Factos e acontecimentos artísticos em Portugal de 1900 a 1940
1900 – 1909
Exposição Universal de Paris
Aberta com pompa e circunstância no dia 14 de abril, esta exposição teve cerca de 81 mil expositores e contou com mais de 50 milhões de visitantes vindos de todos os continentes. Portugal teve dois pavilhões, o colonial e o das matas, caça e pesca, ambos da autoria do arquiteto Miguel Ventura Terra (1866-1919). O júri do concurso responsável pela escolha da representação portuguesa rejeitou os projetos apresentados pelo arquiteto Raul Lino (1879-1974), preferindo os da autoria de Ventura Terra, desenhados numa linguagem arquitetónica bem mais ao estilo do gosto cosmopolita e eclético da época, inspirado pela parisiense École des Beaux Arts, onde aquele arquiteto fez a sua formação.
Início de publicação da revista “Ilustração portuguesa”
Propriedade de José Joaquim da Silva Graça (1858-1931) – um dos administradores e proprietário do jornal O Século – a revista teve vários diretores e editores, entre os quais os escritores Carlos Malheiro Dias e António Ferro. Ao longo dos anos, a revista contou com as ilustrações de um leque de artistas da primeira geração de modernistas, como Stuart Carvalhais, Jorge Barradas, Mily Possoz, Roberto Nobre, Bernardo Marques e Almada Negreiros.
Illustração portugueza : revista semanal dos acontecimentos da vida portugueza : vida social, vida política, vida artística, vida litteraria, vida mundana, vida sportiva, vida domestica. Lisboa : Empreza d’O Século, [1903-1993]. Biblioteca de Arte. PAP 526; PASC 13; PBB 13; PCIR 40; PRS 561
Início de publicação da revista “Construção moderna”
Dirigida por um grupo de Construtores, com a colaboração de ‘Distinctos Technicos da Especialidade’, foi um periódico de arquitetura, publicado entre 1 de fevereiro de 1900 e 25 de julho de 1919.
A construcção moderna : revista quinzenal illustrada. Lisboa: Imprensa Lucas, 1900-1919. Biblioteca de Arte. PAQT 125
Início de publicação da revista “Burlington magazine for connoisseurs”
Quando em Londres surgiu o número inaugural da revista The Burlington magazine, o século XX dava os primeiros passos, contaminado pela atmosfera artística do fin de siècle, marcada pela agitação, inquietação e experimentação. Foi neste contexto que surgiu na capital britânica, fundada por personalidades como o pintor Roger Fry (1866-1934) e o historiador de arte Bernard Berenson (1865-1959), a revista Burlington magazine for connoisseurs. Afirmando que pretendia contribuir para um maior prazer estético na fruição das obras de arte, contextualizando-as na sua época de criação, dirigia-se a colecionadores e amantes da arte como Calouste Gulbenkian, que a comprou desde o primeiro número.
Publicação de “The works of John Ruskin”
Amadeo de Sousa Cardoso parte para Paris
Em 14 de novembro, depois de ser aprovado com distinção nos exames de Desenho na Academia, para onde tinha vindo estudar, Amadeo, então com 19 anos, partiu para Paris. A capital de França era por estes anos o destino obrigatório para os aspirantes a arquitetos e artistas. Instalado numa casa do Boulevard Montparnasse com o apoio paterno, Amadeo convive com outros artistas portugueses, como Manuel Bentes (1885-1961), Emmerico Nunes (1888-1968), Francis Smith (1881-1961) e Eduardo Viana (1881-1967), que também aí vivem e estudam a expensas das bolsas do estado português.
Amadeo de Sousa Cardoso na coleção do Centro de Arte Moderna
Picasso pinta “Les Demoiselle d’Avignon”
Inauguração do primeiro pavilhão estrangeiro na Bienal de Veneza
A Bélgica foi o primeiro país a construir um pavilhão na Bienal de Veneza. A iniciativa pertenceu a Fierens-Gevaert, director-geral belga de Belas Artes; Léon Sneyers foi o arquiteto responsável pelo projecto do edifício e da decoração interior.
Regicídio
Em Portugal, o ano começou com graves tensões políticas que levaram à prisão de vários opositores republicanos após uma tentativa de golpe, em 28 de janeiro. No dia 1 de fevereiro, o rei D. Carlos I (1863-1908) e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe (1887-1908), foram alvejados mortalmente no Terreiro do Paço (ou Praça do Comércio), em Lisboa, quando regressavam de Vila Viçosa. Os autores do atentado, Manuel Buíça (1876-1908) e Alfredo Costa (1873-1908), com ligações ao movimento da Carbonária, foram capturados e abatidos no local. A sucessão ao trono foi assegurada pelo filho mais novo de D. Carlos e de D. Amélia de Orleães, aclamado como D. Manuel II (1889-1932), rei de Portugal, no dia 6 de maio.
Publicação de “Manifesto futurista” de F. T. Marinetti
Formação da companhia Ballets Russes
1910 – 1919
Publicação de “Manifesto dos pintores futuristas” de Boccioni, Carrá, Russolo, Balla e Severini
Implantação da República em Portugal
O progressivo agravamento do panorama político e governativo desde 1908, acabou por levar à proclamação da República, no dia 5 de outubro. Chegava ao fim a monarquia vigente desde 1143. O rei deposto, D. Manuel II, seguiu com a família real para o exílio, em Inglaterra. Um governo provisório dirigiu o país até à aprovação, em agosto de 1911, de uma nova Constituição que deu início à Primeira República. O novo regime substituiu os símbolos nacionais: o hino nacional – que passou a ser “A Portuguesa” – a bandeira e a moeda.
Publicação do livro “Do espiritual na arte” = “Über das Geistige in der Kunst” de W. Kandinsky
Criação do Museu Nacional de Arte Contemporânea
A criação do Museu Nacional de Arte Contemporânea, pelo Decreto-Lei de 26 de maio de 1911, inseriu-se num contexto de ação mais vasto do regime republicano, de uma rede museológica nacional articulada, de modo a dotar o país dos instrumentos necessários à salvaguarda e divulgação da arte e do património. Nascido da divisão do antigo Museu Nacional de Belas-Artes, o Museu Nacional de Arte Contemporânea ficou instalado, a título provisório, no extinto Convento de São Francisco, Lisboa, onde já estavam a Academia Nacional de Belas-Artes e a Biblioteca Pública (futuramente nacional). Com um acervo focado na produção artística posterior a 1850, composto por obras dos nomes mais significativos do Romantismo e do Naturalismo, teve como primeiro diretor o pintor Carlos Reis.
