Arte Britânica de Hoje

Comemorações dos 40 Anos do British Council em Portugal

Exposição itinerante com apresentação das primeiras oito aquisições da coleção moderna da Fundação Calouste Gulbenkian. Apresentada por ocasião das comemorações dos 40 anos do British Council em Portugal, foi exibida a par de uma outra, de âmbito documental, sobre o legado de William Shakespeare e os aspetos da sociedade inglesa coeva.
Travelling exhibition designed to present the first eight artworks acquired for the Calouste Gulbenkian Foundation's modern collection. The show was staged simultaneously with a documentary exhibition on William Shakespeare's enduring legacy, which included a presentation on aspects of the Shakespearian era, arranged to celebrate 40 years of the British Council in Portugal.

Exposição itinerante apresentada por ocasião das comemorações dos 40 anos do British Council em Portugal, entidade responsável pela sua organização, em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), reiterando-se assim o «intercâmbio do mais elevado valor» mantido entre as duas instituições desde 1962. Às comemorações associou-se ainda o Centro de Arte Contemporânea do Museu Nacional de Soares dos Reis (Arte Britânica de Hoje, 1978).

Para a ocasião, o British Council propôs a realização de duas exposições, uma dedicada à arte inglesa contemporânea, e outra, de âmbito documental, referente ao legado de William Shakespeare (1564-1616) e aos aspetos da sociedade inglesa coeva.

A colaboração entre a Fundação Calouste Gulbenkian e o British Council iniciou-se a partir de um protocolo estabelecido entre ambas as instituições, no qual a FCG encarregava o departamento de Belas-Artes da instituição inglesa de reunir um conjunto apreciável de obras de arte britânica contemporânea, com o intuito da sua incorporação na, à data, incipiente Coleção Moderna da FCG. Essa primeira parceria acabaria por resultar na apresentação em Lisboa da exposição «Arte Britânica do Século XX» (1962), evento público em que foram apresentadas essas primeiras oito aquisições. Quase duas décadas decorridas sobre essa primeira fase da sua política de incorporações, a Fundação, que contava entretanto com mais de uma centena de artistas britânicos representados na sua coleção, visou com esta exposição proporcionar um contacto direto do público português com um representativo núcleo de obras de artistas britânicos contemporâneos.

O historiador e crítico de arte José-Augusto França aconselhava mesmo que a exposição fosse enquadrada no sentido da continuidade das mostras precedentes: a já referida de 1962 e uma outra de 1971, «100 Obras de Arte Britânica Contemporânea da FCG» (França, Colóquio/Artes, dez. 1978, p. 76).

Foi apresentado um conjunto de 43 obras, selecionadas pelo crítico de arte David Thomson (1941) e pelo professor de história da arte e ensaísta Norbert Lynton, nos formatos de pintura, escultura, instalação e fotografia, realizadas por oito artistas britânicos contemporâneos, durante os anos de 1968 e 1978: Bernard Cohen (1933), Bridget Riley (1931), Carl Plackman (1943-2004), Keith Milow (1945), Mark Boyle (1934-2005), Richard Smith (1931-2016), Tom Phillips (1937) e Malcolm Hughes (1920-1997).

Como refere David Thomson no catálogo da exposição, mais do que um mero agrupamento de artistas com afinidades artísticas, a mostra procurava destacar uma atitude de consciência: «[os artistas selecionados] não se destinam certamente a “representar” um aspecto específico ou uma tendência corrente na Grã-Bretanha de hoje. […] O artista de hoje, tal como o cientista, pode não saber com precisão onde as experiências e as pesquisas o levarão por fim, nem mesmo até que ponto o processo de experiência pode ser justificado inteiramente como “arte”. No entanto, o processo será consciente e terá um objectivo específico.» (Arte Britânica de Hoje, 1978)

A inauguração contou com a presença do diretor do departamento de Belas-Artes do British Council, Gerald Forty, que nesse ato inaugural proferiu uma conferência de imprensa.

O modo como foi realizada a montagem da exposição em Lisboa, levada a cabo pela equipa do Serviço de Exposições e Museografia da FCG, seria destacada por Gerald Forty da seguinte forma: «I would first like to say how deeply grateful I am to you and to your staff for the way in which you made the installation of the Recent British Art exhibition as painless as it could possibly be. You start, admittedly, with a great advantage in having such a splendid and flexibly equipped space but even that was less important than the remarkably friendly and co-operative atmosphere in which we worked. I can think a few occasions when it has been possible to rearrange a gallery so radically and to hang an exhibition without disagreement and without in fact having consciously to make any compromises. I was certainly very pleased with the way the exhibition looked and I hope that it will be a success. I would also like to congratulate you on the catalogue and the poster, which were much admired here.» (Carta de Gerald Forty para a Fundação Calouste Gulbenkian, 7 dez. 1978, Arquivos Gulbenkian, SEM 00132, pp. 1-2)

Após a apresentação em Lisboa, a exposição seguiu para o Porto, onde esteve patente no Museu Nacional de Soares dos Reis, contando para tal com a orientação de Fernando Pernes, diretor do Centro de Arte Contemporânea, e Etheline Rosas, coordenadora de exposições.

