Transformações. Nova Escultura da Grã-Bretanha

Exposição coletiva de escultura britânica contemporânea, promovida pelo British Council com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. Foram apresentados 16 trabalhos dos escultores britânicos Alison Wilding (1948), Anish Kapoor (1954), Antony Gormley (1950), Bill Woodrow (1948), Richard Deacon (1949) e Tony Cragg (1949), realizados entre 1981 e 1983.
Collective exhibition on British contemporary sculpture organised by the British Council with support from the Calouste Gulbenkian Foundation. The show presented 16 works produced between 1981 and 1983 by British sculptors Alison Wilding (1948), Anish Kapoor (1954), Antony Gormley (1950), Bill Woodrow (1948), Richard Deacon (1949), and Tony Cragg (1949).

Exposição coletiva de escultura britânica contemporânea, promovida pelo British Council, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG). A mostra correspondeu à representação da Grã-Bretanha na XVII Bienal de São Paulo (1983), que integrou obras dos artistas Alison Wilding (1948), Anish Kapoor (1954), Antony Gormley (1950), Bill Woodrow (1948), Richard Deacon (1949) e Tony Cragg (1949), cujos trabalhos suscitavam um «considerável interesse em várias partes do mundo» (Transformações. Nova Escultura da Grã-Bretanha, 1984, p. 5).

Na Galeria de Exposições Temporárias da Sede da FCG (piso 0), foram apresentados 16 trabalhos dos seis escultores, realizados entre os anos de 1981 e 1983, tratando-se, portanto, de uma mostra consagrada à produção artística mais recente desses artistas. No primeiro núcleo, foram expostos os trabalhos de Tony Cragg e Bill Woodrow, com esculturas que contemplavam o reaproveitamento, integração e recontextualização de objetos; no segundo, eram apresentados os trabalhos de Alison Wilding e de Richard Deacon; no terceiro e último núcleo, encontravam-se as formas de Anish Kapoor e os corpos de Antony Gormley.

O vasto espaço da galeria contrastava com o reduzido número de obras. Houve por isso quem discordasse dos critérios de dispersão adotados (Carta de James Herbert para José Sommer Ribeiro, 10 out. 1983, Arquivos Gulbenkian, SEM 00297).

Comissariada por Teresa Gleadowe, do departamento de Belas-Artes do British Council, com o apoio de Patrick Jackson, a seleção das obras contou ainda com a colaboração do então diretor da Whitechapel Gallery, Nicholas Serota. Os organizadores procuraram selecionar artistas que, além de se singularizarem pelos seus percursos artísticos, se aproximavam em características comuns, nomeadamente na «abertura, espírito, humor e clareza no tratamento dos seus temas», bem como na «economia de meios e elegância de execução» dos materiais (Transformações. Nova Escultura da Grã-Bretanha, 1984, p. 5).

Esta nova tendência artística surgira em Inglaterra na década de 1970, como referiria Nicholas Serota: «No fim da década de 70 uma nova sensibilidade começou a surgir, meio formada mas já ameaçadoramente independente como uma borboleta aparecendo da pupa. Em dois anos, 1979 e 1980, a escultura repentinamente adquiriu uma nova diretriz.» (Transformações. Nova Escultura da Grã-Bretanha, 1984, p. 8)

Esta exposição dava a conhecer a obra de artistas cujos processos criativos exploravam a «introdução de detritos de uma sociedade urbana e rural» e que tinham em comum um «fascínio pela superfície», utilizando o invólucro como envelope da forma plástica. Nos pressupostos de Serota, este invólucro era um «sinal de transformações» habilmente e sarcasticamente trabalhadas pelos artistas (Ibid.).

A receção crítica da exposição foi bastante favorável, com vários artigos publicados na imprensa nacional. O crítico Alexandre Pomar, por exemplo, valorizou a atualidade e qualidade da iniciativa: «Como raramente acontece, temos por uma vez a oportunidade de ver na hora certa o que surge no mundo» (Pomar, Diário de Lisboa, 3 jul. 1984). E destacaria ainda, discordando das críticas apontadas ao arranjo espacial, o acerto do projeto museográfico ao separar as obras por secções, ao invés de adotar a tradicional tipologia de «salão» (Ibid.).

Integrada na exposição, foi realizada uma visita orientada pelo especialista Lewis Biggs e pela escultora Alison Wilding.

