Vieira da Silva. Pinturas a Têmpera, 1929 – 1977

Exposição individual da artista Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), comissariada pelo crítico francês Guy Weelen, que selecionou 85 obras a guache e têmpera. A mostra pretendia documentar o trabalho da artista entre os anos de 1929 e 1977, período que atesta o recurso frequente àquelas técnicas.
Solo exhibition by artist Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), curated by French critic Guy Weelen, who selected 85 works in gouache and tempera. The exhibition intended to document the artist's work between 1929 and 1977, a period that proves the frequent use of those techniques.

Exposição da pintora Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) e inaugurada em maio de 1977 na Galeria de Exposições Temporária, que já antes acolhera uma importante exposição retrospetiva, em 1970.

Vieira da Silva estabeleceu-se como pintora em Paris, onde conheceu o marido, Arpad Szenes, e onde se tornou uma das artistas abstratas mais celebradas na Europa do pós-guerra, com as suas originais composições geometrizadas. Após um período de exílio no Brasil, durante a Segunda Guerra Mundial, foi-lhe concedida a nacionalidade francesa. O país acolheu-a para o resto da vida e nele obteve os maiores galardões artísticos nacionais. O seu percurso ficaria ainda associado a importantes encomendas de arte pública, a trabalhos de cenografia, tapeçaria, vitral e ilustração (cf. AR, «Maria Helena Vieira da Silva», fev. 2011).

A exposição «Pinturas a Têmpera» contou com 85 obras da pintora, a guache e têmpera, selecionadas pelo comissário da exposição, e crítico francês Guy Weelen. O mesmo conjunto de obras integrara pouco tempo antes uma outra exposição, organizada no Musée d’Art Moderne, em Paris.

Segundo o comissário, a exposição pretendeu documentar não só a atividade de Maria Helena Vieira da Silva entre os anos de 1929 e 1977, mas igualmente a frequência com que a artista recorria às técnicas pictóricas reunidas na mostra.

O catálogo do certame integrou um poema de Sophia de Mello Breyner e um ensaio de Agustina de Bessa-Luís, ambos a pedido da própria Vieira da Silva.

Em outubro de 1976, antecedendo a produção e a montagem da exposição nas salas da Fundação Calouste Gulbenkian, uma televisão francesa solicitou à Fundação autorização para que M. Gérard e Max-Pol Fouchet efetuassem uma filmagem, não só das obras de Vieira da Silva, mas também de alguns planos do próprio Museu Calouste Gulbenkian, com vista à realização de um documentário sobre a vida e obra da artista. A referida reportagem veio a integrar as atividades paralelas que então complementaram o certame. O plano de atividades complementares incluiria ainda uma conferência proferida pelo crítico de arte e escritor Max-Pol Fouchet, seguida da sua reportagem, intitulada Dans l’intimité d’un artiste d’aujourd'hui: Vieira da Silva.

O presidente da República, António Ramalho Eanes, participou numa visita oficial à exposição no dia 23 de junho de 1977 e, no âmbito de atividades associadas ao evento, foram igualmente realizadas outras visitas guiadas, entre as quais se destaca a organizada para os alunos da Escola Superior de Belas-Artes do Porto, orientada por Fernando Pernes e José Coelho dos Santos.

A exposição registou uma grande afluência de público e favorável aceitação por parte da crítica especializada, circunstância que determinou o seu prolongamento por mais um mês, até julho de 1977.

Joana Brito, 2016

Organised by the Calouste Gulbenkian Foundation (FCG), an exhibition opened on the painter Maria Helena Vieira da Silva (Lisbon, Portugal, 1908 – Paris, France, 1992), who in 1970 had presented a set of pieces at the same museum in an important retrospective exhibition.

Vieira da Silva established herself as a painter in Paris, where she met husband Arpad Szenes (1897-1985). In Paris, she became one of the best-known abstract artists in post-war Europe for her original geometric compositions. After a period of exile in Brazil during the Second World War, she was granted French nationality. The country was her home for the rest of her life and she received the greatest domestic artistic awards. Her career would also become associated with important public art commissions, set design works, tapestry, stained glass and illustration (AR, Maria Helena Vieira da Silva, [online] Available at: https://gulbenkian.pt/cam/artist/maria-helena-vieira-da-silva/; Consulted on: 14-02-2016).

