- França, 1745
- Pastel
- Inv. 2380
Retrato de Duval de l’Epinoy
Retrata-se no pastel Louis Duval de l’Épinoy, Senhor de Saint-Vrain, conselheiro e secretário do rei Luís XV. A expressão do modelo, de uma vitalidade impressionante, deixa adivinhar a presença de um espírito sagaz. O artista capta com génio a informalidade aparente do momento e transforma-o num instante vivo e corpóreo.
A composição ilustra o entusiasmo do autor pelo racionalismo da época já que, como é notório, o «século das luzes» encontra pleno espaço de afirmação no realismo analítico da representação. A obra, povoada de alusões à geografia e às letras, reflete ideias e testemunha mentalidades. O apontamento da caixa de rapé documenta, também, costumes requintados.
Azuis, cinzentos e rosas suaves, preferências cromáticas de La Tour, manifestam-se especialmente favoráveis à harmonia visual do conjunto. Esta obra foi considerada no Salon de Paris de 1745 como o triunfo absoluto da pintura a pastel e o maior retrato até então executado por Maurice-Quentin de La Tour.
Jean-Jacques Gallet de Mondragon; Patrimoine nationale, France; Mondragon; Jacques Doucet, Paris; Barão Henri de Rothschild, Paris. Adquirida por Calouste Gulbenkian ao Barão de Rothschild, 1943.
A.119,5 cm; L. 92,8 cm
Besnard e Wildenstein 1928
Albert Besnard e George Wildenstein, La Tour. La vie et l’oeuvre de l’artiste. Paris: Les Beaux-Arts, 1928, p. 35-36, 69, n.º 133.
Washington D. C. 1950
European Paintings from the Gulbenkian Collection, catálogo da exposição. Washington D. C.: National Gallery of Art, 1950, pp. 54-55, n.º 22.
Debrie e Salmon 2000
Christine Debrie e Xavier Salmon, Maurice-Quentin de La Tour. Prince des pastellistes. Paris: Somogy, 1923, pp. 119-124.
Sampaio 2009
Luísa Sampaio, Pintura no Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa/Milão: Museu Calouste Gulbenkian/Skira, 2009, pp. 82-83, cat. 31.
Lisboa 2011
Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 2011, p. 135, cat. 109.