Helena Almeida

Lisboa, Portugal, 1934 – Sintra, Portugal, 2018

Estudou Pintura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, em 1964, onde se interessou mais pela vida cultural do que pela vida académica. Em 1967 realiza a sua primeira exposição individual de pintura na galeria Buchholz, Lisboa. O desejo de fuga da tela transparece nos primeiros trabalhos de Helena Almeida, onde tenta romper com os limites da pintura e sair do suporte, transgredindo de forma literal os limites do espaço da obra de arte.

Expõe telas rasgadas à semelhança de Lucio Fontana (artista que marcou o início do seu percurso), telas com o verso voltado para a frente dando, assim, a ver o que tradicionalmente estava virado para a parede. A partir de 1975, Helena Almeida começa a explorar outras disciplinas como o desenho, a fotografia e o vídeo, encarando-os como meios para perceber a relação do corpo do autor com o espaço da obra. O corpo da artista torna-se o suporte da sua arte, passando a ser sujeito e objecto, não sob a forma de auto-retrato, o rosto aparece muitas vezes oculto, mas sim no sentido de «habitar a pintura», de se colocar dentro do seu trabalho, de ser a sua obra. Em 1977 na exposição Alternativa Zero (exposição marcante na arte contemporânea portuguesa) apresenta uma série de fotografias com elementos anexos à imagem, criando, desta forma, a ilusão da obra sair do seu lugar e entrar no espaço do observador.

A partir de finais da década de 70 Helena Almeida ganha reconhecimento internacional. Nos anos 90 a artista começa a utilizar a fotografia como meio de elecção para a criação artística, no registo de actos performativos, num espaço determinado – o estúdio que era de seu pai, o escultor Leopoldo de Almeida –, em que tenta ultrapassar os limites do seu próprio corpo. Os seus trabalhos ganham escala e cor – azul, vermelha ou negra, sempre carregada de significação – que pinta nas suas fotografias. Helena Almeida reconhece o seu trabalho como pintura, utilizando a fotografia como médium para apresentar o resultado do seu trabalho artístico. A partir de então expõe regularmente: Fundação de Serralves, Porto, 1995; Áustria, 2003; Madrid, 1998; Santiago de Compostela e Nova Iorque, 2000; Prémio PHotoEspaña, 2003; Centro Cultural de Belém, Lisboa, 2004. Representou Portugal na Bienal de São Paulo, Brasil, 1979, na Bienal de Veneza, 1982 e 2004 e na Bienal de Sidney, 2004.

 

Joana Simões Henriques

Maio de 2010

 

 

 

Atualização em 13 abril 2023

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