- França, c. 1872-1874
- Óleo sobre tela
- Inv. 2301
Retrato de Camille Monet
O retrato data de uma época em que Renoir visitou com frequência a família Monet em Argenteuil. A figura de Camille é, de resto, uma presença habitual em obras realizadas por grandes nomes ligados ao movimento impressionista, ao qual está inevitavelmente ligada.
O aspeto simultaneamente mais notável e mais inovador da pintura consiste na forma francamente impressionista como Renoir aborda o tema, conferindo a esta cena de interior uma atmosfera característica da pintura de ar livre. A distribuição difusa da luz, que se estende por toda a superfície do quadro, contribui para uma sensação de frescura geral da representação. As formas, assinaladas por pontos de focagem desiguais, encontram-se dissolvidas em grande parte da composição, desprovidas, nessa medida, de verdadeira substância.
O realismo intimista que caracteriza o motivo, um registo de modernidade, reflete, entretanto, uma tendência comum à geração de Renoir. São evidentes, assim, as referências à vida contemporânea (Camille Monet lê Le Figaro) e ao japonismo em voga (a tigela em cima da mesa), bem como as alusões à arte de Goya e Manet, sugeridas pela colocação diagonal da figura alongada.
Coleção Michel Monet, Giverny. Adquirida por Calouste Gulbenkian a Paul Rosenberg, Paris, abril de 1937.
A. 53 cm; L. 71,7 cm
Otava/Chicago/Fort Worth 1997-1998
Colin Bailey, Renoir’s Portraits. Impressions of an Age, catálogo da exposição. Otava: National Gallery of Canada; Chicago: The Art Institute of Chicago; Fort Worth: Kimbell Art Museum. Yale University Press, 1997, pp. 25-27, 127.
Dauberville e Dauberville 2007-2009
Guy-Patrice Dauberville e Michel Dauberville, Renoir, 1858-1881. Catalogue raisonné des tableaux, pastels, dessins et aquarelles. Paris: Bernheim-Jeune, 2007, vol. I, p. 395, n.º 363.
Sampaio 2009
Luísa Sampaio, Pintura no Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa/Milão: Museu Calouste Gulbenkian/Skira, 2009, pp. 230-231, cat. 104.
Lisboa 2011
Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 2011, p. 185, cat. 164.