Goa e o Grão-Mogol

Exposição itinerante organizada em parceria pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Smithsonian Freer Gallery of Art & Arthur M. Sackler Gallery. Comissariada por Nuno Vassallo e Silva e por Jorge Manuel Flores, a mostra integrou cerca de 120 peças, que relataram a relação entre o Império Português e o Império Mogol.
Travelling exhibition organised by the Calouste Gulbenkian Foundation in partnership with the Smithsonian Freer Gallery of Art & Arthur M. Sackler Gallery. Curated by Nuno Vassallo e Silva and Jorge Manuel Flores, the show featured 120 works illustrating the relationship between the Portuguese and Mughal Empires.

Exposição itinerante organizada em parceria pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), através do seu Serviço de Museu, e pela Smithsonian Freer Gallery of Art & Arthur M. Sackler Gallery, de Washington D.C.

Comissariada por Nuno Vassallo e Silva, então diretor-adjunto do Museu Calouste Gulbenkian (MCG), e por Jorge Manuel Flores, assistente da Universidade de Aveiro e especialista em História da Expansão Portuguesa no Oriente, a mostra integrou cerca de 120 peças, que espelharam a relação entre dois impérios, o português e o mogol, que se influenciaram mutuamente a nível político, religioso, cultural, artístico, comercial e social. Compreendeu especificamente o período entre c. 1570 e a primeira metade do século XVIII.

A ideia inicial seria apresentar a exposição em três locais diferentes: numa primeira fase, na Freer Gallery of Art & Arthur M. Sackler Gallery, aproveitando a viragem para o ano de 2004; em segundo lugar, na FCG; por último, ponderou-se que a terceira e última instituição a receber a mostra fosse o Victoria & Albert Museum de Londres. Após algumas reuniões e deliberações, decidiu-se que a exposição seria apresentada apenas em dois locais e que o museu londrino iria, apesar disso, colaborar na sua organização, principalmente através do trabalho de Susan Stronge, curadora do Departamento de Arte Asiática dessa instituição (Apontamento de Nuno Vassallo e Silva para João Castel-Branco Pereira, 11 jul. 2000, Arquivos Gulbenkian, MCG 03489).

Este projeto só foi possível graças ao empréstimo de várias coleções particulares e públicas de Portugal, Inglaterra, Irlanda, Rússia, França e Estados Unidos da América, destacando-se as obras cedidas pelas seguintes instituições: Museu Calouste Gulbenkian (MCG), Museu Nacional de Arte Antiga, Victoria & Albert Museum, British Library, Fondation Custodia e Musée Guimet.

A mostra começou a ser planeada cerca de cinco anos antes de ter sido vista pelo público pela primeira vez em Washington D.C. Em 2000, Milo Cleveland Beach, diretor da Freer Gallery of Art & Arthur M. Sackler Gallery, viajou até Lisboa e teve o seu primeiro contacto com a FCG e com coleções públicas da cidade, aproveitando a oportunidade para discutir alguns pormenores relativos a uma possível organização de uma exposição com Nuno Vassallo e Silva (Carta de Milo Cleveland Beach para Nuno Vassallo e Silva, 21 jul. 2000, Arquivos Gulbenkian, MCG 03489).

Após várias reuniões com as entidades responsáveis pela organização da mostra, foi realizado um pré-guião, redigido por Nuno Vassallo e Silva, Jorge Manuel Flores e Pedro de Moura Carvalho (bolseiro da FCG e da Fundação Oriente e que já tinha comissariado «O Mundo da Laca. 2000 Anos de História», uma exposição dedicada aos diversos aspetos do uso da laca em peças islâmicas, chinesas e japonesas, patente na FCG em 2001).

O conceito da exposição abrangia todo o período que vai desde a chegada de Vasco da Gama a Calecute, em 1498, até às diversas transformações sofridas no panorama geopolítico da Ásia que levaram à constituição de poderosas dinastias, como foi o caso da safávida, da otomana e da mogol. Centrou-se na relação entre os portugueses e este último império, que corresponde, atualmente, ao território que vai do norte da Índia até ao planalto do Decão, no centro e sul deste país, abrangendo ainda partes do Paquistão, Bangladesh, Afeganistão e Irão (Apontamento de Nuno Vassallo e Silva para João Castel-Branco Pereira, 2 jun. 2000, Arquivos Gulbenkian, MCG 03489).

