- Holanda, 1645
- Óleo sobre tela
- Inv. 1489
Figura de Velho
Rembrandt aborda, nesta pintura, um tema corrente da sua produção artística, a velhice, para o qual também contribuiu com a realização de numerosos autorretratos. Desconhece-se, entretanto, a identidade da figura representada. O rico traje que enverga não fornece indicação quanto à ocupação ou estatuto social do ancião, parecendo antes constituir um adereço pertencente ao ateliê do pintor que o utilizou como elemento de poderoso efeito decorativo.
De grande efeito intimista, a obra concilia a simplicidade formal do gosto holandês com a utilização de colorações quentes à italiana, comuns a outras obras do autor. Realista, expressivo, psicologicamente denso, emocionalmente sugestivo, o retrato revela uma nova forma de narração pictórica, através da qual o espectador é levado a pressentir o espaço espiritual em que a figura é posicionada. Este aspeto é ainda acentuado pela prodigiosa técnica de chiaroscuro desenvolvida pelo pintor.
Tal como Palas Atena, outra tela de Rembrandt adquirida por Calouste Gulbenkian ao Museu do Ermitage em 1930, a obra fez parte da coleção de Catarina II da Rússia.
Coleção Louis Antoine Crozat, Paris; Coleção de Catarina II da Rússia; Museu do Ermitage, São Petersburgo. Adquirida por Calouste Gulbenkian por intermédio de Antikvariat, Moscovo, outubro de 1930.
A. 128 cm; L. 112 cm
Gerson 1968
Horst Gerson, Rembrandt et son œuvre. Amesterdão/Paris: Hachette, 1968, pp. 342-343, 498, n.º 247.
Schwartz 1985
Gary Schwartz, Rembrandt. His Life, His Paintings. Nova Iorque: Viking, 1985, pp. 234-239.
Sampaio 2009
Luísa Sampaio, Pintura no Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa/Milão: Fundação Calouste Gulbenkian/Skira, 2009, pp. 58-59, cat. 20.
Lisboa 2011
Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 2011, p. 119, cat. 93.