Diogo de Macedo parte para Paris
Nascido em 22 de novembro de 1889, Diogo de Macedo concluiu o curso na Academia Portuense de Belas Artes e logo a seguir partiu para Paris, à semelhança de outros artistas portugueses que lá faziam os seus estudos artísticos, como Amadeo de Sousa Cardoso e Emmerico Nunes, por exemplo. Nesta primeira estadia, frequentou as Academias de Montparnasse, nomeadamente a Académie de la Grande Chaumière, e trabalhou no ateliê do escultor Antoine Bourdelle (1861-1929).
Exposição “livre” no Salão Bobone (Lisboa)
I Exposição dos Humoristas (Lisboa)
Publicação do álbum “XX dessins” de Amadeo de Sousa Cardoso
Publicação de “Manifesto técnico da escultura futurista” de Boccioni
Publicação de “Manifesto técnico da literatura futurista” de F. T. Marinetti
Publicação de “I poeti futuristi”
II Exposição dos Humoristas (Lisboa)
Primeira exposição de Almada Negreiros
Armory Show – International Exhibition of Modern Art, Nova Iorque
Amadeo de Sousa Cardoso foi um dos artistas europeus que a organização do Armory Show, a primeira exposição de arte de vanguarda realizada nos Estados Unidos, convidou para apresentar as suas obras. A par de Picasso, Matisse e Marcel Duchamp, entre outros, as 8 obras de Amadeo estiveram expostas na “sala cubista” e 7 delas foram vendidas a colecionadores americanos.
Publicação de “L’antitradition futuriste : manifeste=synthèse” de Apollinaire
Publicação de “L’art des bruits : manifeste futuriste” de Russolo
Publicação de “Les peintres cubistes : médiations esthétiques” de Apollinaire
Les peintres cubistes : médiations esthétiques / Guillaume Apollinaire. 5ème édition. Paris : Eugène Figuière, 1913. Biblioteca de Arte. AP 9160
Início da I Guerra Mundial com a invasão da Sérvia pelos exércitos do império austro-húngaro em 28 de junho
Publicação de “La splendeur géometrique et mécanique et la sensibilité numérique” de F. T. Marinetti
A entrada da França na I Guerra levou ao regresso a Portugal de Amadeo, Santa-Rita, José Pacheko, Armando Basto e Diogo de Macedo
O pintor Columbano Bordalo Pinheiro assume a direção do Museu Nacional de Arte Contemporânea
Durante os anos em que se manteve como diretor (1914-1927), não houve alteração nas orientações programáticas iniciais do Museu Nacional de Arte Contemporânea. Embora este período tenha coincidido com a “Exposição dos Livres” (1911), as exposições dos humoristas (1912 e 1913) e as manifestações dos grupos do “Orpheu” e da “Contemporânea”, excluídas do acervo do Museu Nacional de Arte Contemporânea ficaram as obras de artistas da primeira geração do modernismo – excepção feita a um óleo de Eduardo Viana, adquirido em 1913 – o que levou José Pacheko, em 1925, a reclamar o encerramento do museu. Sob a direção de Columbano realizaram-se trabalhos de melhoramento e ampliação, acrescentando-se mais algumas salas, que passaram a ser 5 grandes e 3 de menor dimensão, uma delas dedicada à escultura.
Columbano Bordalo Pinheiro na coleção do Centro de Arte Moderna
I Exposição dos Humoristas (Porto)
Publicação de “Orpheu : revista trimestral de literatura”
Publicação de “Manifesto anti-Dantas” de Almada Negreiros
Manifesto anti-Dantas e por extenso / por José de Almada-Negreiros poeta d’Orpheu futurista e tudo. [Lisboa] : José de Almada-Negreiros, [1915]. Biblioteca de Arte. LT 6603
Eduardo Viana regressa de Paris
Sonia e Robert Delaunay em Portugal
Publicação de “Manifesto suprematista” de Kazimir Malevitch
Portugal entra na I Guerra Mundial
Portugal entrou oficialmente na I Guerra Mundial a 9 de março, ao lado dos países aliados – Reino Unido, França, Rússia – e após a declaração de guerra da Alemanha, embora já combatesse em África desde 1914. Sob um governo de “União Sagrada”, liderado por António José de Almeida, Norton de Matos, ministro da Guerra, preparou em nove meses o Corpo Expedicionário Português (conhecido como o “milagre de Tancos”), para ir combater na Flandres (França) e nas expedições militares enviadas para Angola e Moçambique. A participação nacional no conflito ficou marcada pela pesada derrota sofrida na batalha de La Lys (Flandres) em abril de 1918.
Publicação do catálogo de apresentação de Amadeo de Sousa Cardoso, edição do próprio
Amadeo de Sousa Cardoso expõe em Lisboa e no Porto
Movimento Dada em Zurique
José Pacheko abre uma Galeria das Artes
1917
As primeiras páginas dos jornais de Lisboa dividiam-se entre as notícias sobre a frente de batalha, a revolução dos sovietes na Rússia e a agitada situação interna, com especial destaque, em dezembro, para o golpe de estado militar que colocou Sidónio Pais no poder. Em abril, mereceu também espaço a controversa sessão da “I Conferência Futurista”, realizada por Almada Negreiros no Teatro República (atual São Luís). No campo das artes e das letras a segunda década do século XX foi, em Portugal, um tempo de inquietações e ruturas estéticas, protagonizado por uma nova geração de artistas – alguns, como Amadeo e Santa-Rita, regressados de Paris por causa da guerra – que rompeu com o gosto dominante, preso ainda a um naturalismo ultrapassado.
Sessão futurista realizada por Almada Negreiros no Teatro República (Lisboa)
Publicação de “K4, o quadrado azul” de Almada Negreiros e Amadeo de Sousa Cardoso
Publicação de “Portugal futurista”
Companhia Ballets Russes atua em Lisboa no final do ano
Em novembro, o primeiro e único número da revista Portugal futurista, publicou um inflamado texto-manifesto onde o autor, Almada Negreiros (embora assinado também por José Pacheko e Ruy Coelho), anunciava entusiasticamente: “OS BAILADOS RUSSOS estão em Lisboa! Isto quer dizer: Uma das mais bellas étapes da civilização da Europa moderna está na nossa terra!”, e exortava vigorosamente: “Aproveita, portanto, Portuguez! Vae ver os BAILADOS RUSSOS.”
