Exposição realizada no âmbito do intercâmbio entre a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) e vários museus internacionais, neste caso com o Mint Museum of Art, em Charlotte (Carolina do Norte, EUA).

A exposição de desenhos do artista norte-americano Herb Jackson (1945) inaugurou a 9 de outubro de 1984 na Galeria de Exposições Temporárias da Sede da FCG (piso 01), mantendo-se aberta ao público até 4 de novembro do mesmo ano. Contou com 36 trabalhos, datados de 1979 a 1981, e foi comissariada por Jerald Melberg, ex-curador do Mint Museum of Art e proprietário da Jerald Melberg Gallery. 

A conceção da exposição surgiu na sequência da viagem de Pedro Tamen aos EUA, em 1982. Pedro Tamen, então administrador da FCG, terá regressado a Portugal entusiasmado com a obra de Herb Jackson e com a possibilidade de mostrar o trabalho do artista na Fundação Calouste Gulbenkian. A exposição em Lisboa integrou-se num vasto circuito de itinerância, organizado em diversas cidades norte-americanas e na Edmonton Art Gallery, no Canadá (Calendário da itinerância da exposição, s.d., Arquivos Gulbenkian, SEM 00305).

O catálogo da exposição incluiu um texto assinado pelo comissário, Jerald Melberg, um pequeno prólogo da autoria do diretor do Serviço de Exposições e Museografia, José Sommer Ribeiro, bem como um texto de Pamela Allara, assistente de História da Arte na Universidade de Tufts, em Medford (Massachusetts), e correspondente do ART News, de Boston. O volume contém também reproduções de algumas obras expostas e uma cronologia das exposições de Herb Jackson.

Segundo o comissário, os trabalhos selecionados transmitiam, pelas suas características físicas e estéticas (cor, dimensões e continuidade), intimidade e uma aura enigmática, combinadas com uma novidade sem paralelo.

Esta terá sido a terceira maior exposição individual de Herb Jackson, mas também a primeira vez que o Mint Museum of Art organizou uma mostra fora dos Estados Unidos da América. Os desenhos expostos destacam-se por uma técnica compositiva em várias camadas de cor, produzidas a lápis de óleo sobre papel. Assim, mesmo nos trabalhos que aparentam ser monocromáticos, é possível descobrir diferentes nuances de cor.

O artista e o comissário estiveram em Lisboa para assistir à montagem e à inauguração da exposição. Ambos terão manifestado, desde o primeiro momento, o desejo de visitar alguns estúdios de jovens artistas portugueses, com vista à eventual apresentação dos seus trabalhos nos EUA. Contudo, não foi possível apurar se essa ideia chegou a ser concretizada.

Num pequeno texto assinado por João Pinharanda no Expresso, o crítico dá notícia da exposição, referindo-se ao trabalho de Herb Jackson como «abstracionismo lírico, delicado e decorativo» (Pinharanda, Expresso, 20 out. 1984).

Carolina Gouveia Matias, 2017