A exposição «Na Rota dos Navegadores Portugueses» foi inaugurada a 13 de julho de 1988, no Hall da Zona de Congressos da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), e contou com a presença de Mário Soares – o presidente da República foi recebido na exposição por José de Azeredo Perdigão, presidente da Fundação, e «percorreu demoradamente a exposição na companhia do autor [Michael Teague] e de Vítor de Sá Machado» («Da autoria de Michael Teague…», Diário de Notícias, 15 jul. 1988).

A mostra foi realizada por ocasião da edição do livro de fotografias de Michael Teague (1932-1999), que contou com o apoio da FCG e da editora Quetzal. O livro foi publicado em inglês, tendo sido planeada a sua edição em francês e alemão. Com este trabalho, Teague visava mostrar a herança dos Descobrimentos portugueses nos países que fotografou, contando a história de um ponto de vista épico e refletindo sobre a «coragem e espírito de aventura» com que os portugueses viajaram pelo mundo (Na Rota dos Navegadores Portugueses…, 1985).

As fotografias mostram cenários arquitetónicos, incidindo na arquitetura religiosa ligada à época dos Descobrimentos, paisagens naturais e ruas, que, por vezes, incluem a figura humana. Esta foi a segunda vez que Michael Teague expôs na Fundação Calouste Gulbenkian; a primeira havia sido em 1985, quando mostrou, no Hall da Zona de Congressos da Sede, um conjunto de fotografias subordinado ao tema dos Descobrimentos.

Comparando as duas exposições, consegue-se perceber que a mostra de 1988 ocupou um espaço mais vasto, não só pelo maior número de fotografias expostas, mas também pela sua distribuição mais ampla. As fotografias, de dimensões superiores às das fotografias da exposição de 1985, foram dispostas em grupos de duas, em painéis brancos verticais e mostradas em núcleos divididos por localização geográfica.

Acessível na Biblioteca de Arte da FCG, a coleção Na Rota dos Navegadores Portugueses é constituída por três momentos: um conjunto de 60 fotografias a cores, exposto no Hall da Zona de Congressos, em 1985, adquirido pela Fundação no ano anterior; e dois conjuntos adquiridos em 1988: um de «106 fotografias a preto-e-branco, 4 fotografias a cores e 6 painéis», e outro de 31 fotografias a cores (Apontamento do Serviço de Cooperação com os Novos Estados Africanos, 24 nov. 1993, Arquivos Gulbenkian, COOP 01017).

Além destes três conjuntos, foi ainda constituído um outro, de 50 fotografias reduzidas a um tamanho standard, a partir dos negativos da coleção de 100 fotografias a preto-e-branco, que tinha como objetivo levar a exposição a um número mais alargado de países.

A itinerância da exposição levou a coleção a Évora, onde esteve patente, em julho de 1989, no Palácio D. Manuel, a pedido da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, e na Universidade de Évora, em abril de 1990, por ocasião do II Encontro da Associação das Universidades de Língua Portuguesa. Fora de Portugal, a exposição foi mostrada, em agosto de 1988, na Anglo-Portuguese Foundation, em Londres (Reino Unido), a pedido da delegação da Fundação Calouste Gulbenkian, e, entre 22 de março e 2 de abril de 1991, no Royal Estate Show, em Sydney (Austrália), a pedido da Comissão Nacional para os Descobrimentos Portugueses. De 8 a 13 de julho de 1993, a exposição esteve em Santiago do Chile, no Museo de Artes Decorativas, sendo mostrada, depois, na Universidad Austral de Valdvia, de 6 a 17 de setembro de 1983.

Em seguida, foi apresentada no Brasil, onde esteve em São Paulo, de 20 de novembro a 15 de dezembro de 1993, em Curitiba, de 28 de junho a 24 de julho de 1994, e em Florianópolis, de 5 a 19 de agosto de 1994.

A exposição foi ainda organizada em Maringá, Londrina e Brasília, embora não tenha sido possível apurar as datas respetivas.

Carolina Gouveia Matias, 2018