Retratos de Mulheres, 1998 – 2000

Exposição que consistiu na apresentação de um conjunto de 14 fotografias da artista Sara Anahory (1970). Esta mostra tinha como objetivo a representação de diferentes tipos e estereótipos de mulheres a partir do autorretrato, tipologia desenvolvida pela artista.
Exhibition featuring 14 photographs by artist Sara Anahory (1970). The show represented several stereotypes of women in self-portraiture, an area that was developed by the artist.

Realizada na Sala de Exposições Temporárias do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, entre 20 de junho e 27 de agosto de 2000, esta exposição foi o resultado de um projeto inicialmente intitulado «Personificações», construído a partir da representação de estereótipos de mulheres através de uma metodologia de autorretrato, caracterizado e elaboradamente recriado pela artista Sara Anahory (1970).

No projeto «Retratos de Mulheres, 1998-2000», Sara Anahory usa a câmara como um dispositivo performativo, através da qual a artista plasma o fascínio que diz sentir por mulheres e pelo que elas representam. Inspirando-se no modo como as mulheres lidam com a vulnerabilidade intrínseca à sua existência e com o olhar alheio, e nas personas por elas vividas e interpretadas, consciente ou inconscientemente, a obra de Sara Anahory convida a uma reflexão sobre a questão da identidade através da autorrepresentação.

No seu processo de trabalho observa-se uma assumida influência de Cindy Shermann, mas, apesar do mimetismo do método, as fotografias de Sara Anahory revelam uma deliberada aceitação do erro e da inexatidão, que se assume como marca da sua individualidade estilística.

A viabilização da exposição «Retratos de Mulheres, 1998-2000» deu-se na sequência do apoio financeiro parcial que a artista recebeu da Fundação Calouste Gulbenkian em 1998, momento em que Sara contacta o Serviço de Belas-Artes da FCG com o pedido de subsídio para o desenvolvimento do projeto «Personificações» – cuja primeira apresentação, prevista inicialmente na Galeria Presença, no Porto, viria a realizar-se, de facto, no ano de 2000 em Lisboa, por redirecionamento da artista.

O catálogo da exposição inclui textos do crítico de arte Alexandre Melo («14 Discursos para Sara Anahory»), de Jorge Molder e da artista. No texto da sua autoria, Sara Anahory relata algumas das suas emoções no decorrer do desenvolvimento do seu trabalho.

A cobertura da exposição pela imprensa escrita incluiu artigos no Jornal de Notícias, no Expresso, no Público e no Euronotícias, nos quais, de forma geral, se menciona o relevante trabalho de autorrepresentação como método de reflexão sobre a questão da identidade, que, nas palavras de Jorge Molder, «se insere numa das mais importantes linhas de pesquisa das artes plásticas ao longo das últimas décadas» (Retratos de Mulheres, 1998-2000, 2000, p. 5).

Raphael Fraga, 2019


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Publicações


Material Gráfico


Fotografias


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Belas-Artes), Lisboa / SBA 08940

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém correspondência interna e externa. 1998 – 2000

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00487

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém correspondência interna e externa, catálogo, convite e recortes de imprensa. 1999 – 2000

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 108955

Coleção fotográfica, cor: aspetos (FCG-CAMJAP, Lisboa) 2000


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