Dos espetáculos no Coliseu – os Ballets Russes estiveram em Lisboa até final de março de 1918 e apresentaram-se depois no Teatro São Carlos – guarda-se no acervo da Biblioteca de Arte este exemplar do “Programa especial extraordinário”. O que o torna “especial” são as ilustrações e a composição gráfica da contracapa, da autoria de Jorge Barradas (1894-1971), um dos modernistas “da primeira geração”, e um dos principais ilustradores destes anos, tendo contribuído para a renovação do desenho e do grafismo, com as ilustrações em várias publicações. Para ilustrar este “programa especial”, inspirado certamente pelos sumptuosos e coloridos cenários e figurinos criados por Léon Bakst para os bailados “orientais”, Barradas desenhou uma figura masculina, de vestes amplas e de cores fortes, turbante e grande sabre, numa composição graficamente criativa e original que, curiosamente, fazia publicidade não aos Ballets russos, mas às bolachas da fábrica “Nacional”.
Início da publicação da revista “De Stijl”
Na Rússia, um movimento revolucionário termina com o regime monárquico da dinastia Romanov
Morte de Amadeo de Sousa Cardoso
A I Guerra Mundial estava prestes a finalizar, e em Manhufe Amadeo de Sousa Cardoso planeava o seu regresso a Paris logo que fosse possível. A sua vida foi, contudo, brusca e tragicamente interrompida em 25 de outubro, quando faleceu em Espinho, com apenas 30 anos, vitimado pela “pneumónica” ou “gripe espanhola”, como foi designada entre nós. Esta devastadora pandemia, que durou entre janeiro de 1918 e dezembro de 1920, infetou cerca de um quarto da população mundial e vitimou entre 17 e 50 milhões de pessoas.
Morte de Santa-Rita Pintor
Projeto do Cinema Tivoli (Lisboa) por Raul Lino
No final da década de 1910, surgem em Lisboa novos equipamentos ligados ao lazer, como o Cineteatro Tivoli, projeto de 1918 do arquiteto Raul Lino (1879-1974), inaugurado em 1924 na Avenida da Liberdade. Construído quando se afirmava na arquitetura a linguagem formal do Movimento Moderno, Raul Lino adotou neste projeto um traçado onde predomina uma estética de influência clássica, prolongada nas soluções decorativas dos diversos espaços do interior. A planta revela um ajuste perfeito ao enquadramento urbano, tirando partido da sua posição de gaveto através de um corpo cilíndrico, com uma cobertura em forma de cúpula, com um pequeno zimbório. Considerada a melhor sala de espetáculos da capital, originou a expressão “ir ao Tivoli” que cedo se tornou sinónimo de prestígio para a elite lisboeta.
Fim da I Guerra Mundial
Almada Negreiros parte para Paris
Publicação de “A nossa casa” do arquiteto Raul Lino
Entre 1918 e 1923 publicaram-se 4 edições do livro A nossa casa: apontamentos sobre a construção das casas simples. Este “livrinho” como lhe chamou o seu autor, o arquiteto Raul Lino, pode ser enquadrado entre os numerosos títulos que se vinham publicando desde meados do século XIX, tanto na Europa como nos Estados Unidos, sobre arquitetura doméstica e construção de casas unifamiliares.
Eduardo Viana pinta “O homem das louças”
1920 – 1929
III Exposição dos Humoristas (Lisboa)
Início da publicação da revista “ABC”
Revista portuguesa onde colaboraram Jorge Barradas, Stuart Carvalhais, Emmerico Nunes, entre outros.
ABC, revista portuguesa / dir. Rocha Martins ; ed. Fausto Villar. Lisboa : ABC, 1920-1940. Biblioteca de Arte. PACL 249; PBB 187
Início da publicação da revista “L’esprit nouveau”
Publicação na revista “De Stijl” do ensaio “O neoplasticismo na arte pictoral” de Mondrian
Piet Mondrian : a portfolio of 10 paintings / with an essay by Piet Mondrian ; introduction by Harry Holtzman. New Haven, Conn. : Ives-Sillman, 1967. Exemplar n.º 30/150. Biblioteca de Arte. E-P 152
Publicação na revista berlinense “Tribune des Kunst und der Zeit” do ensaio “Confissão criativa” de Paul Klee
Paul Klee : catalogue raisonné / edited by The Paul Klee Foundation, Museum of Fine Arts, Berne ; concept of the catalogue Marianne Burki… [et al.]. London : Thames and Hudson, 1998-2000. 9 volumes. Biblioteca de Arte. P 5598-5598h
Almada Negreiros regressa de Paris
Diogo de Macedo volta a viver em Paris
Publicação de “Leviana” de António Ferro, com desenhos de António Soares
Diogo de Macedo prepara álbum de desenhos
Cristiano Cruz parte para África
Os “Novos” tentam dominar a Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa)
Início da publicação da revista “Contemporânea”
Contemporanea : grande revista mensal / dir. José Pacheco ; editor Agostinho Fernandes. [S.l. : s.n., 1915-1926]. Biblioteca de Arte. PACL 268; PAP 483; PBB 41; PRS 44
Exposição dos 5 Independentes – Alfredo Migueis, Diogo de Macedo, Dórdio Gomes, Francisco Franco, Henrique Franco
Livros queimados por ordem do Governo Civil de Lisboa
A escritora e poetisa modernista Judite Teixeira (1873-1959) publica o livro de poemas Decadência, que é objeto de acesa polémica e ataques conservadores, sendo queimado por ordem do Governo Civil de Lisboa, juntamente com o livro Sodoma divinisada, de Raul Leal e o livro Canções de António Boto, sob a acusação de serem “imorais”.
