Fonte de Sintra

N.º Inv.
ADP177
Data
1984
Materiais e técnicas
Tinta acrílica sobre madeira
Medidas
20 x 35 cm
Proveniência
Obra não localizada
Inscrições

«A. Dacosta»
[frente, canto inferior direito]

Exposta pela primeira vez em 1987, na exposição de António Dacosta na Biblioteca Pública de Angra do Heroísmo, esta obra foi apresentada em conjunto com uma outra Fonte de Sintra [ADP178], com o mesmo formato de leque, ambas reveladoras das variações que Dacosta explorou nesta série. Na exposição antológica de António Dacosta, que teve lugar em Lisboa, no Centro de Arte Moderna (atual Museu Calouste Gulbenkian – Coleção Moderna), e no Porto, na Casa de Serralves, a obra ainda pertencia à Galeria 111, segundo a indicação do catálogo, tendo sido mais tarde adquirida por colecionadores particulares.

Esta é uma das mais marcantes séries do pintor da década de 1980, onde o diferimento espacial e temporal da memória, enquanto evocação poética, é uma questão central. A série também foi das primeiras a incorporar elementos ou sinais de teor mais figurativo, bem como uma maior assimilação da picturalidade, e menos da colagem, sendo decisiva na gestação da mitografia dessa década. A série desenvolveu-se enquanto evocação de um lugar de onde advém a memória e a saudade, sendo recorrente até aos finais da sua produção. A fonte, cujo jato de água se firmava como o verdadeiro signo identificador da série, através de um brasão simplificado num arabesco simétrico, convoca dimensões de purificação e origem. Para Dacosta, as Fontes de Sintra «são metáforas amorosas», e Sintra o «lugar onde melhor senti a magia do jato das águas… o amor em suma» (António Dacosta, declaração no filme António Dacosta – Pintor Europeu das Ilhas, 1984). Nesta pintura, um dos raros casos de Fontes de Sintra em estrutura semicircular executada sobre tampos dos queijos Camembert ou Brie, a par de outra obra [ADP178], pode observar-se, ao centro em baixo, o típico signo que na pintura de Dacosta caracteriza a série.


Exposições


Bibliografia


Antologia Crítica


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