- França, 1887
- Óleo sobre tela
- Inv. 206
«Les Bretonnes au Pardon»
O naturalismo conheceu no final da década de 1880 o apogeu da sua popularidade. O interesse que então despertaram os temas associados à descrição minuciosa da realidade rural explica o enorme sucesso desta composição objetiva no Salon de 1889, onde veio a ser premiada.
Representação etnográfica de costumes piedosos, a pintura evoca a cerimónia do Pardon, indulgência concedida pela Igreja aos fiéis, e serve de pretexto para um olhar analítico sobre um mundo resistente às transformações de fim do século. Registe-se que a Bretanha foi, na época, objeto de especial atenção por parte de artistas de correntes diversas, podendo estabelecer-se através de Gauguin um dos contrapontos mais estimulantes com esta tela.
Para o resultado final da pintura contribuíram fotografias captadas por Dagnan-Bouveret em Rumengol e retratos de modelos isolados, sujeitos a ensaios sucessivos. O trabalho final, reunido pelo pintor em estúdio, revela, assim, um esforço considerável de construção prévia e uma metodologia complexa de organização da cena.
Coleção Engel-Gros, Paris. Adquirida por Calouste Gulbenkian, por intermédio de Graat et Madoulé, na venda da Coleção Engel-Gros, Galerie Georges Petit, Paris, maio-junho de 1921.
A. 125 cm; L. 141 cm
Weisberg 1982
Gabriel Weisberg, «Making it natural. Dagnan-Bouveret’s constructed composition for the salon of the 1880’s», Scottish Art Review, 1982, vol. XV, n.º 4, pp. 12-15.
Weisberg 1992
Gabriel P. Weisberg, Beyond Impressionism. The Naturalistic Impulse. Nova Iorque: Harry N. Abrams, 1992, pp. 28-33.
Sampaio 2009
Luísa Sampaio, Pintura no Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa/Milão: Museu Calouste Gulbenkian/Skira, 2009, pp. 238-39, cat. 108.
Lisboa 2011
Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 2011, p. 191, cat. 170.