Decadencia : poemas / por Judith Teixeira. 2.ª edição. Lisboa : Libanio da Silva, 1923. Biblioteca de Arte. BB 12520
Sodoma divinisada / por Ravl Leal. Lisboa : Olisipo, 1923. Biblioteca de Arte. BB 23617
Canções / Antonio Botto. 2.ª edição. Lisboa : “Olisipo”, 1922. Biblioteca de Arte. AP 5849
Publicação de “Vers une architecture” de Le Corbusier
Publicação de “Manifeste du Surréalisme” de André Breton
Manifeste du Surréalisme : poisson soluble / André Breton. Paris : Kra, imp. 1929. Biblioteca de Arte. BB 21277
“Des possibilites de la peinture”, conferência de Juan Gris publicada meses depois na revista “Transatlantic review”
IV Exposição dos Humoristas
Primeira exposição de Mário Eloy
Publicação na revista “Athena” do texto “Estética não aristotélica” de Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)
Athena : revista de Arte / prop. Sociedade Editora Athena ; dir. Fernando Pessoa, Ruy Vazmagem. Lisboa : Imprensa Libânio da Silva, 1924-1925. Biblioteca de Arte. PACL 220; PAP 388; PBB 183; PRS 162
Fred Kradolfer em Portugal
Exposition internationale des arts décoratifs et industriels modernes, Paris
I Salão de Outono (Lisboa)
Projeto do Cineteatro Capitólio (Lisboa) por Luís Cristino da Silva
Contemporâneo do Tivoli, mas situado no outro lado da Avenida da Liberdade, no Parque Mayer, o Cineteatro Capitólio, inaugurado em 1931 (projeto de 1925), é da autoria do arquiteto Luís Cristino da Silva (1896-1976), recém-chegado de Paris onde realizou parte da sua formação. Edifício de “estilo modernista”, como o apelidou a imprensa da altura, o Capitólio apresentava no seu projeto original uma ampla sala de 20 metros de vão, preparada para a representação de peças e para a projeção de filmes, encimada por um terraço para a projeção ao ar livre e que funcionava igualmente como esplanada. Nas fachadas laterais, com um jogo de linhas verticais e horizontais, predominavam grandes aberturas envidraçadas. Na estrutura vertical foi utilizada a alvenaria de blocos de betão e a ligação com o piso superior fazia-se por passadeiras rolantes, dispositivo mecânico totalmente inédito na capital.
Exposição Nova Objetividade = Die Neue Sachlichkeit no Kunsthalle Mannheim
Decoração do café “A Brasileira” (Lisboa)
O Café “A Brasileira”, no Chiado, recebe para decorar o espaço, um conjunto de pinturas de Almada Negreiros, António Soares, Bernardo Marques, Eduardo Viana, Jorge Barradas, José Pacheko e Stuart Carvalhais.
Fundado em 1905, o café “A Brasileira”, localizado na mundana rua Garrett, entre a Baixa Pombalina e o Bairro Alto, cedo se tornou num dos mais frequentados da zona, escolhido por intelectuais, escritores e artistas para local dos seus encontros e tertúlias. Em 1925, por ação de José Pacheko (1885-1934) – arquiteto, pintor, colaborador da revista Orpheu e diretor da Contemporânea – as suas paredes foram decoradas por um conjunto de onze telas de sete pintores da sua geração por si escolhidos: Eduardo Viana (duas), António Soares (duas), Jorge Barradas (duas), Bernardo Marques, Stuart Carvalhais, Almada Negreiros (duas) e o próprio Pacheko. Com tema livre, cada um pintou a seu gosto e, apesar da crítica feroz de alguma opinião pública lisboeta que as apelidou de “telas tolas”, “A Brasileira” do Chiado transformou-se no museu de pintura moderna que Lisboa não tinha.
Reportagem sobre a montagem da colecção de pintura no Café A Brasileira do Chiado, 1971 / José Luís Madeira. 26 de Junho de 1971. 55 negativos em acetato de celulose em tira : p&b, 24 x 36 mm. Biblioteca de Arte. CFT177
Almada escreve “Nome de guerra”
Exposição póstuma de Amadeo de Sousa Cardoso (Paris)
Retrospective de l’oeuvre de Amadeo de Souza Cardoso. [Paris] : Galerie Briant Robert, [1925]. Biblioteca de Arte. AHP 4378; ASC 207
Eduardo Viana parte para Paris
Início da publicação da revista “Europa”
De vida efémera – teve apenas três números – a revista Europa é a única deste período, entre nós, a ter na direção uma mulher, a escritora e poetisa Judith Teixeira (1880-1959).
Europa : magazine mensal. Lisboa : Tipografia de “O Sport de Lisboa”, 1925. Biblioteca de Arte. PACL 251; PBB 691
Publicação do livro de poemas “Nua” de Judite Teixeira
Núa : poemas de bysâncio / por Judith Teixeira. 1.ª edição. Lisboa : J. Rodrigues, 1926. Biblioteca de Arte. BB 12515
II Salão de Outono (Lisboa)
Salão dos Humoristas (Porto)
Publicação do livro “Point Ligne Plan” de W. Kandisky
Golpe de estado de 28 de maio e instauração da ditadura militar em Portugal
Em 28 de maio de 1926, a Primeira República foi derrubada por um golpe militar. Iniciava-se um período de ditadura que durou até à aprovação da Constituição de 1933, na qual se formalizaram os princípios do Estado Novo que teve em António de Oliveira Salazar (1889-1970) sua figura central. Convidado em 1928 para Ministro das Finanças, assumindo logo de seguida a pasta das Colónias, em 1932, Salazar foi nomeado Presidente do Conselho de Ministros e tornou-se no principal mentor do regime político autoritário, conservador, nacionalista, corporativista e colonialista, que governou o país até ao 25 de abril de 1974.
Abel Manta, Diogo de Macedo, Dórdio Gomes e Francisco Franco regressam de Paris
Publicação da obra “A epopeia do trabalho” de Ferreira de Castro, com desenhos de Roberto Nobre
Início da publicação das revistas “Ilustração moderna” e “Ilustração”
Ilustração moderna : publicação mensal. Porto : [s.n.], 1926-[1932]. Biblioteca de Arte. PACL 17; PAP 524; PRS 78
Ilustração. Lisboa : Aillaud, 1926-1951. Quinzenal. Biblioteca de Arte. PACL 238; PASC 19; PBB 5; PRS 152
Projeto do Instituto Superior Técnico (Lisboa) por Porfírio Pardal Monteiro
Projeto do Pavilhão do Rádio, Instituto Português de Oncologia (Lisboa) por Carlos Ramos
Almada Negreiros parte para Madrid
Em Madrid, Almada Negreiros realiza ilustrações para diversas obras literárias de autores espanhóis.
