- França, c. 1712
- Estrutura em carvalho marchetado a ébano, latão e tartaruga; bronze
- Inv. 256
Relógio astronómico
Relógio imponente, não só pelas suas dimensões mas pelo caráter monumental da sua decoração escultórica, uma das características da obra de Boulle. Pensa-se que terá sido uma encomenda do cardeal Pietro Ottoboni, cujas armas e insígnias cardinalícias são visíveis no conjunto escultórico superior, uma representação da Fama. Na base do relógio, composta por quatro pilastras, numa alegoria ao Tempo, podemos observar Cronos, reclinado junto dum pequeno cupido. Este conjunto escultórico está assente sobre um panejamento que apresenta uma cena gravada, em que este Papa, Alexandre VIII, condena as doutrinas jansenistas.
A caixa deste relógio é de madeira, marchetada a ébano e latão sobre fundo de tartaruga, outra das «marcas» da produção Boulle. A qualidade e mestria do trabalho de André Charles Boulle levam-no a ser nomeado por Luís XIV mestre ebanista do rei, e a instalar-se, sob proteção real, nas galerias do Louvre, onde Jacques Thuret, mestre relojoeiro do rei, também trabalhava. É um relógio astronómico, assim designado por possuir um mecanismo de grande precisão, que além de indicar as horas, minutos e segundos, fornece outras informações como a data, as fases da Lua, a posição do Sol e também os signos do zodíaco.
Cardeal Pietro Ottoboni. Adquirida por Calouste Gulbenkian a Duveen, Paris, janeiro de 1922.
A. 113 cm; L. 52 cm; Prof. 42 cm
Lisboa 2011
Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 2011, p. 124, cat. 98.