Exposição de dez jovens artistas candidatos à Bolsa Arpad Szenes, realizada no Centre Culturel Calouste Gulbenkian, em Paris, de 18 de maio a 9 de junho 1999. A bolsa foi criada pela pintora portuguesa Maria Helena Vieira da Silva, mulher de esposa de Arpad Szenes, com o objetivo de permitir a formação de artistas em situações menos favoráveis.

Se na primeira edição da atribuição da bolsa (1997), esta contemplou exclusivamente artistas húngaros que vivessem e trabalhassem na Hungria, como forma de homenagear Arpad Szenes, em 1999 a bolsa abriu apenas a artistas portugueses, homenageando assim Vieira da Silva.

A escolha dos artistas finalistas à atribuição da bolsa coube a um júri constituído pelos artistas Zao Wou-Ki e Arthur Piza, pelos conservadores Germain Viatte (antigo diretor do Musée National d'Art Moderne de França) e Danièle Giraudy (conservadora principal dos Museus de França), por José Sommer Ribeiro (diretor da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva), por Paul Duchein (colecionador próximo de Vieira da Silva) e ainda pelo galerista Lucien Durand.

Dos 170 artistas que, inicialmente, se candidataram à bolsa, foram selecionados dez: José António Cruz Lopes, Paula Sousa Cardoso, Isabel Faria, Fala Mariam, Luís Melo, Hélder Nicolau Mendes, Ana Pimentel, Pedro Vasconcelos Rodrigues, Ana Vidigal e Oliveira Tavares. A jornalista Ana Marcela caracterizou o conjunto de artistas selecionados deste modo: «Com idades que oscilam entre os 25 e os 39 anos, com uma passagem, na sua maioria, pela Escola de Belas-Artes do Porto ou de Lisboa, os candidatos apresentam uma enorme liberdade de estilos e de influências bem como diferentes graus de experiência no meio das artes plásticas.» (Marcela, suplemento Fórum Estudante do Correio da Manhã, 6 abr. 1999)

Segundo a responsável pela atribuição da Bolsa Arpad Szenes em Portugal, Jeannine Quintin, não se pretendeu que a quantia da bolsa fosse percecionada como prémio, razão pela qual os artistas foram analisados sobretudo pela obra que submeteram e não tanto pelo currículo, de modo a fazer passar a mensagem de um valor artístico emergente.

Antes de o conjunto de obras selecionadas ser apresentado em Paris, esteve em exposição no Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva, em Lisboa, de 6 a 18 de abril de 1999. A primeira apresentação das obras em Lisboa constituiu uma «oportunidade para ver, antes da ida para Paris, alguns dos jovens talentos nacionais das artes plásticas» (Ibid.).

O valor da bolsa foi atribuído somente a 21 de maio, em Paris, e contemplou a artista Isabel Faria (1973).

Carolina Gouveia Matias, 2019