Alguns dos artistas apresentados nesta mostra, como Antony Gormley, Bill Woodrow, Richard Deacon ou Tony Cragg, estão atualmente representados no núcleo de arte britânica da Coleção Moderna do Museu Calouste Gulbenkian, embora com obras realizadas em datas posteriores.

Filipa Coimbra, 2017

This Contemporary British Sculpture group exhibition was promoted by the British Council with the support of the Calouste Gulbenkian Foundation (FCG). The exhibition featured the representation of the Great Britain in the XVII Biennale of São Paulo (1983), including works of artists – such as Alison Wilding (1948), Anish Kapoor (1954), Antony Gormley (1950), Bill Woodrow (1948), Richard Deacon (1949) and Tony Cragg (1949) – whose works draw “considerable interest in several parts of the world.”  (Transformações. Nova Escultura da Grã-Bretanha, 1984, p. 5)

16 works of these 6 sculptors were shown at the FCG’s Main Building Temporary Exhibitions Gallery (Lower ground floor), all of which produced between the years of 1981 and 1983, since the exhibition focused on the most recent artistic production of those artists.

The works of Tony Cragg and Bill Woodrow were presented in the initial section of the exhibition, featuring sculptures which included the reusing, the integration and the re-contextualization of objects. In the second section of the itinerary, the works of Alison Wilding and Richard Deacon were on display, and finally, finishing the exhibition pathway, the third section was dedicated to the «shapes» of Anish Kapoor and the «bodies» of Antony Gormley.

The wide space of the gallery contrasted with the reduced number of works. Despite being a sculpture exhibition, which consequently means a greater spatial necessity and accessibility, there were some who disagreed with the dispersing adopted criteria (Letter from James Herbert to José Sommer Ribeiro, 10 Oct. 1983, Gulbenkian Archives, SEM 00297).

The exhibition was curated by Teresa Gleadowe, from the Fine Arts Department of the British Council, with the support of Patrick Jackson. The selection of the works was made with the collaboration of the Director of the Whitechapel Gallery at the time, Nicholas Serota. The organizers sought to select artists that, in addition to the individuality of their own artistic paths, showed common features such as “openness, spirit, humour and clarity in the treatment of their themes” as well as an “economy of means and elegance of execution” of materials (Transformações. Nova Escultura da Grã-Bretanha, 1984, p. 5).

This new artistic movement appeared in England in the 1970s, as Nicholas Serota mentioned: “In the end of the 1970s, a new sensibility started to appear, half formed but already with a threatening independence like a butterfly appearing from the pupa. In two years, 1979 and 1980, the sculpture abruptly acquired a new guideline.” (Transformações. Nova Escultura da Grã-Bretanha, 1984, p. 8)

This exhibition displayed the work of artists whose creative process explored the “introduction of debris of an urban and rural society”, sharing a “fascination for the surface area, with a casing as the envelope of the shape”. On the assumptions of Serota, this casing was a “sign of transformations” ably and sarcastically worked by the artists (ibid.).

The media reception of the exhibition was quite favourable, several articles were published on the national press. The art critic Alexandre Pomar valued the sense of opportunity and the quality of the initiative: «As rarely happens, we have an opportunity to see on time what arises in the world. » (Pomar, Diário de Lisboa, 3 July 1984)

He also underlined, in opposition to the criticism made to the exhibition layout choices, the adequacy of its display, which divided the works through sections instead of the traditional typology of the “salon” (ibid.).

A guided visit by the expert Lewis Biggs and the sculptor Alison Wilding was organized within the exhibition initiative.

Some artworks later produced by artists shown in this exhibition, such as Antony Gormley, Bill Woodrow, Richard Deacon and Tony Cragg, are part of nowadays Modern Collection of the FCG´s Museum.


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Visita(s) guiada(s)

[Transformações. Nova Escultura da Grã-Bretanha]

29 jun 1984
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria de Exposições Temporárias (piso 01)
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias

Exposição «Transformações. Nova Escultura da Grã-Bretanha»

Documentação


Periódicos


Páginas Web


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00297

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convite, orçamentos, correspondência recebida e expedida, relação de obras, elementos para o catálogo e recortes de imprensa. 1983 – 1985

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0484-D01367

12 provas, p.b.: inauguração (FCG, Lisboa) 1984


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