Filipa Coimbra, 2017

Travelling exhibition as part of the commemorations of 40 years of the British Council in Portugal. It was organised jointly by the British Council and the Calouste Gulbenkian Foundation (FCG), with which they had sustained a highly valuable exchange since 1962). The Museu Nacional de Soares dos Reis's Centro de Arte Contemporâneo, in Porto, was also associated with the event (Arte Britânica de Hoje, 1978).
The British Council proposed holding two exhibitions for the occasion, one dedicated to contemporary British art and another, document-based exhibition on the legacy of William Shakespeare (1564-1616) and English society at that time.
Close cooperation between the FCG and the British Council began with an agreement established between the two institutions, according to which the FCG asked the British Council's Fine Arts Department to assemble a number of contemporary British artworks so they could be incorporated into the FCG's the nascent modern collection. That first partnership would lead to the Arte Britânica do Século XX [British Art of the 20th Century] exhibition (1962) in Lisbon, a public event displaying the first eight acquisitions.
Almost two decades after that first stage in its incorporation policy, the Foundation, which now had more than a hundred British artists represented in its collection, held this exhibition to enable the Portuguese public to have direct contact with a representative group of works by contemporary British artists.
Art historian and critic José-Augusto França (1922) even suggested that the exhibition should be contextualised to provide continuity to previous exhibitions: the 1962 show already mentioned and another held in 1971, Obras de Arte Britânica Contemporânea da FCG [British Contemporary Artworks of the FCG] (França, Colóquio. Artes, Dec. 1978, p. 76).
With these goals in mind, the exhibition displayed a set of 43 pieces selected by art critic David Thompson (1941) and history of art professor and essayist Norbert Lynton (1927-2007), including paintings, sculptures, installations and photographs produced by eight contemporary British artists between 1968 and 1978: Bernard Cohen (1933), Bridget Riley (1931), Carl Plackman (1943-2004), Keith Milow (1945), Mark Boyle (1934-2005), Richard Smith (1931-2016), Tom Phillips (1937) and Malcolm Hughes (1920-1997).
As mentioned by David Thompson in the exhibition catalogue, more than a mere grouping of artists with artistic affinities, the show aimed to highlight an attitude of awareness: [The selected artists] are certainly not designed to 'represent' a specific feature or current trend in today's Great Britain. [...] Today's artist, like the scientist, may not precisely know where experiments and research will eventually take him, or even to what extent the experiment process may be justified entirely as 'art'. Nonetheless, the process will be conscious and will have a specific goal. (Arte Britânica de Hoje, 1978)
The opening was attended by the director of the British Council's Fine Arts Department, Gerald Forty, who also gave a press conference at the event.
The way in which the Lisbon exhibition was put together by the team of the FCG's Exhibitions and Museography Department would eventually be recognised by Gerald Forty as follows:
I would first like to say how deeply grateful I am to you and to your staff for the way in which you made the installation of the Recent British Art exhibition as painless as it could possibly be. You start, admittedly, with a great advantage in having such a splendid and flexibly equipped space but even that was less important than the remarkably friendly and co-operative atmosphere in which we worked. I can think a few occasions when it has been possible to rearrange a gallery so radically and to hang an exhibition without disagreement and without in fact having consciously to make any compromises. I was certainly very pleased with the way the exhibition looked and I hope that it will be a success. I would also like to congratulate you on the catalogue and the poster, which were much admired here. (Letter from Gerald Forty to the Calouste Gulbenkian Foundation), 7 Dec. 1978, Gulbenkian Archives, SEM 00132, pp.1-2)
After the exhibition closed in Lisbon, it went to Porto, where it was held at the Museu Nacional de Soares dos Reis, guided by the director of the museum's Centro de Arte Contemporâneo, Fernando Pernes (1936-2010), and the exhibitions coordinator, Etheline Rosas.

Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

[Em revisão]

[Arte Britânica de Hoje]

23 nov 1978
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias


Documentação


Periódicos


Páginas Web


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00132

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convites, correspondência recebida e expedida, orçamentos, lista de obras, seguros e recortes de imprensa. 1978 – 1979

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/028-D00218

3 provas, p.b.: conferência de John Wain (FCG, Lisboa) 1978

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D02023

10 provas, p.b.: inauguração (FCG, Lisboa) 1978

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/028-D00220

12 provas, p.b.: inauguração (FCG, Lisboa) 1978

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0031-D00100

3 provas, cor: aspetos (FCG, Lisboa) 1978

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0031-D00102

16 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1978

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0031-D01275

8 provas, p.b.: aspetos (Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto) 1979


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