«Fontes de Sintra»

N.º Inv.
ADD664
Data
c. 1989 – 1990
Materiais e técnicas
Caneta de feltro sobre cartão-convite
Medidas
21 x 10 cm
Proveniência
Col. Família Dacosta
Inscrições

«Fontes de Sintra»
[frente, margem superior]

Esta obra pertence a um conjunto de exercícios realizados por António Dacosta, que se encontram no espólio da sua família. No verso de um convite da exposição internacional «l’Europe de l’art e des cultures», na Maison des Syndicats à Créteil, o artista realizou um estudo de uma Fonte de Sintra com degraus.

Esta é uma das mais marcantes séries do pintor da década de 1980, onde o diferimento espacial e temporal da memória, enquanto evocação poética, é uma questão central. A série também foi das primeiras a incorporar elementos ou sinais de teor mais figurativo, como também uma maior assimilação da picturalidade, e menos da colagem, sendo decisiva na gestação da mitografia dessa década. A série desenvolveu-se enquanto evocação de um lugar de onde advém a memória e a saudade, sendo recorrente até aos finais da sua produção. A fonte, cujo jato de água se firmava como o verdadeiro signo identificador da série, através de um brasão simplificado num arabesco simétrico, convoca dimensões de purificação e origem. Para Dacosta, as Fontes de Sintra «são metáforas amorosas», e Sintra o «lugar onde melhor senti a magia do jato das águas… o amor em suma» (António Dacosta, declaração no filme António Dacosta – Pintor Europeu das Ilhas, 1984).


Antologia Crítica


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