Organizada com o objetivo de divulgar e valorizar a talha portuguesa, expressão artística «que, com o azulejo, constitui tão original campo de criação na Arte portuguesa como notoriamente se tem reconhecido», esta exposição foi apresentada por Artur Nobre de Gusmão (1920-2001), numa das várias edições do catálogo, como uma «abreviadíssima síntese» do inventário sistemático da talha portuguesa em território nacional realizado pelo historiador norte-americano Robert Chester Smith (1912-1975) e subsidiado pela Fundação Calouste Gulbenkian (A Talha em Portugal, 1980).

A mostra, concebida como exposição itinerante, e que veio a ser apresentada em várias cidades portuguesas e estrangeiras ao longo de praticamente trinta anos, estruturava-se em torno da exibição de 87 fotografias da autoria de Robert Smith, sendo ainda apresentados alguns fragmentos de talha, «cópias executadas para nós pela Fundação Ricardo Espírito Santo» (Ibid.).

O conjunto de fotografias selecionado viria a constituir integralmente o núcleo «Talha» apresentado nas exposições «Aspectos da Arquitectura Barroca Luso-Brasileira» (São Salvador, 1968) e «Aspectos da Arte em Portugal no Século XVIII» (itinerância por várias cidades portuguesas entre 1973 e 1986).

A exposição foi concebida originalmente para complementar o curso de História da Arte em Portugal, com regência de João Couto, então diretor do Museu Nacional de Arte Antiga, engenheiro Veiga Ferreira, professor Scarlat Lambrino, D. Fernando de Almeida, Artur Nobre de Gusmão, Jorge Henriques Pais da Silva, engenheiro Santos Simões, professor Mário Chicó, Florido de Vasconcelos, e Adriano de Gusmão.

Os resultados do trabalho de inventariação realizado por Robert Smith encontram-se disponíveis na Biblioteca de Arte da FCG (A Talha em Portugal [Material gráfico], fotografias e inventário de Robert Chester Smith; colaboração fotográfica de José Marques de Abreu [et al.], CFT008).

Joana Baião, 2014