Pós-Pop. Fora do lugar comum

Desvios da «Pop» em Portugal e Inglaterra, 1965-1975

“O despertar da idade de Aquário”, referido na célebre canção do musical Hair, relacionava-se com a libertação do corpo e com a libertação sexual, rompendo tabus e fazendo convergir ao mundo ocidental novas ideias vindas de outros pontos do globo. O Novo Cinema Português e a permanência em Londres de muitos artistas portugueses, subsidiados pelo programa de bolsas de estudo da Fundação Gulbenkian, contribuíram para a mudança de mentalidades no pais.

A exposição parte da Pop Art, enquanto linguagem artística emblemática e reconhecida da segunda metade do século XX, para explorar os desvios que dela fizeram diversos artistas portugueses e ingleses. São apresentadas obras de arte que herdaram o sentido de comunicação da Pop e utilizaram alguns dos seus recursos visuais – como a colagem, o recorte, a repetição, o ready-made, a conjugação numa mesma obra de diversas técnicas, a fotografia -, mas transcenderam a literalidade das imagens da Pop clássica (de origem anglo-americana, de finais da década de 1950 e início dos anos 60) subvertendo a força do lugar-comum a partir do qual essas imagens foram criadas.

Não foi pensada uma entrada e uma saída da exposição mas concebeu-se o espaço a partir das duas entradas possíveis (do lado da Sede da Fundação Calouste Gulbenkian e do lado do Museu Calouste Gulbenkian – Coleção do Fundador). Do mesmo modo, a exposição não foi pensada a partir de secções claramente identificáveis, propondo-se ao visitante o estabelecimento de conexões visuais e temáticas entre as diferentes áreas expositivas.

 

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Cor e materiais

Quem entra na exposição pelo lado da Sede da Fundação Gulbenkian encontra duas primeiras salas onde a cor e a diversidade de propostas artísticas são visíveis.

Pop, sim ou não?

Artistas habitualmente conotados com a fase mais conhecida da Pop britânica do início da década de 1960, como Allen Jones ou Patrick Caulfield, recusaram sempre a etiqueta «Pop».

Depois da Pop

Artistas como Teresa Magalhães ou Fátima Vaz exploram, a nível formal e técnico, os caminhos abertos pela Pop, a título de descoberta pessoal, longe do ensino formal.

Quem tem medo do ornamento? E da abstração?

Bernard Cohen, professor e diretor entre 1988 e 2000 da célebre escola de arte londrina Slade School of Fine Arts, simplesmente não estava interessado na Pop, na época da Pop Art clássica inglesa e americana.

A construção de um espaço: as caixas negras

Lembrando muitas das exposições das décadas de 1970 e 1980, em que as paredes temporárias não desciam completamente até ao chão, pode-se afirmar que «arregaçámos as saias» destas estruturas de modo a criar uma certa fluidez e a garantir uma continuidade visual entre os diferentes espaços.

Atualização em 25 julho 2018

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