Tal como acontecera no ano anterior, em 2011 o Programa Gulbenkian «Próximo Futuro», coordenado por António Pinto Ribeiro, apresentou uma programação bastante variada, desenvolvida em torno da sua premissa central, que, tal como o nome indica, tinha o futuro como horizonte e centrava-se numa visão multicultural que preconizava o «direito dos artistas e dos trabalhadores da cultura dos países terceiros a aprender, estudar e apresentar as suas propostas culturais e artísticas aos cidadãos europeus e suas organizações» («Próximo Futuro traz África e América Latina à Gulbenkian», Diário de Notícias, 19 mai. 2010).

Desta forma, a programação de 2011 apresentou um diversificado conjunto de iniciativas, que incluiu exposições, conferências, cinema, teatro, dança e música, reunindo obras de criativos de diferentes geografias, da Europa, África, América Latina e Caraíbas («Hoje é o primeiro de mais 18 dias inesquecíveis na Gulbenkian», 16 jun 2011). A programação geral integrava ainda um ciclo de arte pública, que pretendia surpreender os visitantes habituais, ou os ocasionais, do Jardim Gulbenkian com um conjunto de instalações artísticas – umas, para mera fruição estética; outras, articulando arte e funcionalidade.

A instalação Chapéus-de-sol (2011) foi apresentada juntamente com outros três projetos de arte pública, todos eles pensados para serem instalados no espaço do Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian. Esta intervenção contava com um conjunto de equipamentos, concebidos pela arquiteta Inês Lobo (1966) para o Jardim Gulbenkian em 2010, cujas estruturas metálicas suportavam um painel de quatro metros de diâmetro em tela de PVC. Em 2011, as telas tinham impressas composições de quatro artistas, provenientes de países tão diversos como o Brasil, Portugal, Chile ou Angola – representados, respetivamente, por Rachel Korman (1955), Bárbara Assis Pacheco (1973), Isaías Correa (1987) e Délio Jasse (1980). As estruturas metálicas e os toldos proporcionavam uma sombra acolhedora ao visitante e introduziam, simultaneamente, uma variedade policromática no espaço exterior da Fundação Calouste Gulbenkian («Próximo Futuro na Gulbenkian. Artes ao ar livre», JL. Jornal de Letras, Artes e Ideias, 16 jun. 2010).

Ana Lúcia Luz, 2020