- França, c. 1868-1870
- Óleo sobre tela
- Inv. 443
- Assinado em baixo, à direita: Corot
A Ponte de Mantes
A predileção de Corot pela pequena cidade de Mantes-la-Jolie, situada a poucos quilómetros a noroeste de Paris e avistada neste caso da Ilha de Limay, no Sena, é testemunhada por um número significativo de trabalhos de configuração diversa, nos quais pontuam quase sempre a velha ponte medieval e a catedral gótica. A cronologia desta produção teve início em meados do século XIX e conheceu as últimas representações por volta de 1868-1870, data de realização da presente pintura. É de referir que os arredores da capital francesa foram um tema preferencial do autor ao longo da sua carreira e que percorreram, nessa medida, abundantemente a sua obra.
Existe na obra uma suave fluidez de pincelada que faz com que a representação pareça tocada por uma brisa leve e por uma frescura que invade os sentidos. Por outro lado, o elemento unificador da atmosfera estabelece-se através da luz, fator decisivo para a perceção da qualidade fundamental da paisagem, não descrita de forma parcelar, mas antes concebida como um todo. Genericamente enquadrada por pressupostos naturalistas, a arte de Corot encontra-se nesta fase decisivamente marcada por esse registo difuso e translúcido, através do qual a reprodução de sensações captadas ao ar livre nunca perde de vista, como o pintor chegou a afirmar, a importância da primeira impressão.
Venda C. D. Broden, Nova Iorque, 14 de fevereiro de 1913, n.º 59. Adquirida por Calouste Gulbenkian, por intermédio de Agnew, Londres, 11 de abril de 1913.
A. 46 cm; L. 60 cm
Madrid 2005
Corot. Naturaleza, Emoción, Recuerdo, catálogo de exposição. Madrid: Museo Thyssen-Bornemisza, 2005, p. 208, n.º 43.
Sampaio 2009
Luísa Sampaio, Pintura no Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 2009, pp. 178-179, cat. 78.