Exposição individual dedicada à obra gravada da artista brasileira Thereza Miranda (1928), promovida pela Embaixada do Brasil em Portugal, contando com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), através do seu Serviço de Exposições e Museografia, que assumiria a produção e montagem da mostra.

O intuito desta apresentação previa a continuidade da divulgação da gravura brasileira contemporânea em Portugal, iniciado em 1979 com a apresentação da exposição de Renina Katz (1925).

Estes 48 exemplares, selecionados pela artista e mostrados no piso 01 da Galeria de Exposições Temporárias da Sede da FCG em Lisboa, revelavam o interesse de Thereza Miranda pelos valores arquitetónicos brasileiros, na conjugação dos seus elementos com a envolvente, essencialmente a partir de construções e edificações localizadas no Maranhão e no Rio de Janeiro, focando também a degradação desse património.

Nestes trabalhos, realizados num período compreendido entre 1979 e 1981, a artista utiliza a fotografia e o desenho como referentes que transfere para a chapa, produzindo fotogravuras em água-tinta, que revelam a relação entre os vários processos (químicos e mecânicos) das técnicas a que recorre. As fotogravuras de Thereza Miranda resultam de um processo em dois tempos, que tem início numa deambulação fotográfica, para fixar uma imagem a partir do real, a que se segue a sua manipulação em posteriores intervenções sobre a chapa.

Filipa Coimbra, 2017