O que pensam os cidadãos e os políticos

A Fundação Calouste Gulbenkian levou a cabo um amplo diagnóstico no sentido de conhecer as percepções e opiniões dos decisores políticos e dos cidadãos portugueses, bem como o que se diz na imprensa, acerca da Justiça Intergeracional.

PolíticosCidadãosImprensa

Discursos Parlamentares

O que pensam os decisores políticos sobre a justiça intergeracional?

Foram analisados os discursos parlamentares entre 1974 e 2017 procurando referências às gerações futuras e à justiça intergeracional. Perguntámos também aos deputados portugueses como avaliam a presença deste tema no debate político.

0%Sim

0%Não

97% dos discursos parlamentares sobre o Ambiente não mencionam de forma explícita as gerações futuras.

Assim, o impacto de fenómenos como as alterações climáticas, o esgotamento dos solos ou a poluição dos mares sobre as gerações vindouras tem ficado por debater.

0%Sim

0%Não

Da mesma maneira, 97% dos discursos parlamentares sobre a Dívida Pública não falam sobre gerações vindouras.

Tal é surpreendente, uma vez que essas gerações serão chamadas a pagar a dívida no futuro.

0%Sim

0%Não

Finalmente, 98% dos discursos parlamentares sobre Segurança Social não falam sobre as gerações futuras.

Mais uma vez, este resultado é intrigante, uma vez que deixa as preocupações com os futuros beneficiários do sistema de pensões praticamente fora do debate.

Excessivo

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Muito grande

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Adequado

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Insuficiente

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NR

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89% dos deputados inquiridos consideram que o papel da justiça intergeracional no discurso político atual é muito reduzido.

Esta resposta é coerente com a falta de referência às gerações futuras nos debates sobre ambiente, dívida pública e pensões.

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72% dos deputados consideram que se estão a transferir poucos recursos para as gerações futuras.

Este resultado é interessante pois mostra que existe margem para consensos, no que respeita à distribuição mais equitativa de recursos entre as gerações presentes e futuras.

que mudanças
de hoje para amanhã?

Foi pedido aos deputados portugueses que se pronunciassem sobre diferentes propostas de políticas públicas destinadas a proteger o bem-estar das gerações futuras.

Muitos dos decisores políticos entrevistados pensam que a justiça intergeracional deve ser entendida de forma recíproca: dos mais velhos para os mais novos, mas também dos mais novos para os mais velhos. Por exemplo, como refere um entrevistado, uma sociedade intergeracionalmente justa é aquela “onde as várias gerações contribuem proporcionalmente para um esforço comum”.

Para quase todos os entrevistados, a principal razão por trás da incapacidade de agir para criar mais justiça intergeracional é a inexistência de incentivos políticos para o fazer. Como refere um inquirido: “Ninguém ganha eleições a falar de demografia, ninguém ganha eleições a falar do país interior (…) tem que haver um amplo consenso (…).” Este entrevistado cita Reagan que dizia “os governos não governam para as próximas gerações, governam para as próximas eleições”.

Quase unanimemente, os entrevistados salientam a necessidade de estudar mais os problemas concretos relacionados com a justiça intergeracional; sobretudo para sensibilizar a opinião pública. Isto permitiria à sociedade civil organizar-se, fazer pressão e assim incentivar os partidos a colocar na agenda temas de sustentabilidade.

Nem apoio nem me oponhoApoio parcialmenteApoio InteiramenteNR0%0%0%0%

Cerca de metade dos deputados defende uma aposta em creches de excelência, criando melhores oportunidades para as gerações futuras.

Oponho-me inteiramenteOponho-me ParcialmenteNem apoio nem me oponhoApoio parcialmenteApoio inteiramenteNR0%0%0%0%0%0%

Por sua vez, 78% dos deputados são favoráveis a apoios sociais às famílias que têm a seu cargo crianças ou idosos, repartindo assim os encargos intergeracionais por toda a sociedade.

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Oponho-me parcialmente

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Nem apoio nem me oponho

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Apoio parcialmente

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Apoio inteiramente

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NR

Praticamente nenhum dos deputados se opõe uma avaliação obrigatória da sustentabilidade financeira das políticas públicas, com base em projeções sociais, demográficas e económicas.

Oponho-me inteiramente

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Oponho-me parcialmente

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Nem apoio nem me oponho

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Apoio parcialmente

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Apoio inteiramente

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NR

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Um grande número de deputados apoia a criação de impostos sobre bens de consumo altamente poluentes, tais como detergentes ou recipientes de plástico, utilizando a respetiva receita na preservação dos recursos naturais.

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Oponho-me parcialmente

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Nem apoio nem me oponho

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Apoio parcialmente

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Apoio inteiramente

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NR

58% dos deputados defendem o lançamento de medidas para aumentar a participação política dos mais jovens, assegurando uma representação mais equilibrada de todas as gerações.

O que pensam os cidadãos sobre a justiça intergeracional?

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Muito baixa
(1-2)

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Baixa
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Média
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Alta
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Muito Alta
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60% dos Portugueses estão muito preocupados com o bem-estar das gerações seguintes.

Muito baixa
(1-2)

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Baixa
(3-4)

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Média
(4-6)

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Alta
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Muito Alta
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Apesar disso, mais de metade dos Portugueses considera que os decisores políticos não estão a fazer o suficiente pelas gerações futuras.

0%Sim

0%Não

Por exemplo, 85% da população portuguesa considera que a Segurança Social não vai dar às gerações futuras os mesmos benefícios que dá hoje às gerações que se estão a reformar.

Mais recursos dos que recebeu da geração anterior

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Idênticos recursos aos que recebeu da geração anterior

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Menos recursos dos que recebeu da geração anterior

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A esmagadora maioria dos Portugueses considera que cada geração deve deixar mais recursos às gerações seguintes do que aqueles que recebeu.

Concordo totalmenteConcordoNem concordo/discordoDiscordoDiscordo totalmente0%0%0%
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Assim, os cidadãos consideram que devem ser tomadas medidas para defender o bem-estar das gerações futuras. Mais de 80% dos cidadãos concordam com a criação de limites ao endividamento que permitam conter os encargos para as próximas gerações.

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68% dos Portugueses julgam que deveria existir um organismo estatal destinado a defender os interesses das gerações futuras, tal como uma Provedoria das Gerações Futuras ou uma Secretaria de Estado do Futuro.

O que se diz na imprensa sobre a justiça intergeracional?

Foi analisada a presença do tema da justiça Intergeracional em três jornais de grande tiragem nacional e com forte presença online: Público, Expresso e Correio da Manhã.

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Apenas 0,2% dos artigos do Público, Expresso e Correio da Manhã faziam referência à justiça intergeracional e às gerações futuras.

Estas referências apareciam sobretudo em notícias relacionadas com o ambiente, a educação, a segurança social e a dívida pública.

A justiça intergeracional é associada ao Futuro, à Sustentabilidade e aos Jovens.

Contámos as palavras que mais frequentemente ocorrem na vizinhança de “Intergeracional” de “gerações”.

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