- 1960
- Óleo sobre tela
- Inv. 83P417
Paula Rego
S. Vomiting the Pátria
Victor Musgrave, fundador da emblemática Gallery One, em Londres e entusiasta da obra de Paula Rego e do que nela reconhecia de «marginal», recusou-se a expor Salazar a Vomitar a Pátria porque, na sua opinião, tinha «falos a mais». Em Lisboa, a Galeria de S. Mamede incluiu-a no catálogo da exposição 10 Artistas da Galeria S. Mamede, realizada em Maio de 1972, mas omitiu o nome do ditador e substituiu «vomitar» pelo inglês «vomiting».
«Será que ousarei, disse a mim mesma, ousarei fazer a pintura de Salazar a vomitar a Pátria? Porque na realidade o que devia ser era a Pátria a vomitar Salazar. Isto até era ligeiramente simpático em relação ao ditador, o que era uma coisa extremamente perversa», recorda Paula Rego em conversa com Marco Livingstone, comissário da exposição retrospetiva realizada no Museo Nacional Reina Sofía, Madrid, 2007. «Ousarei?», interrogava-se Paula Rego com insistência. E de facto ousou. Com um humor sardónico e uma espécie de expressionismo orgânico fez justiça à educação liberal que o pai lhe transmitira e que soubera aprofundar em Inglaterra. Se a leitura das obras eróticas de Henry Miller tinha sido libertadora, a descoberta da pintura visceral de Jean Dubuffet, nomeadamente na exposição Paintings 1943 – 1957, na Arthur Tooth & Sons Gallery (Londres, 1958), consolida a vontade da artista seguir o seu próprio caminho, mesmo que isso implicasse não fazer a pintura «séria, de adulto», aprendida na Slade School, e incomodar a moral instituída.
Ao lado de Salazar está uma mulher de ostensivos pêlos púbicos. Na conversa com Marco Livingstone, citada anteriormente, Paula Rego conclui: «Ainda não sei o que está aquela mulher ali a fazer, mas ela tem um escudo.»
Susana Neves
Maio 2010
Altura | 94 | cm |
Largura | 120 | cm |
Tipo | título |
Texto | S. Vomiting the Pátria |
Posição | quadrante superior esquerdo, verso, sobre a tela |
Tipo | Aquisição |
Data | Julho 1983 |
Arte Portuguesa 1992, catálogo de exposição. Colónia, Alemanha: Vista Point Verlag, 1992. ISBN:3 88973 602 5 |
Arte Contemporáneo Portugués, catálogo de exposição Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, Centro de Arte Moderna, 1987 |
Patrícia Rosas, «Eu sou mulher, certo?», julho de 2020. Disponível em: https://gulbenkian.pt/cam/as-escolhas-das-curadoras/eu-sou-mulher-certo/ |
Arte Contemporáneo Portugués |
Fundação Calouste Gulbenkian |
Curadoria: CAM/FCG |
Fevereiro de 1987 a março de 1987 |
Madrid, Museo Espanõl de Arte Contemporáneo |
Exposição organizada pelo CAM e pelos ministérios dos «Asuntos Exteriores» e da Cultura de Espanha. A exposição apresentou obras da Coleção do Centro de Arte Moderna e de coleções particulares. |
"Paula Rego" |
National Museum of Women in the Arts |
Curadoria: National Museum of Women in the Arts |
1 de fevereiro de 2008 a 25 de março de 2008 |
Washington |
O National Museum of Woman in the Arts - Washington está a organizar, em colaboração com o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, uma exposição de Paula Rego, de 1 de fevereiro a 25 de março de 2008 a fim de dar a conhecer ao público americano o trabalho da artista. |
Paula Rego |
Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía |
Curadoria: Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía |
25 de setembro de 2007 a 30 de dezembro de 2007 |
Madrid |
O Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía organizou uma exposição retrospetiva da artista Paula Rego, apresentada entre 25 de setembro e 30 de dezembro de 2007. Trata-se de uma das mais importantes e significativas exposições da artista. |