Jackson Pollock. Pintura é desenho, desenho é pintura

50.º Aniversário do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA)

Exposição realizada no âmbito do 50.º aniversário do Museum of Modern Art (MoMA), apresentada em diversas cidades europeias. Dedicada ao pintor norte-americano Jackson Pollock (1912-1956), a mostra contou com 80 obras do artista, entre desenhos, pinturas e gravuras.
Exhibition dedicated to American artist Jackson Pollock, arranged as part of the 50th anniversary celebrations of the Museum of Modern Art (MoMA) in New York. The exhibition was held at the Calouste Gulbenkian Foundation during its tour of major European cities, with a display of 80 of the artist's works, including drawings, paintings and prints.

No âmbito do 50.º aniversário do Museum of Modern Art (MoMA), a administração do museu (The Internacional Council of The Museum of Modern Art) deliberou a organização de uma grande exposição dedicada ao conceituado pintor norte-americano Jackson Pollock (1912-1956). A mostra foi concebida para ser apresentada em várias cidades europeias, tendo tido edições em Oxford, Düsseldorf, Paris, Lisboa e Amesterdão.

A montagem em Lisboa partiu da iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), onde foram exibidas 80 obras do pintor, entre desenhos, pinturas e gravuras. O objetivo da exposição foi o de revelar e sublinhar a relação do desenho e da pintura na produção artística de Pollock. Neste sentido, as obras destacadas na FCG corresponderam ao desenrolar do trabalho do artista a partir da década de 1930, e pretenderam enfatizar a estreita conexão entre a sua abordagem inovadora dos processos pictóricos e gráficos e os seus trabalhos em dripping dos anos de 1946 a 1950, que ficaram como os mais emblemáticos da sua obra.

Jackson Pollock estudou na Art Students League of New York, onde integrou um grupo de estudantes americanos que pretendeu distanciar-se das propostas modernas da arte europeia do início e meados do século XX. Comprometidos em assumir para a arte americana um cenário de destaque e distinção face à produção europeia, estes artistas, influenciados pela violência expressiva dos pintores mexicanos (como José Orozco e David Alfaro Siqueiros), conceberam um estilo que combinava realismo com expressivas e energéticas distorções. Mais tarde, já na década de 1940, e tendo tido contacto (direto ou indireto) com a arte revolucionária de Picasso, dos surrealistas e abstracionistas (muitos artistas europeus residiram nos Estados Unidos da América no período da Segunda Guerra Mundial), estes jovens artistas americanos vieram a ser conhecidos como expressionistas abstratos, marcando profundamente a produção artística mundial do pós-guerra.

O reconhecimento de Pollock ficou a dever-se à sua abundante produção pictórica, assente na técnica de dripping, forma de fazer pintura projetando direta e automaticamente, sem esquemas prévios, a tinta sobre a superfície da tela. Jackson Pollock conseguia, assim, conferir às suas pinturas um acabamento extremamente gestual, físico e expressivo.

Relativamente à metodologia e pesquisa plástica do artista norte-americano, Fernando de Azevedo destacaria: «Jackson Pollock falava no estar “dentro” da pintura, no sentir-se “dentro” dela. Era simultaneamente o acto de a fazer e de se fazer. […] Vulto maior da action-painting, ruptura americana de Nova Iorque com a herança europeia e através dela feita, no decurso dos anos 40, Pollock […] concorre para um novo estado da pintura contemporânea, em que a oscilação entre signo e gesto, pela via abstracta e expressionista, serão as denominantes e os elementos de modificação e de aprofundamento. […] Pollock irá estabelecer entre o automatismo surrealista e a abstração, uma relação mais de continuidade do que, como a princípio se julgou, de inconciliável rompimento.» (Colóquio/Artes, n.º 42, set. 1979, p. 64)

No texto apresentado no catálogo, Bernice Rose, conservadora do Departamento de Desenhos do MoMA e comissária da exposição, salientou o facto de a arte de Pollock, apesar estimulada por correntes artísticas europeias, nunca ter perdido o seu sentido de originalidade ou a capacidade de surpreender: «[…] o mais importante é que a obra de Pollock, e a sua realização, abriu à arte novas possibilidades para todos; foi largamente responsável pelo aparecimento da confiança que se tornou a base do súbito fortalecimento da arte americana no quarto de século que se seguiu à Segunda Guerra Mundial.» (Jackson Pollock, 1979, p. 23)

Joana Brito, 2015


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Ciclo de cinema

A Arte e os Artistas nos Estados Unidos

28 ago 1979 – 11 set 1979
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 3
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00166

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém correspondência e declaração de subsídios. 1980 – 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Belas-Artes), Lisboa / SBA 01524

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém declaração de subsídios. 1977 – 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00165

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém correspondência e recortes de imprensa. 1978 – 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0050-D00160

1 prova, cor: aspeto (FCG, Lisboa) 1979

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0050-D00161

13 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1979


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