- França, c. 1872-1873
- Pastel
- Inv. 88
- Assinada: J. F. Millet
O Arco-Íris
A realização da série temática dedicada às «quatro estações» destinou-se a satisfazer uma encomenda efetuada por Frédéric Hartmann, antigo mecenas de Théodore Rousseau, grande mentor da Escola de Barbizon. Millet deu início à execução do conjunto em 1868, tendo-se dedicado ao mesmo, com maior ou menor continuidade, até ao ano de 1874.
Esta composição em pastel tem como motivo a chegada da Primavera, alusão sublinhada pela presença simbólica do arco-íris. O céu, que permanece instável ao sabor da variação própria da estação, contrasta com a luz projetada sobre a árvore em flor, na mesma zona do quadro. Uma figura masculina intencionalmente assinalada à distância, um pormenor que sublinha a submissão do homem à natureza, surge colocada por detrás da área de campo cultivada, o jardim do artista em Barbizon.
Embora de dimensões inferiores à versão a óleo de Le Printemps [A Primavera] (Musée d’Orsay, Paris), com a qual está evidentemente relacionada, constata-se nesta obra uma intenção criadora idêntica, com a existência de algumas variações ao nível do primeiro plano da composição. O tratamento da luz remete para a pintura de grandes paisagistas como Jacob van Ruisdael e John Constable.
Coleção Gavet, 1875; Coleção Albert Cahen, Antuérpia. Adquirida por Calouste Gulbenkian, por intermédio de Graat et Madoulé, na Venda Cahen, Galerie Georges Petit, Paris, 14 de maio de 1920 (lote 32).
A. 42 cm; L. 54 cm
Sensier 1881
Alfred Sensier, La vie et l’oeuvre de J.-F. Millet. Paris: A. Quantin, 1881, p. 234.
Paris 1975
Robert Herbert, Jean-François Millet, catálogo da exposição. Paris: Grand Palais, 1975, pp. 293-294.
Sampaio 2009
Luísa Sampaio, Pintura no Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa/Milão: Museu Calouste Gulbenkian/Skira, 2009, pp. 190-191, cat. 84.
Lisboa 2011
Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 2011, p. 181, cat. 160.