Imagens da Arte em Portugal II. Pintura Portuguesa nos Séculos XIX e XX

Exposição itinerante de documentação fotográfica, organizada pelo Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian e comissariada por Artur Nobre de Gusmão. Correspondendo a uma apresentação panorâmica e historiográfica da arte em Portugal e pretendendo cobrir um período extenso e complexo, da Pré-História à contemporaneidade, a exposição foi estruturada em duas edições.
Travelling exhibition of photography documenting art in Portugal in a comprehensive panoramic and historiographic presentation exhibited in two parts, covering pre-historic to contemporary art. The show was curated by Artur Nobre de Gusmão and organised by the Fine Arts Department of the Calouste Gulbenkian Foundation.

Exposição itinerante de documentação fotográfica, organizada pelo Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) e comissariada pelo seu diretor, Artur Nobre de Gusmão, com o intuito de estender a sua circulação a vários pontos do país.

Correspondendo a uma apresentação panorâmica e historiográfica da arte em Portugal e pretendendo cobrir um período extenso e complexo, da Pré-História à contemporaneidade, a exposição foi estruturada em duas edições: a primeira foi concebida para dar a ver alguns exemplares da arte portuguesa desde a Pré-História ao século XVIII; a segunda, que viria a ser apresentada anos mais tarde, em 1990, procuraria representar o período subsequente, compreendendo os séculos XIX e XX.

Num dos catálogos da primeira parte da exposição, o diretor do Serviço de Belas-Artes da FCG justificaria assim o desdobramento da exposição em duas fases de apresentação distintas: «[…] a colecção de exemplos está amputada na sua parte final, que será objecto de uma segunda exposição, tratando, na mesma linha, os séc[ulos] XIX e XX. A não ser assim, mesmo forçando ainda mais as sínteses, chegaríamos a uma exposição extremamente cansativa e a exigir espaços de apresentação que só raramente se encontrariam. […] Não pode autolimitar-se, desta maneira, uma exposição que se deseja itinerante.» (Imagens da Arte em Portugal, 1983)

«Imagens da Arte em Portugal II» começou a ser desenhada em simultâneo com as primeiras montagens da primeira apresentação, contudo, e dado o volume de trabalho que o Serviço de Belas-Artes acumularia nos finais da década de 1970 e início da seguinte, em parte devido à intensa dinamização e circulação das suas exposições itinerantes, esta mostra dedicada à arte portuguesa dos séculos XIX e XX foi sendo sucessivamente adiada (Apontamento do Serviço de Belas-Artes, 20 mai. 1982, Arquivos Gulbenkian, SBA 15575).

Em 1986, determinou-se que a circulação da primeira exposição seria suspensa até 1990, a fim de ser reorganizada e de se proceder a pequenos restauros. Foi, pois, nessa altura que arrancou definitivamente a estruturação desta segunda mostra, complementar à primeira. Nas palavras do técnico da FCG Joaquim Boavida, responsável pelas apresentações, organização dos circuitos e preparação das exposições itinerantes desde 1986, os adiamentos eram justificados internamente nos seguintes termos: «As imagens da arte em Portugal II, cuja organização se iniciou com vista a ser apresentada em Macau, encontra-se ainda incompleta, dado ter sido entretanto adiada essa iniciativa e outras terem absorvido a atenção e disponibilidade económicas existentes.» (Apontamento Serviço de Belas-Artes, 31 dez. 1987, Arquivos Gulbenkian, SBA 15575)

Esta segunda mostra, que abordava a pintura portuguesa dos séculos XIX e XX, pretendeu, através de uma seleção de reproduções fotográficas de pinturas desde o Romantismo à contemporaneidade, traçar uma visão panorâmica do período, apresentar e divulgar a obra de artistas naturalistas (Silva Porto, Henrique Pousão…), assim como de alguns modernistas, desde a primeira (Amadeo de Souza-Cardoso, Almada Negreiros e Eduardo Viana) à terceira geração (Paula Rego, Joaquim Rodrigo e Noronha da Costa).

Foi por ocasião da celebração de um convénio entre a Fundación Barrié de la Maza e a Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito da História da Arte, que esta mostra foi exibida pela primeira vez, em Pontevedra, em simultâneo com a primeira edição da exposição, «Imagens da Arte em Portugal I», viajando posteriormente até à Corunha.

Individualmente, a exposição foi ainda apresentada em Lamego e Melgaço, contando nestas apresentações com a inclusão de um núcleo dedicado à arquitetura portuguesa do século XX, concretizada nos aspetos fotográficos do edifício Sede e Museu da Fundação Calouste Gulbenkian, da autoria de Ruy d'Athouguia, Alberto Pessoa e Pedro Cid, e o Centro de Arte Moderna, atual Museu Gulbenkian – Coleção Moderna, projetado pelo arquiteto inglês Leslie Martin.

A tipologia das exposições de documentação fotográfica foi a que mais vigência teve nestas primeiras apostas da FCG na itinerância alargada, não apenas pela facilidade de transporte e pelas dimensões mais adaptáveis, como ainda por permitir menos custos com montagens, seguros das obras e eventuais restauros – dado que as peças, ao serem submetidas a constantes processos de embalagem, transporte e montagem, estavam mais vulneráveis a eventuais danos.

A intenção descentralizadora e didática que orientava a aposta na programação das exposições itinerantes marcou a atividade da FCG especialmente entre a década de 1970 e a seguinte. Nas palavras do técnico da FCG Joaquim Boavida, os propósitos e os resultados deste investimento na circulação de exposições eram apresentados internamente nos seguintes termos: «[…] algumas informações que nos vão chegando através das entidades locais permitem-nos concluir que esses números [de visitantes] são muito apreciáveis, pelo que, dadas as características didácticas das exposições, do público a que se destinam e dos locais em que são apresentadas (Universidades, Escolas, Museu, Centros Culturais, Bibliotecas, Casas do Povo, Câmaras Municipais, Comissões de Defesa do Património, etc.), podemos afirmar com segurança que os objectivos de difusão e descentralização cultural, desde sempre preocupação deste Serviço e razão principal da manutenção desta actividade, estão a ser completamente alcançados.» (Apontamento do Serviço de Belas-Artes, 11 dez. 1986, Arquivos Gulbenkian, SBA 15575)

Nas suas duas edições, a exposição contou uma ampla circulação, da qual se destacam as suas 24 apresentações, realizadas num período de onze anos, sobretudo de itinerâncias nacionais, mas também com cinco mostras internacionais.

Filipa Coimbra, 2017


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Ciclo de conferências

Panorámica da Historia da Arte en Portugal

2 mai 1990 – 4 mai 1990
Museo de Pontevedra
Pontevedra, Espanha

Publicações


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Belas-Artes), Lisboa / SBA 15584

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém catálogos, calendário de itinerâncias e material fotográfico. 1991

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Belas-Artes), Lisboa / SBA 25115

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém catálogos e calendário de itinerâncias. 1991 – 1990

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Belas-Artes), Lisboa / SBA 15575

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém informações sobre exposições itinerantes realizadas neste período. 1983 – 1992

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Belas-Artes), Lisboa / SBA 10931

Pasta com documentação referente à produção da exposição em Espanha e ao convénio assinado pela FCG e a Fundación Barrié de la Maza. Contém orçamentos, correspondência recebida e expedida, catálogo, ofícios internos, recortes de imprensa e elementos para o catálogo. 1991


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