Exposição realizada a partir do trabalho de Fernando Filipe (1944), colaborador do Teatro Moderno do Porto, do Teatro Experimental do Porto e do Teatro Estúdio de Lisboa, entre outros. Esta iniciativa ficou a dever-se à ação do Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), que promoveu o evento em colaboração com o Serviço de Exposições e Museografia da mesma instituição.

A mostra resultou de um subsídio atribuído em 1984 pelo Serviço de Belas-Artes ao cenógrafo e destinado à reconstrução de 30 maquetas da sua autoria.

Em carta dirigida à FCG, Fernando Filipe mostrava o seu interesse em colaborar num projeto «que contribuísse para um melhor conhecimento do que se passa nos bastidores de um palco, mostrando ao público uma das partes basilares do espectáculo – a cenografia» (Carta de Fernando Filipe dirigida à FCG, [s.d.]., Arquivos Gulbenkian, SEM 00337).

Dois anos mais tarde, foram apresentados, na Galeria de Exposições Temporárias da Sede da FCG (piso 01), objetos cenográficos (maquetas, material gráfico e fotográfico) relativos a 30 espetáculos teatrais realizados entre os anos de 1970 e 1985, que contaram com a colaboração de Fernando Filipe. Entres estes espetáculos destaque-se Almada, Dia Claro (autoria: Augusto Sobral; encenação: Castro Guedes), realizado no Centro de Arte Moderna da FCG, no ano de 1984.

Na introdução do catálogo da exposição, o diretor do Serviço de Exposições e Museografia, José Sommer Ribeiro, destacava a importância da cenografia enquanto disciplina fundamental para o estudo da história do teatro, e salientava também que a exposição, além de pôr em evidência a qualidade destas obras, alertava para a «necessidade de salvaguardar um património de natureza frágil», que consistia em importantes documentos de registo de eventos efémeros, como os espetáculos teatrais (Cenografia para Teatro. Maquetas Fernando Filipe, 1986).

Filipa Coimbra, 2017