Existiu, inicialmente, um receio em relação às possíveis semelhanças entre esta mostra e «Exótica. Os Descobrimentos Portugueses e as Câmaras de Maravilhas do Renascimento», uma exposição igualmente organizada pela FCG, com comissariado de Nuno Vassallo e Silva e Helmut Trnek (então conservador do Kunsthistorisches Museum de Viena). Contudo, rapidamente se concluiu que as duas exposições dispunham de abordagens bastante distintas.

Tal como defendeu o diretor-adjunto do MCG, esta exposição centrou-se no Império Mogol, nas suas ricas formas de expressão artística e na mais recente investigação sobre a relação entre os portugueses e os mogóis, tema nunca antes apresentado em contexto expositivo (Apontamento de Nuno Vassallo e Silva para João Castel-Branco Pereira, 2 jun. 2000, Arquivos Gulbenkian, MCG 03489).

O projeto museográfico, cujo design ficou a cargo de Mariano Piçarra, dividiu-se em cinco núcleos, cada um deles coordenado por especialistas da área. Integrou uma panóplia de objetos artísticos: manuscritos europeus (documentos, mapas e projetos arquitetónicos), livros impressos, miniaturas da época mogol, pinturas a óleo, ourivesaria e joalharia, peças de mobiliário, porcelanas, tapeçarias, têxteis e ainda algumas maquetes.

Além de um roteiro da exposição, foi publicado um catálogo, desta vez pela editora Scala Publishers de Londres, com o intuito de alargar horizontes entre a FCG e outras instituições à escala mundial. Esta publicação, que contém a reprodução fotográfica de todas as obras expostas, apresenta dez ensaios redigidos por especialistas nacionais e internacionais que exploram diferentes facetas relativas à temática expositiva. Entre os colaboradores internacionais, destacam-se Muzaffar Alam, historiador e professor de Linguagem e Civilizações Asiáticas do Sul na Universidade de Chicago, e Sanjay Subrahmanyam, historiador e professor de História Económica na Universidade da Califórnia, em Los Angeles.

Depois de ter sido apresentada na Smithsonian Freer Gallery of Art & Arthur M. Sackler Gallery, entre outubro de 2003 e janeiro do ano seguinte, a mostra viajou até Lisboa e foi inaugurada no dia 8 de junho de 2004 na Galeria de Exposições Temporárias da Sede da FCG (piso 0). A inauguração contou com a presença de Emílio Rui Vilar, então presidente da FCG; dos comissários da mostra, Nuno Vassallo e Silva e Jorge Manuel Flores; do então diretor do MCG, João Castel-Branco Pereira; e ainda de Pedro de Moura Carvalho, Milo Cleveland Beach, Susan Stronge, entre muitas outras entidades ligadas à organização da exposição.

No mesmo dia da inauguração, Ebba Koch, professora da Universidade de Viena e especialista em arte mogol, apresentou a conferência «The Complete Taj Mahal» no Auditório 3 da Sede da FCG (Comunicado de imprensa, 2004, Arquivos Gulbenkian, ID: 48295).

Cerca de um mês depois da sua abertura ao público, a exposição recebeu a visita oficial do ministro da Cultura do Irão, que foi acompanhado por João Castel-Branco Pereira e Nuno Vassallo e Silva.

«Goa e o Grão-Mogol» registou um total de 32 265 visitantes, tendo sido realizadas cerca de 51 visitas guiadas, promovidas pelo Serviço Educativo do MCG.

Joana Atalaia, 2019


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Coleção Gulbenkian

Desconhecido

Inv. 328

Tapete "Português"

Desconhecido

Tapete "Português", Inv. T99

Tapete fragmentado com decoração floral e enrolamentos de videira

Desconhecido

Tapete fragmentado com decoração floral e enrolamentos de videira, Inv. T72


Eventos Paralelos

Visita oficial

[Goa e o Grão Mogol]

12 jul 2004
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal
Conferência / Palestra

The Complete Taj Mahal

8 jun 2004
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 3
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias

Visita para a imprensa
Visita para a imprensa
Visita para a imprensa
Visita oficial
Visita oficial
Visita oficial
Visita oficial
Visita oficial
Visita oficial
Visita oficial
Visita oficial
Visita oficial
Conferência «Goa e o Grão Mogol»
Conferência «Goa e o Grão Mogol»
Conferência «Goa e o Grão Mogol»
Conferência «Goa e o Grão Mogol»
Conferência «Goa e o Grão Mogol»
Visita para a imprensa
Emílio Rui Vilar (atrás), Nuno Vassalo e Silva (dir.)
Emílio Rui Vilar (esq.)
Emílio Rui Vilar (centro)
Nuno Vassallo e Silva (centro)
Nuno Vassalo e Silva

Documentação


Periódicos


Exposições Relacionadas

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