A exposição «Artistas Falam de Arte», mostra de documentação fotográfica, foi organizada para acompanhar o curso/ciclo de palestras com o mesmo título. A ideia para a organização de um curso desta natureza remonta ao final de 1964; contudo, várias dificuldades de agendamento (disponibilidade dos artistas, disponibilidade do auditório, intenso programa de trabalhos do Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian) levaram a que a iniciativa só se concretizasse em 1967 (Apontamento do Serviço de Belas-Artes, 29 out. 1964; 11 abr. 1966, Arquivos Gulbenkian, SBA 13713).

O objetivo da exposição era apresentar imagens que dariam ao público «uma ideia acerca de alguns dos aspectos decorrentes da actividade dos artistas» (Apontamento do Serviço de Belas-Artes, 15 fev. 1967, Arquivos Gulbenkian, SBA 13713).

A mostra era constituída por painéis com imagens de retratos, ateliês, obras, exposições, etc., sendo documentados «o arquitecto, o pintor e o escultor, em diversas épocas da antiguidade greco-latina aos nossos dias». As imagens eram acompanhadas de frases extraídas de textos dos artistas representados, ou a eles relativas. A seleção das citações tinha como propósito «exemplificar definições de arte ou de técnicas, conceitos estéticos, problemas técnicos, etc.», imprimindo à exposição «um carácter essencialmente didáctico» (Ibid.).

Esta exposição foi concebida prevendo-se a sua itinerância, «conjugada com este ou outros ciclos de palestras a promover» (Ibid.), no entanto não há registo da sua remontagem.

Como programação associada à exposição, organizou-se um ciclo de conferências com a participação dos pintores Almada Negreiros (1893-1970), Jorge Barradas (1894-1971) e Thomaz de Mello (1906-1990), dos escultores Lagoa Henriques (1923-2009) e Charters de Almeida (1935), e dos arquitetos Fernando Távora (1923-2005) e Nuno Portas (1934).

Joana Baião, 2015