Exposição de itinerância internacional, organizada no âmbito das comemorações do 50.º aniversário do Museum of Modern Art (MoMA), realizada em Lisboa numa parceria entre o MoMA e a Fundação Calouste Gulbenkian. A mostra «Arte Americana do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque», como se intitulou em Portugal, foi inaugurada a 10 de agosto de 1979, no mesmo dia em que inaugurava a exposição «Jackson Pollock. Pintura é desenho, desenho é pintura», que resultara da mesma organização em parceria. Ambos os eventos contaram com a presença do embaixador dos Estados Unidos da América em Portugal.

A importância destas duas iniciativas no panorama cultural português é reforçada no texto de apresentação do catálogo da exposição, assinado por Waldo Rasmussen, comissário da exposição e diretor do Programa Internacional do MoMA. Nele, o autor sublinha como «a apresentação conjunta das duas exposições permite a mais completa mostra de arte americana até hoje levada a efeito em Portugal» (Arte Americana do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, 1979, p. 7).

Esta exposição, com a duração de pouco mais de um mês, pretendeu divulgar junto do público o projeto institucional do MoMA, através da apresentação da sua história e da análise retrospetiva do seu percurso, ambas suportadas pela amostragem de um conjunto significativo da sua coleção de arte: 295 obras, entre pintura, escultura, mobiliário, artes gráficas, arquitetura, fotografia e vídeo. A diversidade do acervo exposto responde a um objetivo programático da iniciativa, como se compreende no texto do comissário Rasmussen: «[…] além de expor pintura e escultura modernas, o MoMA também se dedica “às atividades múltiplas” das artes visuais do nosso tempo: a nova arquitetura, o design industrial, a fotografia e o cinema.» (Ibid.)

Pelo significado histórico da coleção do MoMA e pela dimensão do conjunto de obras apresentado, a exposição «Arte Americana do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque» ocupou as duas principais galerias expositivas da Sede da Fundação Calouste Gulbenkian num plano museográfico coerente e arrojado, que integrava, articulados entre si, os trabalhos de mais de 140 artistas.

Esta foi uma exposição amplamente noticiada nos órgãos de comunicação social, todos reforçando a relevância artística, a importância didática do conjunto de obras expostas e o prestígio institucional do museu norte-americano. O MoMA pretendia, neste programa de itinerância por diversas capitais europeias, consolidar o estatuto que tinha adquirido no panorama cultural internacional, através da modernidade do seu programa institucional, pautado pelo pioneirismo e pela experimentação estética.

Isabel Falcão, 2017