Concreta. Experimental. Visual. Poesia Portuguesa, 1959 – 1989

Exposição itinerante sobre poesia visual portuguesa, apresentada no Centre Culturel Portugais, em Paris, comissariada por Fernando Aguiar e Gabriel Rui Silva, em colaboração com o Instituto da Cultura e Língua Portuguesa. A mostra apresentou um período de trinta anos de poesia visual e foi mais tarde apresentada em Bordéus.
Travelling exhibition on Portuguese Visual Poetry at the Centre Culturel Portugais, in Paris, curated by Fernando Aguiar and Gabriel Rui Silva in collaboration with the Institute of Portuguese Culture and Language. The show presented a period of thirty years of visual poetry and was later staged in Bordeaux, France.

A exposição «Concreta. Experimental. Visual. Poesia Portuguesa, 1959-1989» esteve patente no Centre Culturel Portugais, em Paris, tendo sido apresentada em dois momentos: de 2 a 7 de abril e de 17 a 27 de abril de 1990. Foi organizada numa parceria entre a Fundação Calouste Gulbenkian e o Instituto de Cultura e Língua Portuguesa (ICLP), com o comissariado de Fernando Aguiar e Gabriel Rui Silva.

Exposição anteriormente realizada em Itália, na Faculdade de Ciência Política da Universidade de Bolonha, com sede no Palazzo Hercolani, de 10 a 17 de abril de 1989, fez parte de um conjunto de manifestações ligadas à Poesia Experimental Portuguesa e para cuja divulgação Fernando Aguiar deu um importante contributo, organizando, nomeadamente, o 1.º Festival Internacional de Poesia Viva, em 1987; o número da revista francesa Doc(k)s, dedicada a Portugal, em 1987; a exposição e catálogo/antologia Mappe dell'Imaginario, em Itália, em 1987; a exposição e catálogo Poesia: Outras Escritas, Novos Suportes, no Museu de Setúbal, em 1988; o número 10 da revista norte-americana Score, dedicado a Portugal, em 1989; e o conjunto de textos e poemas visuais publicados em seis números da revista Encontro, suplemento do Jornal de Notícias, em 1989.

«Concreta. Experimental. Visual» apresentou um período de trinta anos de poesia visual, desde o surgimento da Poesia Concreta em Portugal, no final dos anos 50, até à sua abertura ao Movimento da Poesia Experimental. O texto de Ana Hatherly presente na monografia publicada por ocasião da exposição traça este percurso, ao mesmo tempo que assume a vocação internacional do movimento, assinalando influências, nomeadamente das vanguardas do século XX, como o Surrealismo, e, principalmente, a redescoberta da experimentação linguística de origem barroca. Esta redescoberta expressou-se através da «revalorização de certos recursos estilísticos da escrita maneirista e barroca, nos seus aspectos construtivistas e de intensificação das imagens, e sobretudo no seu aspecto de jogo verbal, com destacada intenção lúdica» (Concreta. Experimental. Visual. Poesia Portuguesa, 1959-1989, 1990, p. 6).

Por outro lado, a redescoberta da poesia barroca por artistas como E. M. de Melo e Castro, Alberto Pimenta e Ana Hatherly lançou sobre ela uma nova luz, contrariando os estereótipos que levavam os estudiosos «sérios» a menosprezá-la e a considerá-la de mau gosto. A poesia barroca era usada como forma «provocatória de manifestar a sua oposição ao establishment, mais uma maneira de criativamente atacar o imobilismo operante, o mandarinismo e a miopia da crítica oficial e da sociedade que ela representava» (Ibid., p. 7).

A exposição procurou chamar a atenção não só do público em geral, mas principalmente dos investigadores, apresentando um conjunto de obras vasto e variado e abrindo caminho à indagação de um dos domínios mais ricos e imaginativos da produção literária e artística portuguesa contemporânea.

Mais tarde, a exposição foi integrada nas atividades da Semaine de Poesie Portugaise, que decorreu entre 23 e 28 de abril de 1990 e que resultou de uma colaboração entre os Serviços Culturais da Embaixada de Portugal em Paris e a Secretaria de Estado da Cultura. Esta semana foi realizada no âmbito da publicação de um número especial da revista Action Poétique, consagrada aos novos poetas portugueses, de quatro coleções traduzidas pelas Éditions Action Poétique, e da Histoire de la Mer et de la Terre, das Éditions de la Différence.

Em maio de 1990, a exposição foi apresentada na Maison de L'Europe, em Bordéus, França.

Carolina Gouveia Matias, 2018


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Coleção Gulbenkian

Efes

Salette Tavares (1922-1994)

Efes, 1963 / Inv. 15GP2799


Eventos Paralelos

Programa cultural

Semaine de Poesie Portugaise

2 abr 1990 – 28 abr 1990
Fundação Calouste Gulbenkian / Delegação em França – Centre Culturel Portugais
Paris, França
2 abr 1990 – 28 abr 1990
Librairie Biffures
Paris, França
2 abr 1990 – 28 abr 1990
Théâtre d'Ivry
Paris, França
2 abr 1990 – 28 abr 1990
Cité Universitaire
Paris, França
2 abr 1990 – 28 abr 1990
Centre National des Lettres (CNL)
Paris, França
2 abr 1990 – 28 abr 1990
Maison du Portugal
Paris, França

Publicações


Material Gráfico


Documentação


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Centre Culturel Portugais de Paris), Lisboa / PRS 05220

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém programa e folha de sala. 1990 – 1990

Arquivos Gulbenkian (Centre Culturel Portugais de Paris), Lisboa / PRS 05221

Pasta com documentação referente à produção do festival. Contém programa e correspondência interna e externa. 1989 – 1990


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