Jorge Martins. Preto-Branco. Desenhos

Exposição do pintor Jorge Martins (1940), numa apresentação de 145 desenhos realizados entre 1973 e 1983, que mostravam o percurso coerente da sua obra. Em grafite sobre fundo branco, o artista procurou refletir o estudo do comportamento da luz, do espaço e do cosmos, entendido entre luz e sombra.
Exhibition exploring the work of painter Jorge Martins (1940) with a display of 145 works made between 1973 and 1983. Martins' studies of light and shade, in graphite on a white background, contemplate the nature of light, space and the cosmos.

A exposição de Jorge Martins (1940) patente na Galeria de Exposições Temporárias (piso 01) de junho a agosto de 1983 realizou-se após um largo período de ausência expositiva – a mostra individual anterior recuava a maio de 1974. Os trabalhos expostos mostravam o percurso coerente da obra do artista, que seguira o lema: «Não utilizar senão a cor indispensável.» (Jorge Martins. Preto-Branco. Desenhos, 1983)

Todos os desenhos apresentavam uma mesma unidade de conjunto, embora cada um fosse caracterizado por aspetos individuais. Alguns dos desenhos haviam sido apresentados em 1978, numa coletiva no Musée National d’Art Moderne de Paris.

Os trabalhos mostrados refletiam o estudo do comportamento da luz, do espaço e do cosmo, entendido entre luz e sombra, e explorando, essencialmente, a grafite sobre fundo branco ao longo de 145 desenhos (apesar de alguns artigos referirem «155 desenhos», privilegiou-se a informação veiculada na documentação disponível), que marcam dez anos de trabalhos: de 1973 a 1983.

Jorge Martins, que na altura residia e trabalhava em Paris, frequentou os cursos de arquitetura e pintura da Escola de Belas-Artes de Lisboa e, entre 1958 e 1983, realizou 16 exposições individuais em Lisboa, Porto, Chicago e França, participando igualmente em 36 mostras coletivas, em diversas cidades europeias e em Bagdade.

O catálogo é enriquecido com textos de José Sommer Ribeiro, Pierre Georgel (conservador do Musée des Beaux Arts de Dijon) e Fernando Gil (professor na Universidade Nova de Lisboa), além de conter a reprodução de algumas obras expostas e uma biografia do artista.

Note-se que esta exposição foi, na altura, selecionada pelo Centro Nacional de Cultura como uma das exposições a não perder durante o mês de agosto de 1983.

As críticas assinadas por João Miguel Fernandes Jorge e por José Luís Porfírio, n’A Capital e no Expresso, respetivamente, optam pela análise minuciosa da obra de Jorge Martins, destacando ambos o estudo da luz desenvolvido pelo artista.

Já o jornal Diário de Notícias refere a importância do papel da Fundação Calouste Gulbenkian na divulgação da arte nacional: «No fim da temporada, portanto, a Gulbenkian propõe, na sequência da mostra que recentemente apresentara Helena Almeida, o encontro com obras de vanguarda, assumindo um papel de grande importância na revelação junto do grande público que a frequenta habitualmente de artistas menos conhecidos mas com lugar certo na evolução da arte portuguesa actual.» («Jorge Martins traz obra à Gulbenkian», Diário de Notícias, 1 jul. 1983)

Carolina Gouveia Matias, 2017


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Publicações


Material Gráfico


Fotografias


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00278

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém um convite, correspondência interna e externa, orçamentos, material para o catálogo e recortes de imprensa. 1983 – 1984

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0127-D00394

2 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1983

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0127-D00395

15 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1983


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