Anteprojecto – Plano Geral
Os arquitetos paisagistas Gonçalo Ribeiro Telles e António Facco Viana Barreto iniciaram o desenvolvimento do anteprojeto do Parque a 22 de maio de 1961. A 15 de junho apresentaram o Estudo Prévio e, no final desse ano, a dezembro de 1961, entregaram o anteprojeto.
A rapidez da resposta foi notável. Assim como também foi a qualidade da proposta apresentada.
Uma leitura atenta do Plano Geral de 1961 revela as alterações que ocorreram no processo, no que se refere à proposta apresentada a concurso pela equipa vencedora (grupo A), assim como também denuncia uma grande proximidade com a imagem final apresentada em 1969.
O sistema de vegetação é desenhado a partir dos arquétipos da paisagem portuguesa. Mata – Orla – Clareira e a espacialidade que se procura resulta num jogo de luz e sombra que a vegetação pode definir, assim como da forma como aqueles subsistemas [i] se relacionam entre eles e refletem a modelação de terreno que foi implementada. Tira-se partido do coberto arbóreo pré-existente. O desenho final apresenta uma expressão orgânica e abstrata que rompe com as linguagens figurativas e cenográficas.
No espaço que articula mata com clareira ou clareira com orla, e de acordo com a modelação do terreno, são propostos um roseiral (que define uma parte do limite este da clareira, entre o edifício e o lago) assim como uma área de plantas de solos ácidos [ii], uma gaiola (no limite sul da propriedade) e o anfiteatro. Este roseiral e a gaiola nunca foram realizados.
O sistema de percursos apresenta-se como uma rede bem hierarquizada onde se define uma circulação de veículos e uma circulação de peões. Note-se que o passeio público da Avenida de Berna integra a circulação periférica prevista para o Parque.
Propõe-se duas entradas a partir da Avenida de Berna e outras duas na Av. Nicolau Bettencourt que estabelecem ligações diretamente com o edifício da Biblioteca e Museu.
O Pátio dos Congressos, que não estava presente na proposta apresentada pela equipa vencedora surge nesta fase, assim como a respetiva cobertura verde e a da galeria de exposições temporárias [iii].
O Lago encaixa-se numa concavidade que a modelação de terreno determinou e é alimentado por um único pequeno ribeiro que desce de sudeste para noroeste. No seu interior é proposta uma pequena ilha que, pela localização que tem, proporciona a criação de um conjunto diverso de vistas.
Um conjunto de esquiços [iv] existentes no Arquivo Morto do Serviço de Projetos e Obras demonstra o método seguido [v].
[ii] Anteprojeto – Elementos de Trabalho
[iii] Arranjo do Jardim da Cobertura dos Congressos
[iv] Estudo para o desenho do lago
[v] Planta com anotações dos cálculos de António Viana Barreto para aferir a possibilidade de revestimento da cobertura do estacionamento
Estudos sobre a inclinação da cobertura do parque de estacionamento subterrâneo
Estudo das relações visuais entre o jardim e o edifício
Estudo das diferentes zonas do jardim definidas pela vegetação
Estudo das relações visuais a privilegiar entre o jardim – edifício – exterior
Estudo para o anfiteatro ao ar livre
Estudo para o anfiteatro ao ar livre – Modelação
- Data de produção: 31/12/1961
- Projetistas (autores principais): BARRETO, António Facco Viana, TELLES, Gonçalo Pereira Ribeiro
- Contribuintes (autores secundários): FCG - Serviço de Projectos e Obras
- Fase do projeto: Do concurso ao anteprojeto
- Identificador: PT FCG FCG:SCT-S006-DES01089
- Cobertura temporal: 1961
- Tipo de dados: Imagem
- Formatos de extensão: 1 desenho
- Formato de media: jpg
- Palavras-chave: arbusto, árvore, clareira, coberto arbóreo, enquadramento, herbáceas, jardim, mata, orla, peça técnica, revestimento inerte, revestimento vivo, sistema, sistema de água, sistema de circulação, sistema de percursos, sistema de vegetação
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