Amo a una actriz : comedia en tres actos / Ladislao Fodor ; traducción de Enrique de Rosas; dibujos de Almada. Madrid : La Farsa, 1929. Biblioteca de Arte. BB 24497; T 507
Cuento de aldea : comedia en tres actos, el tercero dividido en dos cuadros, en verso, original / Luís Fernández Ardavín ; dibujos de Almada. Madrid : La Farsa, 1929. Biblioteca de Arte. BB 24496; T 491
Cuento de hadas : comédia en tres actos y un prólogo / Honório Maura ; dibujos de Almada. Madrid : La Farsa, 1929. Biblioteca de Arte. T 515; T 515.2
El burlador de Sevilla : poema escénico en tres actos / Francisco Villaespesa ; dibujos de Almada. Madrid : La Farsa, 1928. Biblioteca de Arte. T 499
Los claveles / Luis Fernandez de Sevilla y Anselmo C. Carreno ; dibujos de Almada. Madrid: La Farsa, 1929. Biblioteca de Arte. T 488
Maldita sea mi cara! : farsa comica en tres actos / Magda Donato y António Paso ; dibujos de Almada. Madrid : La Farsa, 1929. Biblioteca de Arte. T 504; T 504.2
Más que Paulino! / Emilio González del Castillo y Manuel Marti Alonso ; ilustraciones de Almada. Madrid : La Farsa, 1928. Biblioteca de Arte. BB 29425; T 503
Mi hermana Genoveva : comedia en tres actos / Berr Y Verneuil en colaboracion con J. J. Cadenas y E. F. Gutierrez-Roig ; dibujos de Almada. Madrid : La Farsa, 1928. Biblioteca de Arte. BB 27760; T 497
Napoleon en la luna : farsa comica en tres actos / Antonio Navarro y Emilio Saez ; dibujos de Almada. Madrid : La Farsa, 1929. Biblioteca de Arte. T 514
Pepa Doncel : comedia en tres actos y dos cuadros / Jacinto Benavente ; dibujos de Almada. Madrid: La Farsa, 1929. Biblioteca de Arte. BB 24491; T 505; T 505.2
Raquel : comedia en tres actos ; El náufrago / Honorio Maura ; dibujos de Almada. Madrid : La Farsa, 1928. Biblioteca de Arte. T 513
Sixto sexto : a propósito cómico en tres actos / Antonio Paso… [et al.] ; dibujos de Almada. Madrid : La Farsa, 1929. Biblioteca de Arte. T 495
Mário Eloy viaja para Paris e Berlim
Início da publicação da revista “Arquitectura”
Arquitectura : revista mensal. Lisboa : [s.n.], 1927- . Biblioteca de Arte. PAQT 7; PBB 536; PJAF 58
Fundação dos CIAM – Congressos Internacionais da Arquitetura Moderna = Congrès internationaux d’architecture moderne, Suíça
António Soares pinta “Natacha”
Início da publicação da revista “Civilização”
Civilização : grande magazine mensal. Porto : Américo Fraga Lamares, 1928 -1937. Biblioteca de Arte. PACL 248; PBB 7
Inauguração da Estação Ferroviária do Cais do Sodré (Lisboa) – projeto de Porfírio Pardal Monteiro
Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque
Inauguração do Museum of Modern Art, Nova Iorque
Morte de Columbano Bordalo Pinheiro
O pintor Adriano Sousa Lopes assume a direção do Museu Nacional de Arte Contemporânea
Maria Helena Vieira da Silva parte para Paris
Conclusão da Villa Savoye (Possy) – projeto de Le Corbusier
1930 – 1939
I Salão dos Independentes (Lisboa)
Realizado na Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa), neste I Salão participaram 20 pintores, 10 escultores, 10 arquitetos, 21 desenhadores/gravadores, 7 decoradores, num total de 312 obras expostas. No “Manifesto” que a acompanhou, escrito por António Pedro, podia ler-se que esta era “uma exposição de conjunto da Arte moderna em Portugal, nas suas duas formas: a plástica e a sónica, a dos olhos e a dos ouvidos”. O catálogo, “ilustrado com desenhos e comentários dos artistas e dos escritores modernistas” continha ainda “uma breve resenha do Movimento Moderno” português. Paralelamente à exposição realizaram-se 3 conferências, de António Pedro, João Osório de Castro e de João Gaspar Simões, e foi publicado um “Cancioneiro”. Entre os 49 artistas referidos no catálogo, apenas se contavam 5 mulheres: Sarah Affonso, Maria Clementina Carneiro de Moura, Maria Helena Vieira da Silva, Ofélia Marques e Mily Possoz.
Apresentação do “Estudo para o prolongamento da Avenida da Liberdade através do Parque Eduardo VII” por Luís Cristino da Silva
Um dos mais paradigmáticos projetos urbanísticos para Lisboa na primeira metade do século XX foi o do prolongamento da Avenida da Liberdade para além da rotunda do Marquês. Como no final da década de 1920 o Parque Eduardo VII continuava sem conclusão, o jovem arquiteto Luís Cristino da Silva (1896-1976) quis convencer as autoridades municipais a avançar com a hipótese de desenvolvimento da capital para norte, através dos terrenos do Parque, concebendo o seu próprio programa urbanístico, apresentado publicamente no I Salão dos Independentes, exposição realizada na Sociedade Nacional de Belas Artes, em maio.
Amplamente comentado com entusiasmo pela imprensa da capital, o projeto de Cristino da Silva foi considerado como sendo a continuidade natural da Avenida, permitindo facilitar diversas ligações viárias da cidade e conferindo-lhe o carácter monumental que se desejava. O prolongamento da Avenida tornar-se-ia uma espécie de obsessão para Cristino da Silva que, até 1961, foi elaborando novas versões do mesmo projeto (1932-36; 1938; 1943) sem que nenhuma delas tivesse conhecido melhor sorte do que as anteriores.
Publicação de “14, cité Falguière” de Diogo de Macedo
14, cité Falguière / Diogo de Macedo. [Lisboa] : Seara Nova, 1930. Biblioteca de Arte. BB 29915; P 297; P 297.2
Início da publicação da revista “Art concret”
Projeto do Cineteatro Éden (Lisboa) por Cassiano Branco
Morte de António Carneiro
Morte de Vladimir Maïakovski
II Salão dos Independentes (Lisboa)
Exposição Colonial Internacional de Paris
Pavilhão de Portugal da autoria de Raul Lino.
