- Inglaterra, 1877
- Óleo sobre tela
- Inv. 273
O Espelho de Vénus
Integrado no movimento pré-rafaelita, formado em Inglaterra em 1848, Sir Edward Burne-Jones tornou-se um dos grandes nomes de uma nova tendência surgida na década de 1860, designada por Aestheticism. Pode entender-se o tema da presente composição como uma exaltação da beleza ideal, inserindo-se a atmosfera do universo representado numa perspetiva também comum à arte vitoriana tardia.
O pintor recorre a um discurso narrativo mínimo, colocando as figuras poéticas e sonhadoras, que envergam trajes pseudo-clássicos, em distribuição linear, à maneira de friso, de inspiração grega. Mais do que uma semelhança formal de estilo, Burne-Jones procura uma afinidade geral de ambiente renascentista. Clara sugestão do Quattrocento, de Botticelli em particular, a tela privilegia a harmonia decorativa do conjunto e cria, deliberadamente, uma evocação nostálgica do passado.
Tal como O Banho de Vénus, também pertencente à Coleção Gulbenkian, a composição deriva de uma ilustração destinada a The Hill of Venus, integrado no poema The Earthly Paradise, de William Morris, inspirado na lenda medieval de Tannhäuser.
Coleção Frederick R. Leyland. Adquirida por Calouste Gulbenkian a Arthur Ruck, Londres, 29 de setembro de 1924.
A. 120 cm; L. 200 cm
Wood 1981
Christopher Wood, The Pre-Raphaelites. Londres: Weidenfeld and Nicolson, 1981, p. 119.
Sampaio 2009
Luísa Sampaio, Pintura no Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa/Milão: Museu Calouste Gulbenkian/Skira, 2009, pp. 240-241, cat. 109.
Lisboa 2011
Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 2011, p. 189, cat. 168.