The Pinturas a têmpura exhibition comprised 85 pieces by the painter, using gouache and tempera techniques, selected by exhibition curator and French critic Guy Weelen (1919-1999). The same set of works had, a short time prior, comprised another exhibition organised at the Musée d’Art Moderne in Paris. 

According to the curator, the exhibition aimed to document not only Maria Helena Vieira da Silva’s work over the years 1929-1977, but also the frequency with which she used the pictorial techniques present at the event in her artistic output.

The event’s catalogue included a poem by Sophia de Mello Breyner (1919-2004) and an essay by Agustina de Bessa Luís (1922), both requested by Vieira da Silva herself.

Before the exhibition was produced and set up in the rooms of the Calouste Gulbenkian Foundation, in October 1976, a French television channel requested permission from the Foundation for M. Gérard and Max-Pol Fouchet (1913-1980) to film not only works by Vieira da Silva but also some shots of the Calouste Gulbenkian Museum itself in order to create a documentary about the artist’s life and work. This report was included in the activities running alongside the event.

The plan for complementary activities included a conference given by art critic and writer Max-Pol Fouchet, followed by his report called “Dans l’intimité d’un artiste d’aujourd’hui: Vieira da Silva”. The President of the Republic, António Ramalho Eanes (1935), was part of an official tour of the exhibition on 23 June 1977. As part of the activities associated with the event, other guided tours were also carried out, including one organised for students at the Porto School of Fine Arts led by Fernando Pernes and José Coelho dos Santos.

The exhibition saw high visitor numbers and was met favourably by specialist critics, which led to it being extended for a month until July 1977.


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Ciclo de cinema

[Vieira da Silva e a Escola de Paris]

1977
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 3
Lisboa, Portugal
Conferência / Palestra

A Arte de Vieira da Silva

7 jun 1977
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 3
Lisboa, Portugal
Exibição audiovisual

Dans l'Intimité d'un Artiste d'Aujourd'hui. Vieira da Silva

7 jun 1977
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 3
Lisboa, Portugal
Visita(s) guiada(s)

[Vieira da Silva. Pinturas a Têmpera, 1929 – 1977]

15 jul 1977
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal
Visita oficial

[Vieira da Silva. Pinturas a Têmpera, 1929 – 1977]