A Exposição Colonial de Paris / Raul Lino ; Bernardo Marques. Ilustração. Lisboa. 136 (agosto 1931) 21-24. Biblioteca de Arte. PACL 238; PASC 19; PBB 5; PRS 152
Exposição Colonial Portuguesa em Paris / [Fred Kradolfer]. [1931]. 1 cartaz. Biblioteca de Arte. DM 223/1
Morte de José Tagarro
Início do projeto de remodelação da Loja das Meias (Lisboa) por Raul Lino
Em Portugal, em vários pontos do país, verificam-se movimentos de oposição à ditadura, com distúrbios nas ruas
Inauguração do Whitney Museum of American Art (Nova Iorque)
Almada Negreiros regressa de Madrid
Mário Eloy regressa de Berlim
F. T. Marinetti passa por Lisboa
I Salão de Inverno (Lisboa)
Primeira exposição individual de Carlos Botelho
Reforma do ensino artístico em Portugal
A reforma do ensino das artes plásticas em Portugal iniciou-se em 1931, com a aprovação do regulamento do ensino artístico pelo Decreto n.º 19760. Em 1932, o Decreto n.º 21662 “aprova e manda pôr em execução o regulamento do ensino artístico, a ministrar nas escolas de belas artes” de Lisboa e do Porto.
I Salão de Arte Fotográfica (Lisboa)
Bauhaus em Dessau encerrada por resolução da Câmara Municipal
Criação do Secretariado de Propaganda Nacional dirigido por António Ferro
Inauguração da Galeria UP (Lisboa)
A Galeria UP – “lê-se u pê e quer dizer exatamente ARQUITETURA DECORAÇÃO GALERIA DE ARTE TIPOGRAFIA PUBLICIDADE” – foi a primeira galeria de arte com atividade comercial em Lisboa e teve entre os seus sócios fundadores António Pedro e Thomaz de Melo (Tom). Abriu portas em 1933 com uma exposição coletiva de, entre outros, Abel Botelho, Abel Manta, Almada Negreiros, Bernardo Marques, Clementina Carneiro de Moura, Diogo de Macedo, Hein Semke, Jorge Barradas, Mário Eloy, Ofélia Marques, Sara Afonso e Ruy Gameiro. Manteve-se em atividade até 1936 e realizou diversas exposições individuais, entre as quais se conta a primeira exposição em Lisboa de Maria Helena Vieira da Silva (1935). Para além de galeria, era também livraria e tipografia, tendo publicado a UP: revista de vulgarização e cultura do bom gosto, que teve apenas dois números, o primeiro publicado no natal de 1933, com capa de Almada Negreiros. O projeto da loja e da galeria teve a autoria do arquiteto Jorge Segurado.
Primeiro concurso para o monumento ao Infante D. Henrique em Sagres
Data de 1933 a abertura do primeiro concurso promovido pelo Estado Novo para o projeto que melhor representasse a epopeia dos descobrimentos e o seu mentor histórico, o infante D. Henrique, a construir em Sagres, local onde a mítica escola do infante teria existido. Até 1956, sucederam-se os concursos sem que nenhum dos projetos vencedores viesse a ser alguma vez construído. Todas as edições conheceram larga adesão dos principais arquitetos portugueses da época e nelas participaram também equipas estrangeiras. O primeiro concurso foi ganho em 1936 pelos arquitetos Rebelo de Andrade com o escultor Ruy Gameiro, mas foi anulado e, em 1938, em nova edição, o prémio foi para o projeto do arquiteto Carlos Ramos, com o escultor Leopoldo de Almeida e o pintor Almada Negreiros. Uma vez mais o concurso não teve consequências práticas e, em 1954, foi lançado um novo no âmbito das comemorações henriquinas, cujo primeiro prémio foi ganho, em 1956, pelo projeto do arquiteto João Andresen com o escultor Barata Feyo e o pintor Júlio Resende.
Memória sobre o ante-projecto para o monumento, […], ao Infante Dom Henrique / José de Montemar. São Sebastião do Rio de Janeiro : [s.n.], 1933. Biblioteca de Arte. RS 9494; RS 9494.2; RS 9494.3
Memória descritiva e justificativa do projecto apresentado pelo arquitecto José Cortez […] para o monumento a erguer em Sagres ao Infante D. Henrique. Lisboa : [s.n.], 1935. Biblioteca de Arte. AAT 66; AAT 66.2; AP 10110; BB 13987; RS 3083
Concurso para o monumento ao Infante D. Henrique a construir no promontório de Sagres : 1.º prémio – Arquitecto Carlos Ramos. Revista oficial do Sindicato Nacional dos Arquitectos. Lisboa. 2 (março 1938) 49-55. Biblioteca de Arte. PAQT 133; PRS 68
Morte de José Malhoa
Criação do Museu José Malhoa e inauguração em abril de 1934.
Realização do filme “A canção de Lisboa” por Cottinelli Telmo
Aprovação da Constituição da República Portuguesa que instaura o Estado Novo
Publicação do livro “Kô et Kô : les deux esquimaux”, com imagens de Maria Helena Vieira da Silva
Em 1933, a pintora Maria Helena Vieira da Silva tinha já trocado Lisboa pela capital francesa. Foi em Paris que, em colaboração com o poeta Pierre Guéguen, inventou esta história infantil. Obra singular, este livro foi de imediato publicado por Jeanne Bucher, com uma tiragem de 300 exemplares, com o texto litografado de Pierre Guéguen e 14 páginas com as ilustrações da pintora realizadas a pouchoir pela casa Beaufumé, contendo no final dois cartões com as figuras e objetos que surgem na história para serem recortados e utilizados pelos leitores. A propósito do lançamento do livro, Jeanne Bucher organizou na sua galeria parisiense a primeira exposição individual de Vieira da Silva.
Bauhaus em Berlim encerrada
Início da publicação da revista “Minotaure”
Minotaure : revue artistique et littéraire. Paris : Albert Skira, 1933-1939. Biblioteca de Arte. PACL 223
Exposição retrospetiva de Edward Hooper no Museum of Modern Art, Nova Iorque
Carta de Atenas
Este documento, tornado público em 1933, surgiu no âmbito das conclusões do IV Congresso Internacional da Arquitetura Moderna, realizado em 1931, na cidade de Atenas, dedicado ao tema da “cidade funcional” e focado no urbanismo e na importância do planeamento urbano no desenvolvimento das cidades. Esta Carta inclui os conjuntos urbanos na definição de património construído, e dá ênfase ao carácter espiritual e cultural e ao valor económico do património arquitetónico. Entre as recomendações escritas contam-se a necessidade de acabar com os bairros de lata e a criação de espaços verdes em seu lugar, negando-lhes qualquer possibilidade de valor patrimonial e a condenação do uso do pastiche em novas construções em centros históricos.
