Construcionistas Britânicos

Exposição de gravuras e suas matrizes organizada com o objetivo de dar a conhecer ao público português o espólio da coleção do casal José Mindlin e Guita Mindlin. Foram expostos 34 artistas num total de 195 obras, que oscilavam entre a gravura e matrizes.
Exhibition of works by British artists identified as constructivists included in the longest-standing section of the Calouste Gulbenkian Foundation’s British Art Collection. The show was inspired by an artwork by Victor Pasmore, which was also featured in the display.

Exposição que apresentou uma seleção de trabalhos pertencentes ao mais antigo núcleo da coleção de arte britânica do Centro de Arte Moderna, que começou a ser constituída em 1959.

A exposição da coleção com que o Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão reabriu as suas portas em abril de 2001 cruzava práticas artísticas nacionais e internacionais do século XX. Entre os artistas estrangeiros representados, encontrava-se Victor Pasmore (1908-1998), com a obra Abstract in White, Black and Maroon (1956-1957). É a partir da relevância da viragem deste artista britânico para a abstração e para as pesquisas construtivas britânicas do pós-guerra, a par das teorias do artista abstrato norte-americano Charles Biederman divulgadas na obra Art as the Evolution of Visual Knowledge (1948), que esta exposição temática é concebida, como explica a curadora Ana Vasconcelos e Melo no texto de sala.

Todos os artistas que pertenceram ao grupo apresentado pelo curador e crítico Lawrence Alloway em Nine Abstract Artists (1954), e que Kenneth Martin apelida de «construcionistas», se encontram representados na coleção do CAMJAP, tendo formado os primeiros núcleos da mostra «A Ilha do Tesouro» (1997), comissariada por Jorge Molder e Rui Sanches.

Os «construcionistas», assim designados como forma de se diferenciarem do construtivismo russo da segunda década do século XX e da abstração britânica dos anos 30, aspiravam a uma arte não-figurativa, concreta e racionalista. Adrian Heath, que trabalhou na Cornualha antes e depois da Segunda Guerra Mundial, fez a ponte entre a corrente londrina e os artistas abstratos de St. Ives. No entanto, esta mostra centra-se nos primeiros, que exploram intensamente construções em relevo.

Na área de exposições rotativas do piso 01 foi apresentada uma seleção de trabalhos, construções abstrato-geométricas em relevo, de Kenneth e Mary Martin, Gillian Wise e Anthony Hill. Estas obras foram adquiridas entre 1963 e 1982, tendo como intermediário o British Council, ao qual a partir de 1959 a Fundação Calouste Gulbenkian passa a atribuir um subsídio para «aquisição de arte britânica contemporânea, tendo como principal directiva a atenção que deveria ser dada às obras de artistas mais jovens» (A Ilha do Tesouro, 1997, p. 19).

Usando as palavras de Alexandre Pomar, que dedica a esta mostra um breve artigo no jornal Expresso, os trabalhos expostos caracterizam-se por «pesquisas formais geometrizadas, de maior ou menor rigor matemático nos seus jogos de assimetria e equilíbrio, e pela conjugação de espacializações construídas e ilusórias, ao mesmo tempo que exploravam a plasticidade de diferentes materiais, como a fórmica e o plexiglas» (Pomar, Expresso, 3 ago. 2001, p. 24). A inexistência de registos fotográficos da exposição ou de uma publicação a ela dedicada impossibilita uma análise mais aprofundada.

A esta mostra seguiu-se «José Barrias. Barragem», patente entre 7 de janeiro e 29 de junho de 2003.

Mariana Roquette Teixeira, 2019

Exhibition presenting a selection of works from the oldest area of the Modern Art Centre’s British collection, first formed in 1959.

The exhibition of the collection with which the Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão [José de Azeredo Perdigão Modern Art Centre] reopened its doors in April 2001 built bridges between 20th century Portuguese and international artistic practices. The foreign artists featured included Victor Pasmore (1908-1998), with his piece Abstract in White, Black and Maroon (1956-1957). As its curator Ana Vasconcelos e Melo explains in the exhibition text, the themed exhibition was inspired by the impact of this British artist’s turn towards abstraction and British post-war exploration of constructivism and the theories set out by North American abstract artist Charles Biederman in his book Art as the Evolution of Visual Knowledge (1948).

All of the artists belonging to the group presented by critic Lawrence Alloway in Nine Abstract Artists (1954), who Kenneth Martin referred to as the “constructionists”, are represented in the CAMJAP collection, having featured in the first areas of the exhibition “A Ilha do Tesouro” (Treasure Island) (1997), curated by Jorge Molder and Rui Sanches.

The “constructionists”, so called to differentiate them from 1920s Russian constructivism and 1930s British abstraction, aspired to create concrete, rationalist, non-figurative art. Adrian Heath, who worked in Cornwall before and after the Second World War, represents a bridge between the London school and the abstract artists of the St. Ives group. However, this exhibition focuses on the former, who explored the full potential of relief construction.

The lower ground floor temporary exhibition gallery featured a selection of abstract, geometric relief constructions by Kenneth and Mary Martin, Gillian Wise and Anthony Hill. These works were purchased between 1963 and 1982, with the British Council acting as an intermediary. From 1959, this institution received a grant from the Calouste Gulbenkian Foundation for the “purchase of contemporary British art, the main condition being that the emphasis must be placed on the work of young British artists” (A Ilha do Tesouro, 1997, p. 19).

In the words of Alexandre Pomar, who wrote a short article on the exhibition in newspaper Expresso, the works on display are characterised by “the study of geometric forms, employing varying levels of mathematical rigour in their exploration of asymmetry and balance and their combination of constructed and illusory spaces, all the while exploring the physical properties of different materials, such as Formica and plexiglass (Pomar, Expresso, 3 Aug 2001, p. 24). The lack of photographic records of the exhibition or a dedicated publication makes it impossible to analyse it in greater detail.

This exhibition was followed by “José Barrias. Barragem” (José Barrias. Dam), which ran from 7 January to 29 June 2003.


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Coleção Gulbenkian

Relief

Anthony Hill (1930-)

Relief, 1961-1962 / Inv. RE14

Relief Construction

Anthony Hill (1930-)

Relief Construction, 1960-1961 / Inv. RE15

Relief Construction

Anthony Hill (1930-)

Relief Construction, 1963-1964 / Inv. RE11

Relief Construction C7(2)

Anthony Hill (1930-)

Relief Construction C7(2), 1963 / Inv. RE12

Relief Construction

Gillian Wise (1936-)

Relief Construction, Inv. RE20

Screw Mobile

Kenneth Martin (1905-1984)

Screw Mobile, Inv. EE2

Pierced Relief

Mary Martin (1907-1969)

Pierced Relief, Inv. RE8


Publicações


Periódicos


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