As operações de conservação e manutenção (1969-2000)
Em maio de 1976 a Administração da Fundação convida António Facco Viana Barreto, coautor do projeto do Jardim, para desenvolver e acompanhar o processo de revitalização ou adaptação de certas áreas do Parque [i] uma vez que o parque apresentava sinais de degradação devido:
Ações desenvolvidas – primeira fase
As ações desenvolvidas por António Facco Viana Barreta incidiram na zona sul do jardim, nas floreiras, nos pátios [ii] e na mata de ulmeiros a poente. Tiveram como principal objetivo consolidar os princípios que haviam sido definidos como fundamentais, em 1961.
Viana Barreto reforça a plantação arbórea e arbustiva garantindo e sublinhando o papel da vegetação como um dos principais elementos estruturantes do espaço. Implementa um conjunto de medidas que procuram minimizar a falta de mão-de-obra e a carga excessiva de visitantes.
Para atingir esses objetivos, propõe:
Encerramento do Parque
A 30 de outubro de 1979 o conselho de Administração da Fundação concorda com esta proposta e reconhece que, embora se tenha dado cumprimento a todas as medidas indicadas pelo o autor do projeto, (…) parece, não ser possível conter a degradação a que chegou o Parque Calouste Gulbenkian (…) Nestes termos, e aproveitando a construção do Centro de Arte Moderna, o Conselho determinou que deverá, oportunamente, encerrar-se o Parque Calouste Gulbenkian ao público para se efectuar a recuperação e reconversão do Parque em referência. (…) de molde a que o Parque Calouste Gulbenkian esteja em condições de, em julho de 1981, poder ser reaberto ao público por ocasião do início das comemorações do 25º aniversário da Fundação Calouste Gulbenkian.
António Barreto e Ribeiro Telles não aceitaram a localização escolhida para a implantação daquele novo edifício e a partir desta data dão como concluída sua colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian.
Segunda fase de conservação e manutenção
Esta segunda fase de manutenção e conservação realizou-se sob a orientação do arquiteto paisagista Edgar Fontes, que, em 1980, foi contratado para «efetuar a remodelação/recuperação do Parque com vista à integração do Centro de Arte Moderna» [iv].
A 20 de julho de 1984 o jardim é totalmente reaberto ao público.
Entre os anos de 1985 e 2001, a conservação e a manutenção do Jardim é assegurada pela firma Proverde.
Terceira fase de intervenções
Em novembro de 1999, perante a necessidade de instalação de um novo sistema de rega, o Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian decidiu iniciar uma terceira campanha de intervenções de recuperação no Jardim, com a qual se procurou também anular alguma descaracterização que pudesse advir daquela intervenção. Foram rapidamente levantadas e consideradas outras questões como dados programáticos das intervenções a implementar: diminuição dos custos de manutenção; redução do consumo de água; aumento da eficiência energética; necessidade de encontrar soluções para responder com qualidade ao crescente número de visitantes; tornar o Jardim acessível a todos [v]. Esta terceira fase vai ser da responsabilidade de Gonçalo Ribeiro Telles.
[ii]
Pátios do Museu
Pátio dos Congressos
Floreiras
[iii]
Corte Tipo – Muro de Vedação
[iv]
Informação n.º 1384/SC/01 de 28 de setembro de 2001, Arquivo dos Serviços Centrais da Fundação Calouste Gulbenkian.
[v]
Apontamento dos Serviços Centrais Parque Gulbenkian – Ponto da Situação, 22 de novembro de 1999, Arquivo dos Serviços Centrais da Fundação Calouste Gulbenkian.
Documentos desta fase