Morte de José Pacheko
Primeira exposição de arte moderna na Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa)
A política do espírito e a arte moderna portuguesa / [António Ferro]. Lisboa : SPN, [1935?]. “Discurso proferido pelo Director do S.P.N., em 23 de Março de 1935, no banquete comemorativo da I Exposição da Arte Moderna realizada na Sociedade Nacional de Belas Artes”. Biblioteca de Arte. BB 8779
Projeto da Casa da Moeda (Lisboa) por Jorge Segurado
Publicação de “Mensagem” de Fernando Pessoa
Mensagem / Fernando Pessoa. Lisboa : Parceria Antonio Maria Pereira, 1934. Biblioteca de Arte. LT 6717
I Exposição Colonial Portuguesa (Porto)
Publicação do Álbum fotográfico da I Exposição Colonial Portuguesa (Porto)
Publicação do álbum “Portugal 1934”
Publicação de número dedicado a Portugal pela revista “L’art vivant”
L’art vivant : revue bi-mensuelle des amateurs et des artistes […]. Paris : Les nouvelles litteraires, [1925]-1939. Biblioteca de Arte. PA 27; PAP 179; PBB 1127; PBC 35
Publicação de “Arte indígena” de Diogo de Macedo e Luís de Montalvor
Arte indígena portuguesa / Diogo de Macedo e Luiz de Montalvor. Lisboa : Agência Geral das Colónias. Divisão de Publicações e Biblioteca, 1934. Biblioteca de Arte. BB 18625; RS 7930
I Exposição de Arte Moderna do Secretariado de Propaganda Nacional
Exposição de Arpad Szenes e Maria Helena Vieira da Silva na Galeria UP (Lisboa)
Publicação de “SW Sudoeste”, cadernos de Almada Negreiros
SW : Sudoeste : cadernos de Almada Negreiros. Lisboa : SW, 1935. Biblioteca de Arte. PBB 209; PCL 70
Morte de Ruy Gameiro
Morte de Fernando Pessoa
Morte de Paul Signac
Morte de Kazimir Malevitch
II Exposição de Arte Moderna do Secretariado de Propaganda Nacional
Exposição dos Artistas Modernos e Independentes
Exposição Comemorativa do Ano X da Revolução Nacional
[Exposição Comemorativa do ano X da Revolução Nacional] / Estúdio Mário Novais. 1936. Biblioteca de Arte. CFT003.100205-100230; CFT003.101340-101341
[Exposição Comemorativa do ano X da Revolução Nacional] / Estúdio Mário Novais. 1936. Biblioteca de Arte. CFT003.101243-101255
Exposição de Arte Popular Portuguesa
[Exposição de arte popular portuguesa, SPN, 1936] / Estúdio Mário Novais. 1936. Biblioteca de Arte. CFT003.100472-100488; CFT003.125763-125772
[Exposição de arte popular portuguesa, SPN, 1936] / Estúdio Mário Novais. 1936. Biblioteca de Arte. CFT003.101287-101299
Inauguração do Hotel Vitória (Lisboa) – projeto de Cassiano Branco
Criação da Organização Nacional Mocidade Portuguesa
Organização nacional de caráter miliciar, criada pelo Decreto n.º 27301.
Participação de António Pedro no Manifeste Dimensioniste, Paris
Exposição Internacional Surrealista = International Surrealist Exhibition, Londres
Walter Benjamin escreve “A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica” = “Das Kunstwerk im Zeitalter seiner technischen Reproduzierbarkeit”
Participação de Portugal na Exposição Internacional de Paris
A Exposition internationale des arts et techniques dans la vie moderne realizou-se em Paris, entre 25 de maio e 25 de novembro, e precedeu um dos períodos mais conturbados da história do século XX. A representação portuguesa ficou a cargo de António Ferro (1895-1956), diretor do Secretariado de Propaganda Nacional (SPN). O vencedor do concurso público para o pavilhão nacional foi o arquiteto Francisco Keil do Amaral (1910-1975), cujo projeto melhor se moldava aos desígnios do diretor do SPN, conciliando uma gramática modernista como uma visão nacionalista e tradicional do país. Na decoração das 8 salas que correspondiam a outras tantas seções temáticas – “Estado”, “Realizações”, “Trabalho”, “Ultramar”, “Arte Popular”, “Obras”, “Riquezas Naturais” e “ Turismo” – colaborou uma extensa equipa de artistas, coordenada pelo arquiteto Jorge Segurado, que integrou, entre outros, Bernardo Marques, o suíço Fred Kradolfer, Carlos Botelho, Paulo Ferreira, Emmerico Nunes, Tomás de Mello, Jorge Barradas, Dórdio Gomes, António Soares, João Abel Manta, Francisco Franco, Canto da Maia, Francis Smith e Eduardo Malta. Colado ao Pavilhão nacional estava um outro, de menor dimensão, da autoria de um arquiteto francês, onde se deram a conhecer e a provar os principais produtos de exportação do país: o vinho do Porto e as conservas de peixe.
Salão de Festas e Quadros – Paris 1937 / Mário Novais. 1937. Biblioteca de Arte. CFT003.102474-102475; CFT003.103051-103078; CFT003.103384-103393
Ainda o Pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Paris de 1937 / [Keil do Amaral] ; fotografia Mário Novais. Revista oficial do Sindicato Nacional dos Arquitectos. Lisboa. 3 (abril 1938) 91-94. Biblioteca de Arte. PAQT 133; PRS 68
Inauguração do Cineteatro Éden (Lisboa) – projeto de Cassiano Branco
Monumento a António José de Almeida
Projeto do arquiteto Pardal Monteiro, com escultura de Leopoldo de Almeida. Foi inaugurado em dezembro de 1937, na praça em Lisboa onde convergem a Avenida Miguel Bombarda e a Avenida António José de Almeida.
