacional dos Museus. Visita orientada» (FCG, Lisboa)

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 413658

Coleção fotográfica, cor: ciclo cinema «Cinemas e Independência III» (FCG, Lisboa) 2022


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