Maria José de Mendonça

1905 – 1984

Diretora do Serviço do Museu e Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian (1956 – 1960); Diretora-Adjunta do Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian (1960-1962)

8 Exposições

Maria José Mendonça foi uma importante museóloga e conservadora portuguesa. Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1933, ano em que foi aceite como estagiária para conservadora tirocinante no Museu Nacional de Arte Antiga, sob a orientação de José de Figueiredo e de João Couto. Durante este estágio, Mendonça adquiriu inúmeras competências museológicas, quer através de trabalhos desenvolvidos na área da catalogação, inventariação e investigação, quer por via do contacto direto com a Coleção do Museu e com coleções estrangeiras, uma vez que também lhe terá sido atribuída uma bolsa para estudar as bibliotecas e museus estrangeiros. O seu tirocínio deu-se por concluído em 1938, quando foi nomeada conservadora-adjunta do Museu, passando a conservadora efetiva seis anos depois.
Em 1956, tornou-se responsável pelo departamento da conservação dos têxteis no Instituto José de Figueiredo, desenvolvendo paralelamente um trabalho exaustivo de programação e tratamento na Coleção de Calouste Gulbenkian, no então designado Serviço de Belas-Artes, que coordena a partir de setembro de 1957. O trabalho que levou a cabo até 1960, data em que se demite das suas funções, foi determinante para a consolidação do Museu, tendo-se centrado no lançamento de uma linha de programação, na coordenação do processo de inventariação e transferência da Coleção e na programação de exposições temporárias.
M. J. Mendonça esteve integrada no Grupo de Trabalho de ProgramacÞo das InstalacÞes do Museu e Sede da FundacÞo Calouste Gulbenkian, do Servicde Projetos e Obras (SPO), juntamente com Luiìs GuimaraÞes Lobato, Joseì Sommer Ribeiro e Jorge Sotto Mayor. Este grupo tinha por missão definir o tipo de edifícios que conviriam à Sede e ao Museu da FundacÞo Calouste Gulbenkian e escolher a sua melhor localização em Lisboa. Entre 1962 e 1967, foi nomeada diretora do Museu Nacional dos Coches, tornando-se a primeira mulher a dirigir um museu nacional. Aqui, além de ter instituído o Serviço Educativo, realizou também algumas modificações nas galerias abertas ao público. Em 1967, deixou o Museu Nacional dos Coches para assumir a direção do Museu Nacional de Arte Antiga, concentrando-se na sua dinamização através da organização de inúmeras atividades culturais, como exposições, palestras, cursos e seminários.
Ainda na década de 70, o seu gosto pela arte contemporânea conduziu-a à organização da primeira exposição dos artistas da Sociedade Nacional de Belas-Artes depois de terem sido banidos por razões políticas. Foi também umas das fundadoras da Associação Portuguesa de Museologia e integrou a direção do International Council of Museums (ICOM). Aposentou-se em 1975, nove anos antes de falecer.


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