Com o desígnio de patrocinar uma mostra internacional de arte contemporânea fora do país, mais concretamente em Londres, na Tate Gallery, a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) organizou esta exposição com o apoio da sua delegação naquela cidade. Para tal, contou com uma comissão de seleção de obras constituída por Alan Bowness, Lawrence Gowing e Philip James, trustees da Tate Gallery de Londres.

Após três anos de preparação, a exposição foi inaugurada a 20 de abril de 1964, procurando destacar os mais proeminentes artistas do pós-guerra, nos suportes artísticos da pintura e da escultura. Contando com a representação de 370 obras de 170 artistas, viria a registar uma assinalável afluência de público (cem mil visitantes) e teve ecos nos mais significativos títulos da imprensa escrita da especialidade, de âmbito europeu e norte-americano.

Dos 170 artistas que expuseram, 40 residiam em França, 46 nos Estados Unidos da América e 49 no Reino Unido. A significativa presença de artistas ingleses e norte-americanos evidenciou uma nova abertura e descentralização artística, cujo histórico centro (Paris) ia sendo disputado entre as novas tendências que haviam despontado em Nova Iorque e Londres.

Não tendo havido representação portuguesa no certame (à exceção de Vieira da Silva, naturalizada francesa em 1956), a FCG organizaria e custearia, por determinação do seu presidente, três visitas à exposição destinadas a artistas e críticos de arte, a fim de lhes permitir o contacto direto com grandes obras da década.

Leonor de Oliveira, 2015