Fonte

N.º Inv.
ADD580
Data
c. 1984
Materiais e técnicas
Tinta acrílica, colagem, pastel e verniz sobre papel
Medidas
25,7 x 27 cm
Proveniência
Col. Vasco Graça Moura
Inscrições

«Ad»
[frente, margem inferior ao centro]

«”Fonte”»
[frente, margem inferior esquerda]

Esta Fonte, de 1984, pertence à coleção de Vasco Graça Moura e nela podemos encontrar o elemento de uma das mais marcantes séries do segundo ciclo de produção de Dacosta, Fontes de Sintra. A obra seria a base de uma edição serigráfica da Galeria 111 [ADG549].

Esta é uma das mais marcantes séries do pintor da década de 1980, onde o diferimento espacial e temporal da memória, enquanto evocação poética, é uma questão central. A série também foi das primeiras a incorporar elementos ou sinais de teor mais figurativo, bem como uma maior assimilação da picturalidade, e menos da colagem, sendo decisiva na gestação da mitografia dessa década. A série desenvolveu-se enquanto evocação de um lugar de onde advém a memória e a saudade, sendo recorrente até aos finais da sua produção. A fonte, cujo jato de água se firmava como o verdadeiro signo identificador da série, através de um brasão simplificado num arabesco simétrico, convoca dimensões de purificação e origem. Para Dacosta, as Fontes de Sintra «são metáforas amorosas», e Sintra o «lugar onde melhor senti a magia do jato das águas… o amor em suma» (António Dacosta, declaração no filme António Dacosta – Pintor Europeu das Ilhas, 1984). A obra articula o signo característico do jato de água com duas colunas, elemento presente em algumas obras da série [ADP482; ADD555].


Antologia Crítica


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