António Coimbra Martins, escritor, diplomata e político, é formado em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa. Foi leitor de português nas universidades de Montpellier, Aix-Marseille e Paris, professor na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde regeu a cadeira de Literatura Francesa, chargé de conférences na École Pratique des Hautes Études e professor na Universidade de Sorbonne, em Paris.

Homem de letras, especialista em Camões e Eça de Queirós, foi um dos fundadores, em 1965, do Centre Culturel Portugais (CCP), da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, de cuja Biblioteca foi o primeiro diretor. Foi diretor-adjunto do CCP entre 1965 e 1974, data em que foi nomeado embaixador de Portugal em França, tendo vindo a ser seu diretor em 1997 e 1998, após o seu regresso como deputado do Parlamento Europeu. A programação de exposições contemplou, nesses períodos, artistas como Nadir Afonso, Nikias Skapinakis, Eduardo Nery, Noronha da Costa, Graça Morais, Maluda, Carlos Botelho, Emília Nadal, entre tantos outros.

António Coimbra Martins deu também grande relevância à organização de exposições bibliográficas e iconográficas no CCP. Entre elas, destacam-se as comemorações do quarto centenário de Os Lusíadas em Lisboa, Madrid e Paris, por ocasião das quais elaborou, numa parceria entre a Fundação Calouste Gulbenkian e a Biblioteca Nacional de Madrid, um catálogo de referência contendo uma bibliografia magistral sobre a obra de Camões. A sua ação estende-se a um vastíssimo leque de eventos culturais, que promoveu e de cujo ambiente geral (personalidades políticas, literárias e artísticas que estiveram no Centro, parcerias, sinergias, apoios à comunidade, edição, conferências, cinema, teatro, recitais, concertos) dá notícia num texto publicado em Centre Culturel Calouste Gulbenkian. Trente ans d’activités en France (1995).

Como político e diplomata, foi membro ativo da Acção Socialista Portuguesa e membro fundador do Partido Socialista Português. De 1974 a 1979, foi embaixador de Portugal em França. A sua atuação, no âmbito da diplomacia, salientou-se particularmente em negociações decisivas, como as que envolveram o processo de integração portuguesa na Europa, a abertura das relações diplomáticas com a China ou o início de uma política inovadora em relação à emigração portuguesa em França.

Foi ministro da Cultura de Portugal de 1983 a 1985, e deputado no Parlamento Europeu de 1986 a 1994. Foi designado responsável pelos trabalhos da delegação portuguesa encarregada, em 1974, de preparar a reinserção de Portugal na UNESCO.

Entre as muitas distinções com que foi agraciado, destacam-se a da Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (9 de junho de 1997) e, pelo governo francês, as de Chevalier des Arts et des Lettres, Grande Oficial da Ordre National du Mérite e Grande Oficial da Légion d’Honneur, sendo esta última a mais elevada condecoração honorífica da nação francesa.