23 jun 1977
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias

Conferência «A Arte de Vieira da Silva ». José Sommer Ribeiro (à esq.) e Max-Pol Fouchet (à dir.)
Conferência «A Arte de Vieira da Silva». José de Azeredo Perdigão (ao centro) e Madalena de Azeredo Perdigão (à dir.)
Conferência «A Arte de Vieira da Silva». José de Azeredo Perdigão (ao centro) e Madalena de Azeredo Perdigão (à dir.)
Conferência «A Arte de Vieira da Silva». Max-Pol Fouchet
Conferência «A Arte de Vieira da Silva». Max-Pol Fouchet (ao centro)
Conferência «A Arte de Vieira da Silva». Max-Pol Fouchet (à dir.)
Conferência «A Arte de Vieira da Silva». Max-Pol Fouchet (à esq.) e José de Azeredo Perdigão (à dir.)
Visita oficial. António Ramalho Eanes, presidente da República Portuguesa (ao centro), Manuela Eanes e José de Azeredo Perdigão (atrás, ao centro)
Visita oficial. António Ramalho Eanes, presidente da República Portuguesa (à esq.) e José de Azeredo Perdigão (ao centro)
Visita oficial. Roberto Gulbenkian (atrás, ao centro), Manuela Eanes (ao centro) e Madalena de Azeredo Perdigão (à dir.)
Visita oficial. António Ramalho Eanes,presidente da República Portuguesa (à esq.) e José de Azeredo Perdigão (à dir.)
Visita oficial. José de Azeredo Perdigão (ao centro) e António Ramalho Eanes, presidente da República Portuguesa (à dir.)
Visita oficial. José de Azeredo Perdigão (ao centro) e António Ramalho Eanes, presidente da República Portuguesa (à dir.)
Visita oficial. José de Azeredo Perdigão (ao centro) e António Ramalho Eanes, presidente da República Portuguesa (à dir.)
Visita oficial. Pedro Tamen (à esq.), António Ramalho Eanes, presidente da República Portuguesa, e Manuela Eanes (ao centro), Madalena de Azeredo Perdigão e José de Azeredo Perdigão (à dir.)
Visita oficial. António Ramalho Eanes, presidente da República Portuguesa, e José de Azeredo Perdigão (à esq.)
Visita oficial. Manuela Eanes (à esq.), António Ramalho Eanes, presidente da República Portuguesa, e José de Azeredo Perdigão (ao centro)
Visita oficial. Manuela Eanes e António Ramalho Eanes, presidente da República Portuguesa (à esq.) e José de Azeredo Perdigão (ao centro)
Visita oficial. Manuela Eanes, António Ramalho Eanes, presidente da República Portuguesa, e José de Azeredo Perdigão (à esq.)
Ciclo de cinema «Vieira da Silva e a Escola de Paris». Roberto Gulbenkian (à esq.) e Vitor Alves (à dir.)
Ciclo de cinema «Vieira da Silva e a Escola de Paris». Vitor Alves (ao centro)
Ciclo de cinema «Vieira da Silva e a Escola de Paris». José Sommer Ribeiro (à esq.), José Blanco (ao centro) e Roberto Gulbenkian (à dir.)
Ciclo de cinema «Vieira da Silva e a Escola de Paris». Vitor Alves (à esq.) e Roberto Gulbenkian (ao centro)
Ciclo de cinema «Vieira da Silva e a Escola de Paris». Pedro Tamen e José Blanco (atrás, à esq.), Vitor Alves e Roberto Gulbenkian (atrás, ao centro) e José Sommer Ribeiro (atrás, à dir.)
Ciclo de cinema «Vieira da Silva e a Escola de Paris». Pedro Tamen e José Blanco (atrás, à esq.), Vitor Alves e Roberto Gulbenkian (atrás, ao centro) e José Sommer Ribeiro (atrás, à dir.)
Roberto Gulbenkian (à esq.), Guy Weelen e José de Azeredo Perdigão (ao centro)
Guy Weelen (à dir.)
José de Azeredo Perdigão (ao centro) e José Sommer Ribeiro (à dir.)
Guy Weelen (ao centro)
José de Azeredo Perdigão (atrás, ao centro)
Guy Weelen (ao centro) e José de Azeredo Perdigão (atrás, ao centro)
José de Azeredo Perdigão (ao centro) e José Blanco (atrás, ao centro)
Guy Weelen (atrás, ao centro)
Guy Weelen (ao centro) e José de Azeredo Perdigão (atrás, à dir.)
Guy Weelen (à esq.) e José Blanco (à dir.)
Guy Weelen (atrás, ao centro), José Blanco (ao centro) e José de Azeredo Perdigão (à dir.)
Roberto Gulbenkian (ao centro)

Multimédia


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00109

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convites, textos e maquete do catálogo, correspondência variada, orçamentos, documentos referentes ao empréstimo das obras integradas na exposição, seguros das obras e recortes de imprensa. 1976 – 1978

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/028-D00120

3 provas, p.b.: Montagem (FCG, Lisboa) 1977

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/028-D00122

12 provas, p.b.: inauguração (FCG, Lisboa) 1977

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/028-D00128

7 provas, p.b.: conferência de Max-Pol Fouchet (FCG, Lisboa) 1977

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/028-D00131

12 provas, p.b.: visita oficial (FCG, Lisboa) 1977

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/028-D00134

6 provas, p.b.: Passagem do filme sobre Vieira da Silva (FCG, Lisboa) 1977


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