Picasso pinta “Guernica”
Duarte Pacheco, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e Ministro das Obras Públicas e Comunicações
Inauguração da Igreja de Nossa Senhora de Fátima (Lisboa) – projeto de Porfírio Pardal Monteiro, com vitrais de Almada Negreiros
Igreja de Fátima / Estúdio Mário Novais. Biblioteca de Arte. CFT003.3585-3586; CFT003.10238-10241
[Igreja de Nossa Senhora de Fátima, maqueta] / Estúdio Mário Novais. Biblioteca de Arte. CFT003.50396-50397
Pintor Almada Negreiros, [vitrais, Igreja de Nossa Senhora de Fátima] / Estúdio Mário Novais. Biblioteca de Arte. CFT003.62204-62205; CFT003.100720-100783; CFT003.105720-105783
Igreja de Nossa Senhora de Fátima / Estúdio Mário Novais. Biblioteca de Arte. CFT003.103155-103161
Slides da Igreja de Nossa Senhora de Fátima de Lisboa / [Luís Filipe Oliveira]. ca. 1984. Biblioteca de Arte. CFT102
Igreja de Nossa Senhora de Fátima / Pardal Monteiro. Revista oficial do Sindicato Nacional dos Arquitectos. Lisboa. 6 (agosto/outubro 1938) 187-211. Biblioteca de Arte. PAQT 133; PRS 68
Inauguração do Bairro do Consórcio Português de Conservas de Peixe (Olhão) – projeto de Eugénio Correia
Início do Plano Geral de Urbanização e Expansão de Lisboa (Etienne de Gröer)
Publicação do Álbum comemorativo da Exposição-Feira de Angola
Exposição Internacional do Surrealismo = Exposition internationale du surréalisme, Paris
Início da II Guerra Mundial com a invasão da Polónia pela Alemanha
Salon des réalités nouvelles, Paris
Conferências de Arnaldo Ressano Garcia contra a participação dos artistas modernos na Exposição do Mundo Português
Publicação de “Traités du paysage” de André Lhote
1940
A década de 1940 começou em Portugal sob o signo das comemorações dos Centenários. O novo regime, autoritário e ditatorial, desenhado segundo a vontade e pensamento de um homem, Oliveira Salazar, escolheu o ano de 1940 para realizar a sua auto consagração, juntando a esta data outras duas com significado na história do país: 1140, ano da fundação da nacionalidade, e 1640, data da independência em relação à coroa de Espanha. A propaganda oficial desejava mostrar, internamente e ao mundo – de passagem por Lisboa, o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry não deixou de expressar a sua admiração pela grandiosidade do evento realizado em Belém – a imagem de um país forçado a ser ordeiro e agradecido por ter sido salvo dos horrores da guerra que então devastava o continente europeu. A década revelou-se, contudo, pouco festiva, com o regime a acionar os seus mecanismos de controlo ideológico e de repressão sobre intelectuais e artistas que, apesar deles, não deixaram de expressar, por meios e formas diversas, a sua oposição.
Exposição do Mundo Português (Lisboa)
Inaugurada em 23 de junho, nove meses após o início da II Guerra Mundial, a Exposição do Mundo Português comemorou o duplo centenário da fundação e da restauração de Portugal e encenou e consolidou a política do Estado Novo. Surgiu na sequência da participação portuguesa nas grandes exposições internacionais (Paris 1937, Nova Iorque e Boston, 1939) e constituiu o acontecimento político-cultural mais marcante do regime. A teatralização desejada encontrou um perfeito enquadramento espacial na área escolhida, na margem direita do rio Tejo, frente ao quinhentista Mosteiro dos Jerónimos, implicando a renovação urbana da zona. Até ao encerramento, a exposição recebeu cerca de 3 milhões de visitantes.
Dos vários pavilhões e monumentos construídos, subsistiu, reconstruído em 1960, o Padrão dos Descobrimentos (além do Museu de Arte Popular), da autoria do arquiteto-chefe de toda a exposição, Cottinelli Telmo, assistido pelo escultor Leopoldo de Almeida. Ao desenho esquemático da embarcação de três velas, os frisos escultóricos inspirados pelas figuras dos “Painéis de São Vicente” que elencam personagens distinguidas nas navegações portuguesas, lideradas pelo infante D. Henrique (1394-1460). Este monumento foi reconstruído em betão e pedra de lioz em 1960, por ocasião das comemorações dos 500 anos da morte do infante D. Henrique.
Exposição do Mundo Português, 1940 / Estúdio Mário Novais. 1940. Biblioteca de Arte. CFT003
Exposição do Mundo Português, 1940 / Estúdio Horácio Novais. 1940. Biblioteca de Arte. CFT164
Grande Exposição do Mundo Português de 1940 / Casimiro dos Santos Vinagre. 1940. Biblioteca de Arte. CFT178
Publicação do álbum “Portugal 1940”
Maria Helena Vieira da Silva parte para o Brasil
Almada Negreiros pinta os frescos do edifício Diário de Notícias (Lisboa) – projeto de Porfírio Pardal Monteiro
Exposição de Pamela Boden, António Dacosta e António Pedro na Casa Repe (Lisboa)
Projeto da Fonte Luminosa (Alameda D. Afonso Henriques, Lisboa) por Carlos e Guilherme Rebelo de Andrade
A Fonte Luminosa ou Fonte Monumental, um projeto dos arquitetos Carlos Rebelo de Andrade e Guilherme Rebelo de Andrade, com esculturas de Diogo de Macedo e Maximiano Alves e painéis em baixo-relevo cerâmico de Jorge Barradas.
Fonte Luminosa, Lisboa / Estúdio Horácio Novais. Data de produção posterior a 1948. Biblioteca de Arte. CFT164
Formação da companhia Bailados Verde-Gaio
Companhia criada em 1940 pelo Secretariado de Propaganda Nacional (SPN), sob a direção de António Ferro. Teve a sua primeira apresentação pública no Teatro da Trindade, em 8 de dezembro de 1940, no âmbito das comemorações do 8.º Centenário da Fundação da Nacionalidade. A década de 1940 correspondeu ao seu período de maior atividade, entrando em declínio na década seguinte. Foi oficialmente extinta em 1977.
Bailados Verde-Gaio / Estúdio Horácio Novais. [1940-1943]. Biblioteca de Arte. CFT164
Inauguração de Portugal dos Pequenitos (Coimbra) – projeto de Cassiano Branco
Parque temático, dedicado às crianças, sobre a história da arquitetura portuguesa.